A pontualidade
Eu sinto-me com capacidade para falar, porque sou pontual. Sou-o desde pequena e sem dúvida também por educação, mas devo ter um gene qualquer que me dá a noção do tempo que preciso para as minhas tarefas, e não me deixa começar muitas coisas ao mesmo tempo se vejo que o tempo não chega. Ou seja, organizo-me bem.
Mas é fácil confirmar que sou uma excepção. Olho à volta e, de um modo mais ou menos risonho, a esmagadora maioria das pessoas usa o relógio com enorme tolerância. Aquele objecto é para dar uma ideia aproximada, mas sem exageros, mais meia hora menos meia hora o que é isso?...
Ora vem agora um estudo (mais um!!!) com conclusões que, apesar de me parecem um pouco excessivas, apontam uma consequência grave para este «deixar andar» assim à nossa moda – é que este desleixo com a pontualidade pode e tem consequências no caso das empresas. Andamos fartos de saber que elas não cumprem prazos, e aceita-se isso com aborrecimento mas resignação. «É assim…»
Penso ser um enorme exagero acreditar que, como lá se diz, 95% dos portugueses não são pontuais, apesar de, por curiosidade, 86,8 por cento dos questionados dizerem ser pontuais, «os outros» é que não são (!!!) contudo a frase «Dois terços das reuniões não começam à hora marcada, mais de metade delas não é sequer necessária e outra metade não possui uma agenda de trabalhos distribuída previamente, impossibilitando a devida preparação por parte dos participantes. E, mesmo quando existe uma agenda, em 40% dos casos ela acaba por não ser seguida.» isto sim, diz-me qualquer coisa… Não é essa a vossa experiência?
Aliás, um espelho desse «deixa andar» e dessa tolerância risonha para o não cumprimento de horários, é a nossa TV. Se excluirmos o telejornal e os jogos de futebol, o resto da programação começa quando começa e acaba quando acaba. Todos protestamos mas com pouca convicção.
Talvez por se saber que também somos assim e o relógio é apenas um objecto decorativo.
Mas é fácil confirmar que sou uma excepção. Olho à volta e, de um modo mais ou menos risonho, a esmagadora maioria das pessoas usa o relógio com enorme tolerância. Aquele objecto é para dar uma ideia aproximada, mas sem exageros, mais meia hora menos meia hora o que é isso?...
Ora vem agora um estudo (mais um!!!) com conclusões que, apesar de me parecem um pouco excessivas, apontam uma consequência grave para este «deixar andar» assim à nossa moda – é que este desleixo com a pontualidade pode e tem consequências no caso das empresas. Andamos fartos de saber que elas não cumprem prazos, e aceita-se isso com aborrecimento mas resignação. «É assim…»
Penso ser um enorme exagero acreditar que, como lá se diz, 95% dos portugueses não são pontuais, apesar de, por curiosidade, 86,8 por cento dos questionados dizerem ser pontuais, «os outros» é que não são (!!!) contudo a frase «Dois terços das reuniões não começam à hora marcada, mais de metade delas não é sequer necessária e outra metade não possui uma agenda de trabalhos distribuída previamente, impossibilitando a devida preparação por parte dos participantes. E, mesmo quando existe uma agenda, em 40% dos casos ela acaba por não ser seguida.» isto sim, diz-me qualquer coisa… Não é essa a vossa experiência?
Aliás, um espelho desse «deixa andar» e dessa tolerância risonha para o não cumprimento de horários, é a nossa TV. Se excluirmos o telejornal e os jogos de futebol, o resto da programação começa quando começa e acaba quando acaba. Todos protestamos mas com pouca convicção.
Talvez por se saber que também somos assim e o relógio é apenas um objecto decorativo.
8 comentários:
No meu caso não é bem assim. Os professores têm um horário a cumprir, são "escravos" do relógio. As reuniões começam à hora marcada e todos conhecem antecipadamente a ordem de trabalhos e esta é cunmprida. A reunião só começa atrasada quando a reunião anterior se prolongou. Quanto à "utilidade" das reuniões... bem, lá de vez em quando fazemos uma onde não se "aprende" nada, mas a grande maioria é útil e necessária.
Mas obviamente que tinha de ser assim. Basta olhar para as filas de trânsito que só se diluem a partir das 10H30 da manhã para perceber que a maioria dos portugueses que trabalham em Lisboa chegam atrasados aos seus locais de trabalho.
Raul, essa do atraso inicial, o dia «começar» logo mal é bem um sintoma. Há uns anos fiz um estágio em França. Como disse no post, sou realmente pontual, mas há imprevistos… Um dia cheguei um minuto atrasada. Era de facto um minuto! A directora do estágio de sobrolho carregado deu-me um raspanete! Daí para a frente, deixei de tomar o pequeno-almoço em casa, tomava o metro e, se tudo corresse bem, comia descansadamente o meu croissant num café ali ao pé, mas se acontecesse qualquer azar, seguia para lá directamente e pronto!
Bell, realmente o ensino tem esses padrões regulares. E até é de estranhar, se os miúdos passam tantos anos regulados por horários como é que chegam a adultos e não os cumprem… Claro que em todos os lugares que têm relógio de ponto, as horas de trabalho não são falseadas, simplesmente «vai-se entrando» entre as 9 e as 10, mesmo que à tarde também se saia ao longo de uma hora…
Viram a notícia no Expresso?
TAP é a pior da Europa na pontualidade
Isto é sintomático, ou não?
Sabes, vinha contar o meu caso e vi o coment da/o bell que o explica na perfeição.
"Antes" eu ERA pontual. Porque fui professora durante 12 anos. Criam-se hábitos, né? Se chegamos 1 minuto depois do segundo toque já não há alunos. Se chegamos atrsados a uma reunião de avaliação comprometemos todas as restantes. E por aí fora.
depois...entrei para a função pública com cargos políticos e assim...
Hoje é o caos.mas faço como tu os possíveis por nunca me atrasar quando tenho coisas marcadas. O princípio do dia é cumprido, depois, os atrasos de umas terefas marcam sucessivamente os atrasos das seguintes...
Mar - (continuas a não ser reconhecida como blogger? mas que raio! olha experiementa escrever em other, como deves ter feito, e escreveres o teu endereço de blog)
Quanto às reuniões, também tenho experiência disso. Mas tenho a minha opinião, que é se se marcar no início uma hora para terminar (sensata) depois terminamos mesmo!!! nem que se tenha de marcar outra. Até porque para além de um determinado tempo, já estamos tão cansados que aquilo não rende nada! Tenho dirigido muitas reuniões e gabo-me de raramente se prolongarem para além da hora combinada. Ás vezes acontece, interromper alguém que «anda em círculos» e sintetizar «Portanto o que queres dizer é...tal e tal». Se o fizer delicadamente, não levam a mal e os outros agradecem...
Não podia estar mais de acordo, nada justifica a falta de pontualidade,o informar na hora certa, etc., etc.. Se repararem bem, até na lei das Assembleias Gerais de qualquer coisa, há um artigo que diz : "... Se à hora marcada, não se encontrarem presentes mais de 50% dos membros, a assembleia reune com qualquer nº de membros, meia hora depois.".
Ora digam lá se isto não é um convite à não pontualidade e ao aproveitamento de situações para todos os gostos?
Bem visto!
É que já sabemos que só vale a pena chegar... meia hora depois!!!!
É mesmo assim.
:)
(quando reli a minha resposta acima, à Mar, senti que parecia que estava ali cheia de basófias; vamos ver, eu sou uma criatura com emensos defeitos, só que não tenho esse!)
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