Comércio tradicional
Na aldeia ao lado da minha, onde costumo fazer as compras:
Era um talho onde nunca tinha entrado. Estava habituada ao senhor Zé, mais abaixo e, sei lá porquê, nunca tinha entrado na porta daquele. Mas o talho do senhor Zé estava fechado. Não sei porque é, se vai fazer obras, se está reformado, não há nenhum papel a explicar. Portanto fui ao outro, um pouco de pé atrás.
Pois é, para quem costuma fazer as suas compras nos grandes centros, isto é outro mundo!
Via-se logo que era empresa da família. Um pai e uma mãe, dois rapazes. O casal até tinha fotografia, tamanho postal e encaixilhada em frente do tabuleiro com os frangos e os peitos de peru. Quanto os filhos não era preciso nenhum teste de adn que aquilo era a cara chapada dos pais.
Todos afáveis, simpáticos, sobretudo os rapazes. Amáveis sem se «fazerem engraçados» que é coisa com que não engraço. Como estava lá pouca gente e eu queria várias coisas vieram logo dois atenderem-me para não estar à espera! Um deles foi picar a carne que eu pedi, perguntando se queria só vaca ou vaca e porco e, no fim de estar picada, atenciosamente veio perguntar se queria que passasse outra vez pela máquina. Pormenores simpáticos. Quanto ao frango que comprei e pedi para cortar para guisar, pensou um minuto e disse-me que ia lá dentro buscar outros que aqueles eram pequenos, depois de guisados ficavam com muito osso. Voltou de seguida com um belíssimo frango que só pesou depois de tirar as pontas das asas e um bocado da gordura. Assim se captam fregueses, não é?
Entretanto tinham entrado mais clientes, senhoras da terra de mais do que de meia idade perto da tal terceira que falavam dos netos e metiam-me a mim na conversa, sentia-me em casa!
Como eu tenha ouvido falar de umas espetadas que lá vendiam, explicaram-me que não as tinham já feitas mas faziam-nas num instante, e portanto esperei sentada numa cadeirinha de braços que lá tinham para os clientes! E já no final o rapaz explicou-me que não sendo o volume muito tinha distribuído por dois sacos para eu não levar muito peso de um lado só.
Conquistada! Nunca por nunca um talho de uma «grande superfície» me tratava assim!
Este pequeno comércio quando é bom, é muito bom!
Era um talho onde nunca tinha entrado. Estava habituada ao senhor Zé, mais abaixo e, sei lá porquê, nunca tinha entrado na porta daquele. Mas o talho do senhor Zé estava fechado. Não sei porque é, se vai fazer obras, se está reformado, não há nenhum papel a explicar. Portanto fui ao outro, um pouco de pé atrás.
Pois é, para quem costuma fazer as suas compras nos grandes centros, isto é outro mundo!
Via-se logo que era empresa da família. Um pai e uma mãe, dois rapazes. O casal até tinha fotografia, tamanho postal e encaixilhada em frente do tabuleiro com os frangos e os peitos de peru. Quanto os filhos não era preciso nenhum teste de adn que aquilo era a cara chapada dos pais.
Todos afáveis, simpáticos, sobretudo os rapazes. Amáveis sem se «fazerem engraçados» que é coisa com que não engraço. Como estava lá pouca gente e eu queria várias coisas vieram logo dois atenderem-me para não estar à espera! Um deles foi picar a carne que eu pedi, perguntando se queria só vaca ou vaca e porco e, no fim de estar picada, atenciosamente veio perguntar se queria que passasse outra vez pela máquina. Pormenores simpáticos. Quanto ao frango que comprei e pedi para cortar para guisar, pensou um minuto e disse-me que ia lá dentro buscar outros que aqueles eram pequenos, depois de guisados ficavam com muito osso. Voltou de seguida com um belíssimo frango que só pesou depois de tirar as pontas das asas e um bocado da gordura. Assim se captam fregueses, não é?
Entretanto tinham entrado mais clientes, senhoras da terra de mais do que de meia idade perto da tal terceira que falavam dos netos e metiam-me a mim na conversa, sentia-me em casa!
Como eu tenha ouvido falar de umas espetadas que lá vendiam, explicaram-me que não as tinham já feitas mas faziam-nas num instante, e portanto esperei sentada numa cadeirinha de braços que lá tinham para os clientes! E já no final o rapaz explicou-me que não sendo o volume muito tinha distribuído por dois sacos para eu não levar muito peso de um lado só.
Conquistada! Nunca por nunca um talho de uma «grande superfície» me tratava assim!
Este pequeno comércio quando é bom, é muito bom!
21 comentários:
Tinha de ser!
Um post levezinho, depois de ontem!!!!
Que energia com que a malta anda! :)
O comércio tradicional, como dizes, quando é bom é excelente até!
Conheces aquele jogo de cartas para crianças «Famílias Felizes»?
