segunda-feira, julho 13, 2009

Teatro em Almada


Que me recorde, desde que tenho um blog que tenho sempre referido o início (e muitas vezes mais do que o início) do Festival de Teatro de Almada.
Eu gosto de Teatro. Muito. Pode não parecer porque nem sempre assisto a todas as peças que são encenadas e exibidas aqui em Lisboa, que afinal é a minha zona de fácil acesso e, pensando bem, não tenho uma grande justificação para o não fazer, porque tempo para as coisas que nos interessam arranja-se sempre, e o custo não é tão elevado como isso. Mas reconheço que muitas vezes estreiam-se e saem de cartaz peças que eu teria gostado de ver mas… A desculpa mais verdadeira e sincera é que muitas vezes elas estão menos tempo em cena do que eu esperaria, e quando decido ir já a peça lá não está.
Mas voltando ao Festival de Almada:
É o nosso Grande festival. Pela quantidade e qualidade das obras que são exibidas, é sempre de não perder. E, como disse, tenho sempre chamado a atenção para o seu início, excepto este ano.
Sinto-me envergonhada porque, falando sinceramente, a verdade é que simplesmente me esqueci. Nunca tal me tinha acontecido! É certo que tenho andado preocupada com outras coisas, mas… Foi necessário, na sexta-feira, uma amiga ter falado nele para eu «acordar»!
Está já a decorrer desde o dia 4, e vai ocupar ainda toda esta semana. Em vários palcos como é costume, e dividindo-se em Almada e Lisboa. Começou com «As criadas» de Genet e vai terminar com a «Comédia Mosqueta» encenada por Mário Barradas, como seria de esperar.
Desta vez, dada esta minha distracção, sei que já só vou conseguir ir a um ou dois espectáculos, mas quando penso neste Festival recordo sempre um ano (já nem sei bem quando, mas foi há mais de 10 anos) em que, pela primeira vez, comprei a assinatura para todos os espectáculos. Tínhamos ido, eu e o meu filho, assistir ao «lançamento» do Festival e ele pediu-me para comprar também uma assinatura para ele. Não era má ideia e assim fiz. Mas acontece que tinha em mãos, nessa altura, um trabalho muito exigente e cansativo e o rapaz ‘exigiu-me’ que fôssemos a todos os que fosse possível – digo assim porque como muitas vezes havia peças que decorriam ao mesmo tempo em palcos diferentes, nesses casos era materialmente impossível!
Ou seja, mesmo para alguém que gosta muito de Teatro, a maratona de ir todos os dias da semana a correr para Almada e regressar já bem tarde para no dia seguinte começar a trabalhar de manhãzinha, foi uma estafa.
Mas certo é que recordo a temporada desse tal ano com um sorriso. Uma barrigada de Teatro que, se por um lado me deixou estafada por outro lado foi um consolo porque assisti a alguns dos melhores espectáculos de que me recordo.
E acredito que este ano também vai ser muito bom!

16 comentários:

kika disse...

Gosto muito de teatro, mas a esse ponto que referes, tudo de uma assentada, não seria capaz!!
Aliás tudo me satura se for em excesso.Mas tempo para o que se gosta arranja-se sempre e compreendo perfeitamente a tua motivação para tal estafa, que hoje recordas com um sorriso....

Unknown disse...

Bom dia Emiéle,
Também adoro Teatro e este ano não vou poder ir; mais uma vez o programa é belíssimo como é hábito do "Festival".Já fiz algumas "maratonas", como dizes, mas, desde que não vivo em Lisboa é-me mais difícil acompanhar. Gostaria de rever "A comédia Mosqueta" e " Demo, um musical Praga" este último espectáculo pela espírito vanguardista da Companhia "Teatro Praga".
Aproveita que ainda vais a tempo e
os espectáculos estão bem distribuídos.

kika disse...

Deixaste um link, para ver mais logo á noite com calma!

Joaninha disse...

Olha amiga, a nossa «sorte» de viver em Lisboa tem estas coisas. Se por um lado há desvantagens, a nível do que podemos chamar qualidade de vida, que noutros pontos é bem melhor, o certo é que a Agenda Cultural é melhor do que na maioria dos outros sítios!
O Festival de Almada é um marco! e eu adoro aquilo de ser em grande parte ao ar livre, até parece que se voltou à Grécia, ou coisa assim!....
Este ano o programa é mesmo bom.

Joaninha disse...

Esqueci-me de falar na tua «maratona»...
:)))
Ehehehe!! Que estafa, menina! Só mesmo para fazer a vontade ao teu rebento. e pelos vistos ele também gosta de Teatro. (ou é muito poupadinho, e queria aproveitar o que estava pago?... :)!!!!)

sem-nick disse...

