O Medo
Para prevenir despesismos inúteis, está a encontra-se uma arma muito aguçada para induzir a auto-censura de um modo generalizado.
Um sinal que encontrei já há uns tempos na área da F.P. foi a ordem de que quem fizesse certas acções não necessárias depois teria de as pagar do seu bolso. Por exemplo, enviar um fax, se posteriormente se verificasse que não era indispensável, a pessoa que o enviou teria de o pagar como se fosse pessoal. Claro que muita coisa bloqueou, porque ninguém se queria arriscar… Depois, na área da Saúde, os médicos teriam de provar ser indispensável o recurso a meios complementares de diagnóstico, e alguns tinham de ir ao chefe de equipa para serem aprovados. De certo que esse recurso baixou, mas à custa de se tornar mais moroso o diagnóstico. Aliás as seguradoras já avançam para ocupar o espaço vago a nível de Saúde.
Agora nasceu a ideia peregrina, de que quem perde um processo em Tribunal deverá pagar também a conta do advogado de quem ganhou! Pelos vistos a ideia é evitar que existam pessoas que levantam questões por tudo e por nada. Mas, dado a lentidão da nossa Justiça, isso não deve ser lá muito frequente. Contudo seria muito mais natural que o próprio juiz, que tem a faca e o queijo na mão, avaliasse se a questão era insignificante e punisse a pessoa em questão com alguma multa, que até podia ser a doer. Agora o que me parece é que o sistema proposto assenta afinal no medo. Uma pessoa pode sentir-se cheia de razão, mas pensa: e se tenho o azar de não conseguir provar, vou ficar encravado para toda a vida! Livra.
Aliás, não sei se para esses possíveis «maluquinhos-dos-tribunais», vai valer de alguma coisa ou até os vai estimular. Porque quando levantam o processo estão convencidos da sua razão, e então podem pensar: Boa! É só lucro. Aquele estupor vai pagar pelo que me fez e ainda paga ao meu advogado! Deixa-me cá escolher um muito bom mesmo que caro, porque quem afinal vai pagar é ele!
Um sinal que encontrei já há uns tempos na área da F.P. foi a ordem de que quem fizesse certas acções não necessárias depois teria de as pagar do seu bolso. Por exemplo, enviar um fax, se posteriormente se verificasse que não era indispensável, a pessoa que o enviou teria de o pagar como se fosse pessoal. Claro que muita coisa bloqueou, porque ninguém se queria arriscar… Depois, na área da Saúde, os médicos teriam de provar ser indispensável o recurso a meios complementares de diagnóstico, e alguns tinham de ir ao chefe de equipa para serem aprovados. De certo que esse recurso baixou, mas à custa de se tornar mais moroso o diagnóstico. Aliás as seguradoras já avançam para ocupar o espaço vago a nível de Saúde.
Agora nasceu a ideia peregrina, de que quem perde um processo em Tribunal deverá pagar também a conta do advogado de quem ganhou! Pelos vistos a ideia é evitar que existam pessoas que levantam questões por tudo e por nada. Mas, dado a lentidão da nossa Justiça, isso não deve ser lá muito frequente. Contudo seria muito mais natural que o próprio juiz, que tem a faca e o queijo na mão, avaliasse se a questão era insignificante e punisse a pessoa em questão com alguma multa, que até podia ser a doer. Agora o que me parece é que o sistema proposto assenta afinal no medo. Uma pessoa pode sentir-se cheia de razão, mas pensa: e se tenho o azar de não conseguir provar, vou ficar encravado para toda a vida! Livra.
Aliás, não sei se para esses possíveis «maluquinhos-dos-tribunais», vai valer de alguma coisa ou até os vai estimular. Porque quando levantam o processo estão convencidos da sua razão, e então podem pensar: Boa! É só lucro. Aquele estupor vai pagar pelo que me fez e ainda paga ao meu advogado! Deixa-me cá escolher um muito bom mesmo que caro, porque quem afinal vai pagar é ele!
4 comentários:
Claro que há medo, ninguém tenha dúvida.
Medo de perder o emprego periclitante, medo da queixa do chefe ou do colega que muitas vezes quer o nosso trabalho, medo de se ser penalizado ainda mais, e cada um a pensar muito egoisticamente em si...
Esta dos tribunais, sinceramente não lembra a ninguém! E uma perguntinha cínica: se for o Estado a levantar o processo e o perder, também paga ao acusado o advogado?!
Que bela e sugestiva foto! Palmas ao fotógrafo.
De resto, tal como dizes, paira muito alguma (ou muita) autocensura. e essa hipótese da se pagar o advogado do outro (!!!!!!) é de bradar aos céus!
o conceito de "inútil" depende muito de cada um,.... e isso pode geral grandes confusões! Quanto à do tribunal... sinceramente... acho que o efeito não vai ser bem o desejado!
Olha Joaninha, para te ser franca, não acredito. A dar-se o caso de ser o Estado a perder a queixa - coisa rara com certeza - há-de dar a volta de modo a escapar à lei...
Tess, olha que também gostei bastante da foto e pareceu-me que a boneca partida dava um bom simbolismo para o que queria dizer.
Farpas, é certo que eu é que classifiquei de «despesismo inútil» mas acho que deve ser isso que pensa quem toma as atitudes que eu depois referi. E também não acredito que esta «brilhante ideia» dê os frutos que se imagina. Não faço ideia se isso se passa noutros países...
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