A Justiça e uma história como outras
Talvez da leitura de romances policiais e de algumas séries de TV, eu considerava que quem acusa tem de provar a acusação e o acusado deve ser ouvido.
E, se calhar isso assim é, em casos graves e importantes.
Mas pelos vistos não o é, quando a ‘acusada’ é uma mulher de 53 anos que vive do subsídio de desemprego e de uma pensão de sobrevivência…
Havia um casal, que não devia ser lá muito rico, e que há 5 anos quando a sua filha tirou a carta decidiu oferecer-lhe um carro por 150 euros. Pelo preço da viatura se imagina que não deveriam nadar em dinheiro e que a compra não deveria ser lá muito boa. Tanto assim que, dois anos depois, foi entregue num sucateiro e mandado abater.
Acontece que no ano seguinte o marido desta senhora morreu e esta ficou a viver do seu subsídio de desemprego e da pensão do marido.
Dá-se o caso que o dito sucateiro, apesar de ter passado um documento confirmando o abate do carro, continuou a andar com ele. Não só a andar, como a acumular infracções sobre infracções e ‘na maior’ porque o carro nem tinha dono. Só que essas multas iam cair no nome do antigo dono, mesmo que já falecido. E agora a sua viúva tem para pagar multas que são mais do dobro dos subsídios que recebe!
Isto pode acontecer. É um caso que foi a tribunal e tudo, porque parte do dinheiro é para «custas judiciais», mas tudo foi decidido sem se ouvir a pessoa que foi condenada.
Este processo não se passou em Praga nem foi vivido por Joseph K., passou-se em Caminha e está a ser vivido por Lina Gomes.
E, se calhar isso assim é, em casos graves e importantes.
Mas pelos vistos não o é, quando a ‘acusada’ é uma mulher de 53 anos que vive do subsídio de desemprego e de uma pensão de sobrevivência…
Havia um casal, que não devia ser lá muito rico, e que há 5 anos quando a sua filha tirou a carta decidiu oferecer-lhe um carro por 150 euros. Pelo preço da viatura se imagina que não deveriam nadar em dinheiro e que a compra não deveria ser lá muito boa. Tanto assim que, dois anos depois, foi entregue num sucateiro e mandado abater.
Acontece que no ano seguinte o marido desta senhora morreu e esta ficou a viver do seu subsídio de desemprego e da pensão do marido.
Dá-se o caso que o dito sucateiro, apesar de ter passado um documento confirmando o abate do carro, continuou a andar com ele. Não só a andar, como a acumular infracções sobre infracções e ‘na maior’ porque o carro nem tinha dono. Só que essas multas iam cair no nome do antigo dono, mesmo que já falecido. E agora a sua viúva tem para pagar multas que são mais do dobro dos subsídios que recebe!
Isto pode acontecer. É um caso que foi a tribunal e tudo, porque parte do dinheiro é para «custas judiciais», mas tudo foi decidido sem se ouvir a pessoa que foi condenada.
Este processo não se passou em Praga nem foi vivido por Joseph K., passou-se em Caminha e está a ser vivido por Lina Gomes.
4 comentários:
Ridículo!!! Se este tipo de coisa aparecesse num livro ou num filme toda a gente ia gozar "Bahh vê-se mesmo que é um filme"... pelos vistos a vida real tem muito mais de "ficção" que certos filmes!!
É isso. É daquelas coisas que fazem dizer a «frase-feita» contado ninguém acredita...
Porque o erro em si, é humano e normal. Se o carro continuava sem ter sido dado baixa, admite-se que a multa vá no nome do dono. Mas, aparentemente, o mínimo antes de desencadear o processo em Tribunal, seria contactar o dono e esclarecer o que se passava! É por estaas e por outras que depois os tribunais andam entupidos.
Minha querida Emiéle, não duvides que o Kafka deve ter passado por Portugal tal como o HC Andersen, lol. Tudo é possível, em toda a parte. Enfim... É de bradar aos céus!
O problema é que casos como este já vão fazendo parte de uma realidade rotineira da nossa maravilhorrorosa justiça portuguesa. Além de postar ou comentar, o que fazer? Aqui é que a porca torce o rabo.
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