sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Vinte anos?

Impossível!
Passaram vinte anos? Nestas coisas das contagens anuais, cada ano que passa faz nascer mais algum espanto por se sentir ainda e sempre o passado tão perto de nós. Contudo 20 é um número redondo, um número pesado. Faz hoje, 23 de Fevereiro, 20 anos que perdemos fisicamente Zeca Afonso.
A sua obra permanece como é evidente. E através dela mesmo quem não privou com ele pode sentir que grande homem era. E é esse ponto que considero importante, mantê-lo vivo entre nós e que quem já nasceu depois ou era tão pequeno que já pode dizer que «não era do seu tempo» reconheça a fibra daquele Homem. Que saiba que para além desta voz belíssima que estamos a ouvir, foi um dos melhores símbolos da resistência que ficará nas nossas memórias. Pela sua integridade e coerência. O Homem que recusou medalhas e comendas, quando depois de Abril o Poder lhas quis conceder. Que lutou pelos seus ideais de igualdade e fraternidade com todas as armas que possuía e que armas fortes eram: a sua voz, os seus poemas, a sua música. É hoje um símbolo mas mais do que isso foi um Homem que admiramos, respeitamos, amamos.


13 comentários:

Anónimo disse...

Só para dizer que és uma tipa desmesurada!!! Dizes que hoje postas pouco e escreves 6 posts, se não estou em erro!!!!
:D :D :D
Mas tenho de aplaudir!
Uma bela homenagem, Emiele.

Anónimo disse...

Como começo, ao contrário da joaninha, é-me difícil dizer mais do que ela já disse. Resta-me confirmar, e continuar a aplaudir!

Anónimo disse...

Todos os dias relembro Zeca Afonso.
Moro numa R Cantor Zeca
Afonso, e deparo-me muitas vezes com a pergunta Rua Quê???? e lá tenho de explicar...

Anónimo disse...

hoje tenho mesmo que dizer algo
obrigada Emiele pela Memória

Anónimo disse...

Há muito tempo que não comento no Pópulo por completa falta de tempo, mas hoje não podia faltar!
O que diz a Katikika é uma lição importante. «Cantor quê?» perguntam hoje. e mesmo com explicação continuam a pensat que é uma coisa de cotas. Sobretudo para a miudagem, era importante esta explicação.

Anónimo disse...

Como se disse mais atrás e aqui se repete em comentários, na altura ele foi um grande símbolo porque ainda havia uma verdadeira unidade. Tanto quanto sei, ele próprio sofreu desilusões depois de Abril, e creio que se fosse vivo maiores ainda seriam. Mas que o seu exemplo de sinceridade e verticalidade possam ainda servir hoje. E que a malta mais nova saiba que não foi «um cantor qualquer lá dos cotas».

Farpas disse...

O Zeca foi um dos principais impulsionadores do meu gosto pela guitarra... morreu antes de eu perceber a música que ele fazia, mas a sua música para mim será eterna! Sabes que ainda mais do que um músico eu vejo-o como um símbolo de postura... da postura certa!

cereja disse...

Ainda bem que sentes isso, Farpas. Essas palavras são a melhor homenagem que lhe podes fazer!
Kato, minha amiga, é mesmo isso que eu também «apanho» aqui e ali e contra esse esquecimento que quero lutar.
Méri e Zorro, que bom voltar a vê-los por aqui!!!
Zé Palmeiro, tu e o Joaninha são as visitas diárias aqui do estaminé, se mais ningém aparecesse pelo menos contava convosco, um abraço!

Isabel Faria disse...

Extenuada, morta quase, ainda venho a tempo de te dizer: que bom que tenhas posto a música (eu nem para "emailar" ao Anjo da Guarda,tive coragem, tal o cansaço deste últimos dias), aqui ao abrir a porta.
Como diz a Joaninha: uma bela homenagem.

cereja disse...

Obrigada Isabel.
É evidente que, como disse ali em baixo tive a ajuda do nosso Anjo da Guarda nesta coisa da música.
Mas tive mais tempo do que tu, para pensar no que queria aqui deixar hoje. :)
Fico contente que quem por aqui tem passado diz que resultou (e não tive nenhum daqueles bichos que infectam a tua caixa de correio..)
Para o ano cá estaremos com certeza!

Anónimo disse...

Aquilo que explicas no post também é um bocado aquilo que eu verdadeiramente sinto. Bela explicação! :)

Anónimo disse...

O desapego pelos bens materiais e o apego ao amigo, companheiro, vagabundo, andarilho.
Zeca não se pode explicar, de tão simples...

cereja disse...

Obrigada pela visita, Inês. Também deixaste uma boa lembrança na tua casa, que eu só vi esta manhã..
Mas é esse espírito de camaradagem e simplicidade que gostaríamos de realçar,e gostaríamos que a malta mais novinha de hoje entendesse.