Foi do que me lembrei: todos pescadores, o pai pesca, a mãe faz redes, a avó arranja o peixe, a filha arranja iscos, o filho... sei lá, há muito que não jogo!!!
Mas o post é giro e como disse o nick, 'desanuvia' de ontem
Desanuvia sim, Joaninha...Tambem concordo que o comércio tradicional é simpático, mas tambem vendem gato por lebre...
Já me aconteceu....
Dou-me bem com as grandes superficies , além de grande variedade de escolha posso escolher á vontade sem favores!
Esta semana com as obras e tendo de fazer várias compras , reparei que alem de me tecerem elogios do estilo" que bonita " Hum!! ainda levo com dois beijos de despedida e volte sempre
Há uns tempos isto era impensável e para mim significou estratégia de captação de clientes.
CRISE.
d
O Kikas então agora contra o comércio tradicional? Não estarás numa fase de é mau porque não?
Agora quem me tira um bom fim de semana bem passado num centro comercial tira-me tudo, e nenhum comércio tradicional me pode dar esse prazer.
Tal como dizes é um tanto de extremos. Quando são trombudos e antipáticos até são muito, e não têm o chefe a chamar-lhes a atenção como numa loja grande, mas quando são simpáticos é uma delícia!
(também me lembrei desse jogo! os meus filhos achavam muita graça, ver uma família avós, pais, filhos, com a mesma profissão; tinha muita piada!!!)
Oh Kika, quem não gosta de ouvir «Que bonita!» e dois beijinhos!!!!
:)
Achei graça à Kika, e para mim conjugando essa coisa do «comércio tradicional»(???) e esse atendimento «carinhoso» nada melhor do que um mercado, aquele de que o Paulo Portas tanto gosta: as vendedeiras da praça todas gritam «venha cá minha querida! olhe que fresco o meu peixe!!» «Ai, amor! não leva nada hoje?...»
eheheheh!!! :)
De resto esta boa recordação dos tempos de férias, sabe bem, mas afinal é para quem tem tempo. Nos supers tens tudo embalado, etiquetado, pesado, é só meter no carrinho e pagar.
Sabe bem, não é?
Slow shopping...
Uma ideia, duas vertentes!
Gostei da explicação da Emiéle e concordo inteiramente com o comércio tradicional.
Quem é que nunca foi a uma grande superfície e comprou uma belíssima embalagem de carne, que chegados a casa se verificou, ser só por cima, o que estava à mostra?
Bom, eu vivo numa terra paradoxal. Há duas grandes superfícies uma oriunda e dominante aí do continente e outra, masmo cá dos Açores. Ambas têm talho, para além das prateleiras de carne embalada, sendo que, a de cá, priveligia o talho com atendimento personalizado a uma escala invejável e, só vos digo, dá gosto. 1º pela qualidade do atendimento, em tudo igual ao que a Emiéle expressa e depois a qualidade do produto. O que vale é que há gente para tudo e daí não vem nenhum mal ao mundo. Será que quem nos governa vai ao talho? Falo desses aí, porque os de cá vão!
Mary deste (me) uma ideia gira: ver o PPortas ao contrário, isto é , ele ser um feirante. Como seria?
É isso mesmo, Z Palmeiro!
Quem embala a carne ou o peixe ou os legumes deve ter uma curso de formação especial, porque o que está por cima, aquilo que se vê dá uma ideia que pouco tem a ver com o que se descobre quando abrimos a embalagem!
Mas é certo que a grande parte dos Pingos Doces ou Continentes têm um talho e peixaria «normais», onde se pode escolher o que levamos.
Mas, a minha experiência é que o atendimento não é como o desse talho que nos contas ou como diz o Z. Palmeiro.
Belíssima descrição da tua ida ao talho e do teu - "senti-me em casa"!
Eu já tenho dito que moro numa cidade pequena (em relação a Lisboa, Porto e outras), então, deveria ser fácil encontrar-se, aqui, esse tipo de comércio tradicional mas, não, já começa a rarear - não escapamos ao "boom" das grandes superfícies...
O meu "sinto-me em casa" é no mercado - na praça, como se usa dizer por cá, com a tendinha dos queijos onde, de repente, provas 4 qualidades de queijo com um pedacinho de pão a acompanhar, ficando a faltar uma taça de vinho, (um dia destes sugiro-lhe que venda vinho à taça, eheh) - o senhor dos legumes:- "hoje não leve a couve, não é do seu agrado"...Isto, para mim, é, também, qualidade de vida.
Bem visto, Maria :)
Também acho que isso é «qualidade de vida»
Cá em baixo também se chama 'praça' :) e são mais familiares pelo que sei
EH fJ!!
