segunda-feira, novembro 27, 2006

O transporte público



Como vivo em Lisboa, não posso falar por experiência própria.
Mas tenho vários amigos que vivem «nas linhas» - Sintra ou Cascais – e que ainda há uns anos traziam o carro para Lisboa, mas têm ido progressivamente desistindo.
Quem ouve falar, sobretudo na IC19, nem chega a entender como existe quem se meta naquele inferno. Claro que há quem me diga que se sair de casa bem cedinho, escapa ao engarrafamento. Mas o bem cedinho é de madrugada! Então para sair às 6 e meia da manhã, parece mais sensato apanhar um comboio que, a essa hora, também não virá a abarrotar. Porque o entrar em Lisboa comprimido numa massa enorme de carros, muitos deles com um único ocupante ou no máximo dois, andando a passo de caracol, e depois ainda procurar um lugar para estacionar, operação cada vez mais difícil, além de absurdo é começar o dia já com uma carga de stress em cima!
Parece que
está a aumentar o número de utilizadores de comboios
Não era sem tempo! Mas, a mim quer-me parecer que, apesar de tudo, o factor decisivo nem tem sido esse pára-arranca das filas da entrada em Lisboa e, se calhar, nem o preço da gasolina, deve ser sobretudo a dificuldade crescente do estacionamento e o seu preço aqui nesta cidade.
Porque esse problema, de difícil solução, parece estar de dia para dia pior. O certo é que quem reside em Lisboa, anda cada vez menos no seu carro a não ser que por milagre trabalhe num local que tenha estacionamento privativo. E isso é um sinal importante – assim a carris correspondesse com uma melhor resposta.

7 comentários:

Anónimo disse...

Olha Miguel (hoje ando atrás de ti...) digo exactamente o mesmo. Os comboios são pontualíssimos. se dizem 8 e 37 não é «pouco mais ou menos entre as 8 e meia e um quarot para as nove, como nos autocarros, é mesmo às 8 e 37! E esta linha de Cascais nem sequer vem muito cheia. É parvoíce vir de carro, com o metro logo ali!

cereja disse...

Olá!
Hoje ando um pouco por aqui, e posso responder já:
Parece que a linha de Sintra não é tão famosa, mas penso que também é pontual. E vocês têm razão, eles acertam até ao minuto!
É muito mais prático do que o pára arranca das estradas. E quando há acidentes na estrada ( o que acontece muitas vezes, não digo coisas graves, mas chapa amolgada) então é o fim da macacada!

Anónimo disse...

Sem querer ser desmancha-prazeres, mas este caso dos transportes é um exemplo perfeito do ovo e da galinha!!!
A malta anda de carro porque os transportes são muito lentos e não cumprem horários, e os transportes dizem que são lentos e não cumprem horários porque há demasiados carros!!!
Aliás, o que aqui vocês disseram sobre os comboios só ajuda o que eu digo - os comboios ou o metro, circulam muito bem e a tempo porque têm caminhos só para eles. Até acredito que se o mero de Lisboa fosse uma coisa «a sério», como em Londres ou Paris, muita gente deixava o carro em casa. Mas já viram que dentro de Lisboa só serve 2 ou 3 bairros? Não existe uma verdadeira REDE de metro, há 4 linhas que mal se cruzam.

Anónimo disse...

Pena foi, há anos, ter-se optado pela rodovia em vez da ferrovia. O resultado aqi está, estamos a anos luz, do desenvolvimento, encerraram-se vias que agora se reabrem, com que custos, e nós utentes, a pagar e a ser mal servidos.
Falo com conhecimento de causa, o ramal Évora - Estremoz - Vila Viçosa, as estações, lindíssimas, estão ao abandono e as populações, com transportes deficientes e, às vezes, sem transporte.E este, não é "um caso isolado".

cereja disse...

Raphael - Dizer que «mal se cruzam» já é seres generoso. Das 4, a azul e verde não se cuzam de todo, digamos que uma começa quando a outra acaba. A vermelha e verde também não se cruzam, uma nasce a meio da outra. Só a linha amarela é que com boa vontade se pode dizer que cruza a azul, mas apenas com mais uma estaçãozinha... E o metro seria excelente em Lisboa, mas por este andar nem daqui a 50 anos temos uma verdadeira 'rede'.
Zé Palmeiro - Perfeitamente certo! As opções de preferir a estrada em lugar do caminho de ferro, não foram das mais felizes.

Farpas disse...

Acredito que o aumento dos combustíveis e a crise que se vive não são factores indiferentes para esta mudança de actuação, mas é sempre de saudar!

cereja disse...

Lá isso não, farpas. mesmo nada «indiferentes», cá por mim são os motores principais dessa mudança, mas talvez experimentando as pessoas reconheçam aquilo que a malta aqui disse.