domingo, novembro 26, 2006

Remar contra a corrente

É um exercício muito difícil. Deixar-se levar pela corrente é fácil e agradável. Remar a favor da corrente é óptimo porque se vai muito longe, depressa e com pouco esforço. Mas ir contra a corrente?! Tantas vezes o esforço é grande para... se não sair do mesmo lugar. Desanima-se, não é?
Celebrou-se ontem o
Dia Sem Compras
Arriscado, em plena pré-época de Natal, quando o consumismo atinge picos delirantes. Os conselhos dos «combatentes anti-consumismo» são simples: «comprar apenas aquilo que realmente necessita, procurar lojas pequenas e tradicionais, consertar os produtos em vez de os deitar fora e evitar o excesso de embalagens». Bons conselhos mas difíceis de seguir. Recordo um post da Teacher onde declarava
Este Natal não aceito prendas compradas e continuava dizendo que também não ia oferecer as 'compradas', excepto a crianças. Eu também escrevi para aqui umas considerações (já não sei se no Natal passado, se no anterior) defendendo o mesmo ponto de vista. Desde que haja imaginação, há imensas coisas que podemos inventar sem virem já feitas, em directo de uma loja.
Mas, o terceiro ponto daquele grupinho de bons conselhos, é bem difícil de seguir: o de consertar em vez de deitar fora. Quem é que não tem a experiência de que tudo está planeado para que realmente NÃO SE CONSERTE e sim, se compre de novo. Há pouco quem saiba consertar, não há peças sobresselentes ou, quando as há, o preço que pedem por elas é uma provocação porque se aproxima preço do objecto completamente novo!
Enfim, como disse, é remar contra a corrente. Mas não é interessante sair fora do rebanho? Pelo menos para mim esse é um exercício muito estimulante.
´Bóra aí, força nos remos! Só nos faz bem e cria músculo!

4 comentários:

Anónimo disse...

" Que força é essa / Que trazes nos braços / Que só te serve para obedecer / Que só te faz obedecer / Que foça essa, amigo / que te trás de bem com os outros / E de, mal contigo." Sérgio Godinho
Saiamos do rebanho ou Rememos contra a maré.

cereja disse...

Era bem importante, meu amigo.
Mas como eu disse, remar conta a maré, contra o costume, contra o que «todos fazem», contra o «sempre se fez assim», pensar pela nossa cabeça dá mais trabalho.

Mas também sabe muito melhor!

Anónimo disse...

Nao é só pensar pela nossa cabeça. será tambem toda uma engrenagem que nao se desmonta sózinho nem muitos outros aceitariam.fj

cereja disse...

Eu falo na «engrenagem», FJ. Quando uma peça para arrajar uma máquina custa quase o preço dela em nova, é disso que se trata. Mas resistir ao consumismo sem que isso pareça mal, já depende de nós.