sexta-feira, junho 26, 2009

Positivo e negativo


Como sabemos, tem havido no mês de Junho um calor terrível dias de um calor terrível e, no último fim-de-semana, muita e muita gente procurou o fresco da beira-mar. Deu-se uma imigração massiva para as praias, tanto quanto percebi (quem não foi é porque achou que só o esforço de se deslocar já era excessivo…)
E, curiosamente, o conforto de nos transportarmos até à praia em carro próprio, que é algo relativamente recente, tem um efeito perverso. Passo a explicar a minha ideia:
Há muitos anos (os mais novos de 30 anos nem se recordam de tal…) só algumas pessoas, as mais abastadas, tinham o luxo de possuir carro próprio. Quase toda a gente, andava de autocarro, eléctrico, comboio, camioneta, ou até em situações de urgência, de táxi, mas o automóvel era luxo de muito poucos. Portanto, quando se ia à praia ou se alugava uma casa junto dela e portanto ia-se simplesmente a pé, ou se escolhia uma camioneta ou um comboio que nos deixasse lá perto.
Não seria muito bom porque tínhamos de carregar com o material de praia até à camioneta ou ao transporte que servisse para esse fim e, nem sei se por isso, não havia tanto o hábito de ir à praia como há hoje, que mal começa a fazer bom tempo corre-se para lá em massa.
Quando os carros começaram a ser mais comuns sentia-se que a comodidade era bem maior! Que delícia, íamos até quase junto da areia e, mesmo que o carro não pudesse ficar ali, deixava-se a família, os sacos, o guarda-sol, e ia-se estacionar um pouco mais à frente. Excelente.

Acontece que entretanto a ‘democratização’ do transporte privado, alterou as regras. Hoje em dia, a cada metro quadrado de areia ocupado por uma pessoa correspondem 4 metros de estacionamento ocupados por uma viatura. Ou seja, cada praia precisa de ter uma zona de estacionamento bem maior do que ela própria. Lembro-me de que a praia onde eu costumava ir tinha uma camioneta que fazia carreira entre o larguinho junto à praia e a vila mais próxima. Claro que quem ia de camioneta tinha de conhecer o horário para estar na paragem e essa carreira acabava no final da tarde, mas era uma opção e cómoda de certa forma.
Ora desde há alguns anos que isso acabou. O estacionamento transbordante por tudo o que é sítio nos dois lados da estrada, fez com que a camioneta não conseguisse passar e a empresa desistiu.
Ou seja, aquela é uma praia que passou a só ter acesso de carro e, ou temos a sorte de apanhar um lugar de alguém que está de saída ou somos obrigados a andar uns bons quilómetros a pé.

De tirar a vontade de lá ir!
Foi o que me aconteceu o fim-de-semana passado. Ao ver o tamanho da fila dos carros já estacionados, fiz meia volta e regressei a casa!
Livra!!!
Será que neste será melhor?

12 comentários:

Anónimo disse...

Huuummm...
Tenho o palpite que este post estava escrito aí desde o fim-de-semana e só entrou hoje.
Porque o tempo está a variar. Bem mais fresco e já ouvi que no Domingo chove!
Sem nenhuma originalidade, penso que o tempo anda maluco!

Quanto a esses tempo em que se alugava uma casinha para as férias na praia, hoje também se faz mas em «time sharing». Outros tempos! Porque não é 'uma casinha' e sim um apartamento, e sai os olhos da cara muitas vezes.
E parece-me que só mesmo os pobrezinhos é que vão à praia sem ser de carro. Porque mesmo quando não é o próprio, é com amigos, ou familiares. O transporte público está em decadência.

Anónimo disse...

Tchi, que comentário mais mal escrito...
Disse a palavra «tempo» umas 5 vezes em poucas linhas.
Decididamente nunca vou criar um blog - se escrevo à pressa escrevo mal para caraças!

fj disse...

eh pá não serás que tens tempo a mais e fazes esta redistribuição, bem intencionada, em principio, nada ha de melhor do que oferecer tampo aos outros ( suponho que estás a oferecer...), na maior parte dos casos, mas estás a faze_lo de maneira tão canhestra que nos obriga esta longa e monotona prosa,Ensaio sobre o tempo? Estamos gratos, mas vê lá se aprendes a escrever melhor, porra já é tempo!Ps: ainda não tocou o telefone com o convite para provedor, mas ouvi dizer que já estão a procurar nos Es ainda pode cá vhegar. O pior foi a rival que me saiu ao caminho, verdadeira arrasa candidatos. Pode ser que morra atropelada ou fique desfigurada na explosão de uma panela, sabe-se lá...

josé palmeiro disse...

