quinta-feira, março 15, 2007

Olho por olho, carta por carta

Estava na cara. Assim que comecei a ouvir a tal história do Mantorras a «conduzir sem carta» etc e tal, nem tive dúvidas que na volta quem ia apanhar para tabaco seriam os portugueses que andassem a conduzir em Angola com uma carta de condução portuguesa. Ora nem mais. Aqui o Miguel que anda por lá confirma o que se imaginava. Lógico, não?
Por um lado é certo que se andam a fazer operações Stop (e são mais que as moscas…) é mesmo para confirmar que os carros e os condutores estão regulares. Até aí, tudo bem. Por outro lado o facto de as cartas angolanas não ‘servirem’ em Portugal já será mais discutível e, sobretudo, a rigidez do agente que talvez pudesse ter sido mais flexível e dado um prazo para se regularizar a coisa. Ainda há que ver como é que uma figura ‘importante’ como um jogador de primeira num dos principais clubes de futebol não teve ninguém que o ajudasse em questões de papelada… E, sobretudo, este caso ter tido a repercussão que teve nos media – como era previsível - foi deitar pólvora no lume.
Agora queixem-se…

6 comentários:

josé palmeiro disse...

Mais um caso de falta de ductilidade, que é a propriedade que certos metais têm de se moldar, com maior ou menor dificuldade. Continuamos na mesma, as ordens são para se cumprirem, e agora como há a caça aos agentes corruptos, já é complicado a passagem de cartas que tenham expirado o prazo de validade. Só que o sucedido, rendeu mais uma guerra em que nós, portugueses, ficamos, manifestamente, a perder.

cereja disse...

Pelo que se vai lendo (quer no blog do Miguel quer noutros lados) lá o país do sr. José Eduardo dos Santos também retaliou com uma força desadequada, mas tudo isto teria sido inútil.
E penso, o caso Mantorras soube-se por ser uma figura conhecida, mas quantos outros angolanos ou de 'palops' já teriam sido atingidos pela medida sem chegarem aos jornais...?

Anónimo disse...

Ainda fui ao «Sem Destino» e os comentários que li são bem esclarecedores. Andam por lá numa caça à 'carta de Portugal' numa verdadeira fúria. Mas a verdade é que isto era bem evitável. Se aceitamos as cartas de tantos países, não se poderia estudar o caso dos Palops?! E eles, seria necessário tanto revanchismo?
Triste história.

Anónimo disse...

É natural, e nós sabêmo-lo bem, que a retaliação seja desadequada.
Não foi a nossa relação, durante quinhentos anos, também desadequada? O que lhes ensinámos, durante todo esse tempo?
Muito bons, ainda são!
Quanto ao caso Mantorras foi nitidamente um caso, mal resolvido e como a nossa comunicação social só quer sangue, ele aí está!
A ante-estreia da "Ilha de Arlequim" é que não é notícia.

Anónimo disse...

É claro que este «incidente diplomático» era evitável, mas também me parece que se está a empolar a coisa.

cereja disse...

Claro que se está a empolar, King. Mas o que é que os media costumam fazer...? Alguém se admira?