terça-feira, fevereiro 13, 2007

As vantagens dos inconvenientes

Ontem o nosso país foi abalado de norte a sul por um tremor de terra. Desta vez foi coisa forte e sentido por todos.
Por todos? Nã. Houve um ponto minúsculo, neste jardim à beira-mar plantado, que nem deu por este abalo. Um prédio aqui em Lisboa, onde por acaso eu moro.
Passo a explicar:
No rés-do-chão da minha casa há uma loja. Aliás duas, mas uma delas está fechada há uns tempos o que deu a ideia à outra do lado de se alargar para aquelas bandas. Tudo em ordem, licenças obtidas e começou o trabalho de ligar as duas zonas e embelezar o interior. O que traduzido por outras palavras quer dizer que quer eu, quer os meus vizinhos do segundo, quer os do primeiro (tadinhos destes!) desde há muitas semanas que das 8 da matina às 6 ou 7 da tarde, temos de andar de tampões nos ouvidos além de termos posto a recato os objectos que se podiam partir com os abalos que a casa tem vindo a sofrer. Dizer que me habituei será exagero, que a gente não se «habitua» a estar mal, mas já dou algum desconto.
E ontem confirmei a vantagem do que temos sofrido. Tinha saído de manhã mas voltado logo para casa, porque não me sentia bem, ou seja na hora H estava sentadinha num sofá a reflectir se iria mesmo para a cama ou me aguentava tal como estava. Tocou o telefone, era o meu filho a saber se eu estava bem e se «tinha sentido». Mas… «sentido» o quê? berrei-lhe eu no meio do som das brocas que continuavam a abalar a casa. - Atão, um tremor de terra! Não me digas que aí não deu!
Pois não tinha dado, não senhor. O único local onde a terra não tremeu foi aqui na minha esquina, porque treme em permanência 8 horas por dia todos os dias úteis!

7 comentários:

Anónimo disse...

LOL
Essa é o máximo!
Como a velha graça de «só me dói quando me riu»...

Anónimo disse...

Gulp! O raio das armadilhas do português... Ainda parei antes de escrever «riu», mas passou-me pelos olhos «rio» e achei que isso era o tal «curso de água» etc... Meti o comentário e voltei a pensar. Ora no presente, primeira pessoa, tem de ser «rio». Bolas!
Desculpa lá o erro, Emiéle.

Anónimo disse...

Mas que chic, Emiéle, um tremor de terra privado heim...?!

JustAnother disse...

Ja pensaste em abrir a casa ao publico e vender bilhetes?! Ha que aproveitar as oportunidades... com sorte, as obras sao como as de Santa Ingracia e tens muito capital a realizar...

cereja disse...

Essa de 'alugar' a casa para experiências dessas não tá mal visto! Assim como um dos pavilhões da Expo, onde se sentiam umas estranhas sensações...realidade virtual e coisas dessas.
Lol!

Anónimo disse...

Sei dar o valor às tuas palavras, por ter passado por situação idêntica. Só apetece fugir de casa de manhã e voltar à noite. Mas com uma carraspana é impossível dar passo.
Boas Melhoras!

cereja disse...

São mesmo essas as palavras: «fugir de manhã quando começa o cagarim e regressar à noite assim que voltar o silêncio» e muitas vezes faço isso. Estou que nem posso com o raio das obras!