FJ, com esta "guerra" pela provedoria, nunca mais lá chegaremos.
Depois do que li, rasgo tudo, deito tudo no caizote do lixo e tento ir à praia.
Agora o post.
Eu precebo a tua intenção e a actitude. Com esta imensa inflação de veículos, eu, que sou um dos que me não atrai a prais por aí além, fico com um excelente alibi para não ir.
Os tempos que descreves, já foram e eu, dou-me por feliz por ter uma casa em Loulé e a costa lá em baixo a cerca de doze quilómetros, isto no Algarve. Depois aqui nos Açores, com o mar, logo ali, vou quando me apetece, à hora que me apetece e ao local que me apetece, isto se o tempo o permitir, o que não é o caso, uma vez que desde ontem á tarde que chove ineterruptamente.
Há que, urgentemente, reabilitarmos o transporte público!

Joaninha disse...

Ai Emiéle, fizeste-me tantas saudades... Belos tempos em que se alugava uma casinha junto à praia nem que fosse por 8 dias, e nem era cara. Depois era só atravessar a estrada ou coisa assim
E ainda conheço quem o faça, para a Nazaré, S. Martinho, praias desse tipo onde há menos o time-sharing, alugam uma casinha de pescadores.
Mas é evidente que dantes não se ia tanto á praia. Era nas férias, não se ia ao fim-de-semana.

cereja disse...

Claro Zé, quem mora mesmo no Algarve é o ideal. Uma prima minha que nasceu em Portimão, saia do liceu e ia ver o por-do-sol à Rocha ... Claro que agora, diz que «aquilo» não é a sua praia, são mamarrachos incríveis a tapar tudo ! e imagino que aí nos Açores também os acessos à praia sejam bem fáceis.

King, de facto como disse o FJ tens para aí tempo a dar com um pau!!! Eheheheh! Mas é certo que «os tempos» são mesmo outros.

Pois é Joaninha, há umas dezenas de anos (ou seja antes do advento do automóvel privado para todos...) essa coisa da 'praia' de fim de semana não era nada costume. Mas eu acho muito bem, o que não acho é nem conseguir lá ir por excesso de tráfego e falta de estacionamento!...

sem-nick disse...

Pois é. As duas faces da moeda, é bom e mau

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Não ligues King, eu apreciei a tua música em compasso quaternário - 4 "tempos", o que fez do teu comentário uma bela "batida"!!!
Eu, quando vivia em Lisboa, nos anos 80, já achava uma odisseia ir à praia ao fim de semana, mesmo indo de autocarro, fazia-o com a convicção que os benefícios de "fazer praia" (expressão que o meu marido estranhava, por ser ilhéu) com os meus filhos, eram grandes, hoje sabemos que já não é bem assim.
Já não sei, felizmente o que é ir à praia nas condições que falas Emiéle, vivo agora perto do mar, como já disse e só lá vou ao princípio do dia e assim tenho a praia, quase toda, só para mim.
( Emiliéle, ontem não pude cá vir, como está a borbulha, aconselho-te, embora tarde, uma máscara de argila, é muito eficaz. Boa festa!)

O comentário eliminado foi meu, por lapso.

Didas disse...

Calor terrível, só se for por aí mesmo! :(

saltapocinhas disse...

Eu prefiro ficar em casa ao domingo!
Para mim, praia ao fim de semana só no algarve porque lá alugo casa e ando sempre a pé!

Se calhar este fim de semana não via ster problemas: parece que vai chover! Sendo assim, não haverá trânsito!

cereja disse...

Olá, gentes!
Não respondi na sexta porque cheguei a casa tarde (tive a tal festa da borbulha) e fui de fim-de-semana.
Realmente desta vez praia nem vê-la!!! Aquilo tinha sido escrito há 8 dias.
:)