És um anjo em chamares a atenção, porque também me passava desapercebido! Realmente já perdi alguns que gostaria de ter visto, mas não sei se arranjaria tempo.
De qualquer modo, como o DEMO, UM MUSICAL PRAGA, vai no S. Luís, esse quero ver se arranjo bilhetes.

'Brigado, ou Bem-hajas como dizem lá para o norte...
:)

josé palmeiro disse...

Bem, ainda chegaste a tempo e fizeste bem em lembrar esse festival, nascido de uma "lenda do Teatro português", o "Teatro de Campolide". Como o tempo passa...
O Joaquim Benite, sempre foi um divulgador da Arte de Talma e com a ida para Almada, erguru aquele que é um marco no panorama teatral português e peninsular.
Felismente, há mais e eu recordo aqui o ACERT, que em Tondela, tem lutado contra tudo e contra todose o Bando, em Palmela e todos os outros que anonimamente se vão desmultiplicando a fazer coisas para bem dos que gostam e opções para os que andam nas franjas do gosto.
Ainda, há dias, um grupo de amigos, aqui em S. Miguel, resolveu juntar-se e levar a cabo um espectaculo de teatro popular com a adaptação do conto popular "O Príncipe com Orelhas de Burro", com adaptação de Couto Viana, que foi um gosto ver, o trabalho e a dedicação daquele punhado de amadores, que decidiram levar a cabo tal tarefa.
Referindo-me à história que contas da maratona que resolveste correr com o teu filho, deve ter sido um excelente desafio e, pelo que depreendo com inteiro êxito. Depois, há idades para tudo e em casos como o que descreves, até nos desdobramos todos, não é?
O maior êxito ao Festival de Almada e os votos para que ainda possas ver, alguma coisa, que vale a pena, sem dúvida.
Já agora, referir que, o Mário Barradas é açoriano.

Anónimo disse...

Desta vez também nem reparei que tinha começado.
É um bom Festival, sim senhora.
Mas nunca teria paciência para ir lá TODOS os dias...
Nem Teatro nem Cinema!
Gosto muito, mas é para ver devagarinho...

cereja disse...

De facto, King, ir lá todos os dias depois de um dia de trabalho duro e que ainda por cima recomeçava todas as manhãs às nove, foi dose!!! Só mesmo por ter achado graça ao «capricho» do meu filhote. Sem-nick, esse se ainda houver bilhetes é um dos que penso apanhar ainda.
Zé Palmeiro, é tal como dizes, a sementinha veio do Grupo de Teatro de Campolide, por onde passou muita gente que amava o Teatro do coração.
Não me lembrava que o Mário Barradas era açoriano; lembrava-me bem que tinha estado em Moçambique, mas a origem já não sabia, contudo agora que o dizes, havia um sotaquezinho que dava uma pista...
:)

AB disse...

Pois desta vez estou eu espectadora atenta...várias coisas muito boas outras nem tanto como aliás seria de esperar que isto da qualidade nem sempre é a mesma para todos...Aproveito para agradecer à Emiele a mensagem que me mandou e o facto de não ter ainda entrado em contacto desde que cheguei-mas como ela diz-não tive tempo por causa do Festival.Quanto às coisas ao ar livre de que fala a Joaninha,apenas uma peça do teatro Circolando do Porto aliás considerado "grupo de Honra". Há algumas outras manifestações avulsas de canto ou dança um bocadinho à maneira de "intermezzo".AB

fj disse...

Deve ser lindas essas noites de teatro no ar livre.
AB é mesmo a AB? se sim bemvinda de volta.

sem-nick disse...

Olha a AB que regressou! Ao tempo que não a líamos...
Para quem estiver interessado: Telefonei a vários amigos e isso dos bilhetes ou já os tínhamos ou... Sobretudo para os melhores espectáculos, está mesmo esgotado.
Paciência!

fj disse...

PSD: o rapaz deve ser chato!

cereja disse...

Bem, estive agora a falar com a AB (é a própria, sim) e percebi que algumas coisas eu estava desactualizada. Já há alguns anos que coincide o que tenho visto do Festival de Almada é em Teatros «normais» porque como se sabe as diversas peças distribuem-se por vários locais. E eu própria relembrava mesmo o palco grande da Escola D. António da Costa era - na minha memória - ao ar livre. Recordo ter lá visto uma peça tunisiana ou marroquina, que na altura me atrevi a ver por pensar que era falada em francês, mas era em árabe e não entendi nada. Para além dessa frustração, vim com algumas nódoas negras nas costas porque quem se sentou na bancada atrás de mim era muito remexido...
:)

cereja disse...

... o rapaz é de ideias fixas e a mãe de coração mole!
:))

josé palmeiro disse...

Voltei e dei com a novidade, a volta da AB.
Viva, amiga e comprovinciana, já tinha imensas saudades.
Aproveito para dar mais uma informação sobre o Mário Barradas, para além do que já foi dito, também foi um dos grandes responsáveis do CENDREV, Centro de Arte Drámática de Évora.