Não sou nada contra o comércio tradicional e há produtos fantasticos nessas loginhas, então aqui no Porto existem lojas tão tradicionais que ´de quando em vez lá aparece o enaltecimento na televisão, em reportagem. Não esquecendo o nosso querido Bolhão, ao qual só falta estacionamento, para eu pelo menos uma vez por semana ser tratada, como o Paulinho e não só muito jet-set passa por lá..."Oh Amor , venha cá olhe que fresquinho" , mas lá as coisas têm mesmo qualidade, a sério.
A grande superficie tem tudo e nem sempre há tempo para andar a saltitar.O centro comercial em si, não, apenas e quase só quando vou ao cinema.
Eu moro numa cidade imeeeensa, mas existem os bairros onde tem os comércios tradicionais e eu adoro, pelas histórias que saem de lá!
Agora, o que mais gosto mesmo, é da feira livre que eu vou aos domingos para comprar frutas e legumes. É enorme!
Entretanto, as bancas que sempre vou, me conhecem pelo nome, apesar da quantidade de gente que circula por ali. Separam para mim as frutas ou os legumes do jeito que eu gosto.
Em especial, a banca de frutas. É a mais cara da feira, mas dela eu não abro mão, porque acaba sendo a mais barata para mim.
Se eu pergunto se as ameixas estão boas, ele logo diz que não, para levar os pessegos, que estão doces. Na saída, depois de ter comprado frutas caras e às vezes importadas, ele ainda acrescenta outras tantas como brinde e os limões que são da chácara dele. Impagável! :)
Entendo bem o qeu voce contou... Tem certas conquistas que são arrebatodoras! :))
beijinhos
Por causa do humor do fj, acabei por dizer o que a Mary já tinha dito.
e leia-se lojinha pf
Desculpa lá Kikas, mas com as tuas últimas tomadas de posição, particularmente a do comércio tradicional, pensei que ias assumir oficialmente o cargo de chefe da oposição do pópulo. Estaria bem entregue e terias acesso aos mesmos dados a que tem a emiele ( menos umas coisitas, claro ). Ansioso por ver os teus comentários de amanhã, para se são conciliadores ou se continuam essa oposição, tão feroz quanto legítima. Qualquer polémica sobre grandes superfícies cessa, para mim,quando penso nos fins de semana paradisíacos que lá passo,em especial no verão ou no Natal. Estes existem ali e só ali, para quê saber de atendimentos personalizados? Aguardo ansiosamente amanhã, para ver teus comentários e argumentos, que, sinceramente, me parecem levemente inferiores aqueles. :)
Só muito ligeiramente.
Oh fj cargo tenho eu, obg pela sugestão...
Quanto ao esperares ansiosamente pelos comentários de amanhã, que tal um Victan? ou um whisky talvez..
Não cobro pela receita!!!
Good night!
Olá, Bom Dia a todos! : )
Como vêm o tema não é tão insosso como isso… O que achei engraçado aqui - e vejo isso em mais de uma loja e até no restaurante/tasca da aldeia onde estou a passar as férias, é ser a «empresa da família». Como disse, lá nesse talho estavam os pais e os filhos; na outra loja onde vou comprar frescos e mercearia, está também o pai, a mãe, a filha e a avó; e neste restaurante está a mãe na cozinha, o pai a tratar dos abastecimentos, e os filhos a servir às mesas… Em Lisboa, mesmo nas pequenas lojas do meu bairro, não se nota isso.
Mas a Kika tem razão, nas grandes superfícies é mais prático e mais barato. As grandes compras do mês também as faço num hipermercado que depois mas trazem a casa - é muito prático! Mas, como diz o anúncio «não é a mesma coisa»…
Senhora, não pensei que numa cidade grande como a tua existissem feiras dessas. Que engraçado e que bom!
O fj decidiu brincar com a Kika, e a Kika com o fj, e assim vai o mundo!
Maria, é isso que nos dá muita confiança, quando numa loja alguém nos dá a entender que não devemos levar qualquer coisa. Uma vez escrevi por aqui um post exactamente porque se costuma dizer que a pergunta «os bolos são frescos?» é o máximo da patetice, mas uma vez sem eu perguntar me disserem «não leve esse que não está muito fresco, leve este que saiu agora do forno» e fiquei encantada.
É engraçado Zé Palmeiro os dois supermercados, o da grande cadeia, e o da terra. E ainda bem que se pode escolher, não é? Nisso a Kika tem razão, o bom é podermos escolher entre o tipo de atendimento que se deseja.
Kikas receita preciosa. Mas como não referes se a toma dos dois( um não exclui o outro,não é?)será diacrónica ou sincrónica, ( é brincadeira com emiele, e comigo, que nunca diferenciei bem os termos, é mais ou menos como os fusos horários e a menina que está em todos os comboios e sabe os atrasos e tudo )resolvi tomá-los juntos, diacrónicamente, julgo. Mas nada, a ansiedade permanece. Daqui um pedido especial : que o populo mude mesmo às 24 horas, se não não aguento, será mais uma noite em claro!
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