terça-feira, dezembro 05, 2006

Quando se pensa em comparações…

Estamos sempre a comparar a nossa terra com outras, e com isso a querer provar montes de coisas. Claro que depende do lado da barricada em que nos situamos. Se são os senhores da macro-economia e dos todos-poderosos-números, chegam depressa à conclusão de que produzimos muito menos do que se precisa para progredirmos e, a grande maioria deles, conclui logo que «a culpa» será de quem trabalha, por todos os motivos e mais um. Se a comparação parte de «um dos mexilhões» o que se é vê a qualidade de vida «lá de fora», os seus direitos sociais, a relação salário/custo de vida e a conclusão é outra.
Ainda há bem poucos dias se esteve a falar do modelo dinamarquês e da sua 'interessante'
flexisegurança com conclusões curiosas nesse campo. Agora vem ao caso a famosa e drástica redução da despesa pública que Portugal diligentemente anda a fazer. Ora bem, se vamos a comparações, então parece que nós somos o país da zona euro que maior redução fez desde 2002. E, já agora, com que benefícios? Se olharmos para o que está em jogo que são pessoas e não números, era bom parar e pensar. Uma balança para estar equilibrada deveria ter pesos idênticos nos seus dois pratos, o do «deve» e o do «haver». É legítimo, sim senhor, um governo pedir sacrifícios em nome de um benefício claro e dando o exemplo. É isso que se passa?
Esperem lá! Estou muito antiquada; o negócio agora é números e a balança é digital. Já não há pratos para equilibrar.

6 comentários:

Anónimo disse...

Era muito interesante saber mais do modelo dinamarquês. Mas aqui, com o neoliberalismo triunfante, não se pode esperar mais do lucros para uns, o "resto" para os outros.fj

Anónimo disse...

Bem visto, FJ.
Exactamente assim «lucros para uns, o "resto" para os outros»
Por acaso também gostava de conhecer como é que as coisas se passam na Dinamarca...

Anónimo disse...

Tá bem esgalhada essa da «balança digital». Realmente não se está a imaginar a justiça de olhos vendados e balança digital na mão
:)
Quanto à Dinamarca, basta só o «pequeno pormenor» de o seu subsídio de desemprego ser pelo menos 90% do ordenado, para as coisas terem outros aspectos.

saltapocinhas disse...

Já deu para ver que estás melhor e a regressar ao "ritmo de produção".
Eu estou para aqui a preparar a reunião de quinta-feira e ainda por cima a colega que faz a reunião comigo (e que é a que fala mais, eu só dou apoio moral) vai faltar e eu vou ter de enfrentar aquele maralhal sozinha.
Alguém com dicas para este problema? (não vale dizer para imaginar o auditório sem roupa que já uma vez tentei e não consegui!)
E ponho o apelo aqui porque este blog é muito bem frequentado a começar pela dona!!

saltapocinhas disse...

Ah e esqueci-me de dizer que a sua reivindicação foi atendida: o artigo está assinado e até tem foto da autora!!

cereja disse...

Já vi, e a Pandora é realmente uma beleza... (mas eu tinha razão, não tinha? se ela escreve tão bem, devia assinar os posts!)
Quanto à tua pergunta, vou mandar-te um email. Eu não tenho esse problema, sou muito descarada a falar em público, e quanto maior a audiência melhor... ;)) Mas a verdade é que comecei muito nova. Tinha os meus 14 ou 15 anos a primeira vez que fiz uma espécie de «conferência» para uma sala cheia (não seria um sala enorme, mas enfim, eu estava num palco e sempre era uma sala de uma comunidade recreativa ou coisa assim...) E aquilo que eu digo é que quanto mais vezes se fala, menos medo se tem...ou seja tens de praticar mais vezes, mulher!