sábado, janeiro 27, 2007

A importância da cor da pele

A história veio nos jornais já há alguns dias. Eu li-a e passei adiante apesar de me ter ficado a incomodar. E digo que «passei adiante» não porque não me tivesse escandalizado logo, mas exactamente por sentir que, infelizmente, era uma ‘banalidade’. Porque se passou nos EUA mas, noutros moldes, podia passar-se em muitos outros locais com muitas pessoas que dizem com a maior sinceridade «Eu não sou racista, mas...» e naturalmente que a seguir ao ‘mas’ vem qualquer história a provar o contrário.
Este caso passa-se com um homem de cerca de 40 anos, nascido em Portugal mas que vivia nos EUA desde os 6. Pelo seu comportamento não indicava que se pudesse suspeitar de que tivesse intuitos terroristas mas foi retirado de surpresa de um avião e interrogado durante horas. Curiosamente, durante o interrogatório «um dos polícias perguntou-lhe quatro vezes qual era a sua nacionalidade» e não aceitando a resposta de que era cidadão dos Estados Unidos, insistia
"Qual é a tua raça?" E aqui é que está o busílis. Mesmo sem bola de cristal, posso imaginar que esse homem de ascendência portuguesa fosse moreno. Talvez até muito moreno. E o mito da raça ariana afinal não é apanágio nazi. Então depois dos ataques do Bin Laden e companhia, pele mais escura é sinónimo de candidato a terrorista. Mesmo que, como no caso aqui falado, os causadores da questão fossem israelitas. Isso era outro ponto, mas o homem sentado na mesma fila, se era moreno devia ser terrorista. E, o que motivou depois o pedido (concedido pelo tribunal) de indemnização, é que o sujeito nem pode viajar na mesma companhia.
Sendo de «raça duvidosa», pelo sim pelo não o melhor é ir noutra companhia...

8 comentários:

josé palmeiro disse...

Isto de ser fim de semana, tem que se lhe diga.
Finalmente lá, ou cá, apareceram os post's.
Quanto ao que referes, digo-te que, eu, só me sinto bem em Marrocos, sinto identidade, sinto que somos iguais, aliás como me senti em toda a África que visitei e,em que vivi. Estou farto da "superioridade", dos povos do norte. O que se passou com esse concidadão é uma vergonha, mas não tão grave, com o meu filho mais velho, que, em trabalho, se desloca frequentemente aos EUA. Só porque usa cabelos compridos, barba por fazer e veste despreocupadamente, já passou por alguns tramites desagradáveis.
Num mundo onde as tecnologias estão, estarão?, tão avançadas, não entendo essas paranóias.

cereja disse...

Olá Zé Palmeiro! :)) Tens razão, eu costumo começar a escrever aqui mais cedo, mas olha que hoje não foi por me ter levantado tarde!!! Se te disser que ás 8 e meia da manhã, já tinha ido buscar uma amiga a casa, levado ao aeroporto, ido às compras (há um Lidl que abre às 8!) voltado para casa e arrumado algumas coisas, não estou a mentir...
Tive foi outros afazeres que não permitiu este ritual dos posts
matinais :D

Por acaso imagino que andar com o ar que descreves possa causar «engulhos» LOL

Anónimo disse...

Emiéle, às veses leio o que escreves e fico a pensar se afinal não és completamente virtual, assim uma Lara Croft de outro modelo... É que num sábado, dia de descanso, quando às 8 horas ainda eu estava no segundo sono, teres já essa actividade toda?!!! Huuummmm... Não deves existir em carne e osso, é uma personagem virtual que assina emiele :D

Zé Palmeiro, eu creio que no dia a dia dos 'States' não é preciso andar-se fardado de yuppie, isso «já era». Se calhar é mesmo o tal rigor das entradas e saídas... A história é completamente racista, de facto. Porque ainda por cima aquilo era um voo interno, pelo que entendi.

Anónimo disse...

Emiéle, nem eu pensava outra coisa.
Eu também sou do grupo dos que acordam cedo e não conseguem ficar na cama. Relativamente ao que escrevi, tinha mais a ver com hábitos, pois tirando os dias em que avisas que vais sair, e aí, é por falta de máquina, não é costume postares tão tarde. Foi mesmo só estranhar.
Sim raphael, eu sei que o problema, ainda não é lá dentro, é só à porta, mas como as coisas estão, eu pergunto: Até quando?

cereja disse...

Eu percebi, Zé Palmeiro, mas achei graça. É mesmo verdade que eu tenho uma «hora certa» de escrever, tens toda a razão. E como costumo acordar cedo, sabe-me bem fazê-lo a essa hora :D
Raphel - lol Olha que até eu por vezes também me vejo um pouco «de banda desenhada» quando consigo fazer 10 coisas ao mesmo tempo...

Quanto ao que dizem desta história, é realmente histerismo a mais, até porque já se sabe que alguns dos terroristas actuam do interior.

Anónimo disse...

Acho que este problema se passou no Canadá e nao nos USA, ou estou enganado?

Anónimo disse...

Acho que este problema se passou no Canadá e nao nos USA, ou estou enganado?

cereja disse...

Não, leitor «anónimo» (a propósito, se quiseres deixar um nick ou nome, escreve o que preferires onde diz name, e aparece como aqui o Raphael) neste caso foi mesmo nos EUA. O homem ia de Boston, para a Florida, segundo se lê na notícia a que o link se refere.
Mas não me admira que haja uma história igual no Canadá...