Palavras
Estão a decorrer as discussões sobre regimes de carreiras, vínculos e remunerações na Função Pública. Já se sabe e já se prevê o pior do pior para quem trabalha na administração pública. Contudo o modo como as notícias são dadas, tem muito que se lhe diga…
Quando se lê «Só os bons serão premiados» isto parece o supra sumo da justiça. Até tem um certo tom bíblico, não é? Os maus são castigados, os bons são premiados.
Mas seria interessante ver a proposta à lupa. Porque o «prémio» não é exactamente um prémio. Eu, nos últimos tempos, não tenho andado tão informada e pode ser que alguma coisa me escape. Mas o que se passava é que os trabalhadores eram avaliados pelo seu desempenho, coisa normal e justa, é claro. E só quem tinha uma boa avaliação é que teria hipóteses de concorrer a uma promoção, o que também parece justo. O que já não o será tanto é que existia uma espécie de quotas: cada serviço só podia ter X trabalhadores Bons e Y Muito Bons. Mai nada! Isso porque o ser «Muito Bom» abria a porta à tal possibilidade de promoção e …não podia ser! Ora para além de fomentar uma grande competição entre colegas (o que podia não ser mau) acontecia que muitas vezes, pelo contrário desmotivava, porque se pensava que havendo um colega já na linha para o «muito bom» o esforço era inútil. Para além de que essas «quotas» eram discutíveis – um serviço sereno onde o trabalho não fosse stressante, pelo número de trabalhadores poderia ter as mesmas candidaturas a Muito Bom que outro com um número semelhante de trabalhadores mas cujo trabalho fosse de os deixar arrasados.
Enfim, anda a cozinhar-se qualquer coisa que não sei o que é e me palpita que seja a fórmula mágica de conseguir fazer omoletas sem ovos.
Quando se lê «Só os bons serão premiados» isto parece o supra sumo da justiça. Até tem um certo tom bíblico, não é? Os maus são castigados, os bons são premiados.
Mas seria interessante ver a proposta à lupa. Porque o «prémio» não é exactamente um prémio. Eu, nos últimos tempos, não tenho andado tão informada e pode ser que alguma coisa me escape. Mas o que se passava é que os trabalhadores eram avaliados pelo seu desempenho, coisa normal e justa, é claro. E só quem tinha uma boa avaliação é que teria hipóteses de concorrer a uma promoção, o que também parece justo. O que já não o será tanto é que existia uma espécie de quotas: cada serviço só podia ter X trabalhadores Bons e Y Muito Bons. Mai nada! Isso porque o ser «Muito Bom» abria a porta à tal possibilidade de promoção e …não podia ser! Ora para além de fomentar uma grande competição entre colegas (o que podia não ser mau) acontecia que muitas vezes, pelo contrário desmotivava, porque se pensava que havendo um colega já na linha para o «muito bom» o esforço era inútil. Para além de que essas «quotas» eram discutíveis – um serviço sereno onde o trabalho não fosse stressante, pelo número de trabalhadores poderia ter as mesmas candidaturas a Muito Bom que outro com um número semelhante de trabalhadores mas cujo trabalho fosse de os deixar arrasados.
Enfim, anda a cozinhar-se qualquer coisa que não sei o que é e me palpita que seja a fórmula mágica de conseguir fazer omoletas sem ovos.
7 comentários:
Nessa mesma onda foi, na semana passada apresentado o prémio para o melhor "professor". Um prémio de 25.000 Euros, para um só professor, uma ignomínia.
Já agora uma pergunta, já foste à sesta, ver o plano de leitura?
Não?Então vai!
Vou já!
Hoje não tenho estado na na net. E este PC está com um tic/virus (?) irritante (as palavras 'fogem' para fóra do sítio; dá cá uma raiva...)
Apesar de não ser da F.P. tenho familiares que o são e também me parece que se está a querer a quadratura do círculo: por um lado qualidade, dedicação, espírito de sacrifício, etc de quem trabalha no privado e além disso é bem pago, e por outro retirarem alguns benefícios a manterem os salários baixos. estou a lembrar-me de uma amiga da minha mãe, que trabalha como técnica, lida com computadores com programas difíceis, tem um horário desfazado que a faz chegar a casa depois das 9 da noite, mas como não a tiraram da categoria de administrativa, ganha menos de 700 euros aos 54 anos...
É essa a realidade Raphael, como é que com realidades dessas, se pode escolher, encontrar, premiar, o melhor?
Emiéle, acabo de vir do sítio do dito plano de leitura, é exactamente como se afirma no escrito da Teresa Muge, uma vergonha.
Essa do «melhor professor» é extraordinária. Assim uma espécie de concurso? Quais são as regras? (!!!!!!) Olha que se a moda pega, podem estender isso a toda a F.P.
Raphael, mas olha que essa senhora que conheces é uma em milhares. Se os dirigentes, seus assessores, conselheiros etc e tal ganham como se sabe, como é que «a média» dos salários na F.P. é como é? Porque muita gente chega ao fim da vida a ganhar isso.
Eu nem quero saber muito acerca do assunto para não me chatear muito.
Faço o meu trabalho honestamente e mainada
Quanto ao prémio para melhor professor, já está no papo!
Só há um pequeno pormenor: "eles" falam em livros publicados e eu népias...
Já pensei em escrever "Eu, Margarida" mas como não tenho histórias escabrosas para contar, ia ser um fiasco...
Será que os post do blog contam como publicações?
É que eu clico sempre no "publicar"!!!
Experimenta, Saltapocinhas. Sabes lá se «pega»…?!
Mas por mim penso que a atitude de nem ligar muito é a mais certa para a gente não se chatear muito.
(essa dos ‘trabalhos publicados’ tem a ver com o ensino superior onde para se manter o lugar é preciso ir publicando uns tantos trabalhos ou então nada feito, sempre me fez espécie, essa coisa. Uma pessoa pode ser um excelente professor, saber passar os seus conhecimentos, estimular os alunos, obter resultados, mas… se não for publicando trabalhos, isso conta pouco. PORQUÊ???)
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