Precocidade
Uma notícia sem grande importância, contando que alguns miúdos de 12, 14 ou 15 anos começaram a fazer negócios, primeiro à sua escala e depois ampliaram-nos e quase se podem considerar verdadeiros empresários, deixou-me a pensar. Bom, é de sublinhar que estes casos se passam na terra onde tudo é possível, nos EUA. A notícia aplaude implicitamente estes meninos prodígios que tão pequeninos (um dos casos tinha seis anos!) são tão empreendedores.
Mas eu só penso - «pobres crianças»! Tal como os actores infantis, ou os pequenos artistas, onde a noção de ‘trabalho infantil’ fica disfarçada com o «barulho das luzes» ( e neste caso a brincadeira da expressão parece tornar-se real porque metaforicamente são luzes-que-fazem-barulho ) é mais um caso onde uma época importante da vida está a ser desprezada com a maior inconsciência e até alegremente.
Estes meninos estão agora a ser pequenos empresários. OK. E quando é que vão ser crianças?
Uma coisa é «brincar a». É bom, é normal, é saudável, que se brinque a… Assim como se brinca aos polícias e ladrões, às mães e filhas, pode brincar-se aos teatros e imaginar-se ser uma cantora, ou aos inventores e inventar-se alguma coisa a sério. Até pode acontecer que a criança mostre ter talento nalgum destes campos e a família poderá, enquanto ela continua a crescer e a estudar, facilitar-lhe o treino nesses campos específicos. Mas impressiona-me muito ver estes meninos precoces, que se dedicam a trabalhos de gente crescida numa altura de vida onde deviam aproveitar e explorar a sua vida de criança. É que esse tempo passa e não volta.
Só se tem 10 anos ou 12, ou 8, uma vez na vida. Depois temos décadas para se ser adulto, maduro, responsável.
Mas para se ser criança o tempo é limitado e curto. Que desperdício deitá-lo fora!
Mas eu só penso - «pobres crianças»! Tal como os actores infantis, ou os pequenos artistas, onde a noção de ‘trabalho infantil’ fica disfarçada com o «barulho das luzes» ( e neste caso a brincadeira da expressão parece tornar-se real porque metaforicamente são luzes-que-fazem-barulho ) é mais um caso onde uma época importante da vida está a ser desprezada com a maior inconsciência e até alegremente.
Estes meninos estão agora a ser pequenos empresários. OK. E quando é que vão ser crianças?
Uma coisa é «brincar a». É bom, é normal, é saudável, que se brinque a… Assim como se brinca aos polícias e ladrões, às mães e filhas, pode brincar-se aos teatros e imaginar-se ser uma cantora, ou aos inventores e inventar-se alguma coisa a sério. Até pode acontecer que a criança mostre ter talento nalgum destes campos e a família poderá, enquanto ela continua a crescer e a estudar, facilitar-lhe o treino nesses campos específicos. Mas impressiona-me muito ver estes meninos precoces, que se dedicam a trabalhos de gente crescida numa altura de vida onde deviam aproveitar e explorar a sua vida de criança. É que esse tempo passa e não volta.
Só se tem 10 anos ou 12, ou 8, uma vez na vida. Depois temos décadas para se ser adulto, maduro, responsável.
Mas para se ser criança o tempo é limitado e curto. Que desperdício deitá-lo fora!
8 comentários:
Reconheço que este é o tipo de temas que te agrada, Emiéle ( a gente já te vai conhecendo...)
É verdade que também me parece que se deve viver as diferentes épocas da vida uma de cada vez, por assim dizer.
Mas os casos que falam neste artigo são mesmo excepcionais. Não é vulgar uma criança de 6 anos «inventar» uma coisa! Dá ideia de que os pais aproveitaram aqui o géniozinho...
Muito bem visto, isso do trabalho infantil. Fala-se muito, e eu até concordo, a respeito de trabalho infantil. A verdade é que muitas vezes chama-se "trabalho infantil" a uma coisa que acho que não é. quando um miudo ou uma miuda ajuda os pais no seu trabalho, está a trabalhar sim mas com toda a família, não é nenhuma exploração. E afinal esses actorzinhos ou cantores que são ainda crianças e não podem ter uma vida como os outros, podem ganhar muito, mas isso é mesmo trabalho infantil.
Tess
Vinha dizer o mesmo que acabou de dizer a Tess.
Apesar de ter outro estatuto, essas mini-vedetas estão mesmo a ser exploradas como trabalho infantil.
E quanto aos «empresários» isso é uma paródia. Quem trata de tudo só podem ser os adultos, está visto!
J.S.
Empresários????
Deve estar tudo doido, não?
Mas em qualquer parte do mundo não se tem de ter a maioridade para a responsabilidade de uma empresa? Não é o mesmo que a venda de jarros de limonada, para ter uns tostões mo mealheiro...
Eu gostei.
É tudo em miniatura. Patrões em miniatura, clientes em miniatura, e será que ganham dinheiro em miniatura...?
E também estudam? Pelo menos o de 6 anos convém aprender a ler e escrever.
Pobres crianças mesmo!
E são os papás que orgulhosamente as empurram (estou a falar do trabalho infantil na televisão que é tão bem aceite por todos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!)
só agora li os outros comentários e quero reafirmar aquilo que disse a Tess: se uma criança chega da escola e ajuda os pais (principalmente os que trabalham nas terras) isso é muito mal visto e é encarado pelos psi's como trabalho infantil, tadinhos dos meninos.
Mas trabalhar 7 ou 8 horas numa novela não é trabalho!
Grrrrrrrrr
Já devem saber que concordo muito com o ponto de vista que vocês aqui disseram e a Saltapocinhas resumiu sobre o trabalho e o trabalho infantil.
Nesta nossa sociedade enviesada, uma criança que ajuda os pais no trabalho do campo, o que não tem nada de mal se estiver dentro das suas capacidades, é vista como explorada e como trabalho infantil, e afinal as mini-vedetas da TV trabalham muitíssimo mais e num ambiente que é tudo menos saudável (ao contrário do campo) e é um trabalho bem visto.
Enviar um comentário