quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Não quero ser do contra mas..

As crianças (e se calhar não só elas) comem excesso de açúcar. É uma prova de carinho oferecer um bolo, um bom-bom, um rebuçado, um caramelo, um chupa-chupa. O adulto deu uma vez ou duas, a criança gostou, passou a pedir e a receber. E depois é o plano inclinado, vem o hábito que é quase um vício – só se está bem a mastigar alguma coisa doce.
O 'primeiro mundo' deu conta de que isso era mau. Já há países onde se instituiu o «dia do doce» ou seja durante a semana só se come doces um único dia. Por cá dão-se alguns passos tímidos, e um deles foi evitar que as escolas vendam produtos desse tipo. Estimular uma alimentação com mais fibras, frutas, legumes.
Bem, mas é claro que para as empresas que fabricavam os doces estas medidas «proibicionistas» são nefastas e de que maneira! Portanto começam a imaginar formas de lhes dar a volta, o que até me parece bem, estimula a criatividade.
Contudo, uma empresa que imaginou rebuçados com cálcio e vitamina C parece-me estar a disparar ao lado... Claro que quando o responsável diz « [...]a nossa mais-valia é podermos fazer esses rebuçados com açúcar ou sem açúcar, a decisão é nossa» sempre compõe o ramalhete, mas afinal são rebuçados ou não são rebuçados? E levam cálcio e vitaminas como? Em que quantidades?
Depois, esta empresa já embalada com o freio nos dentes, vai por aí fora e pensa em produtos semelhantes para os mais velhos, aí «um com ómega 3 e um outro com anti-oxidantes» (!!)

Valha-me um santo qualquer, patrono do bom-senso! Todos estes produtos, que felizmente existem na natureza, são úteis para a saúde, mas com conta, peso e medida. Claro que o cálcio faz bem a uma criança, mas se passar o dia a chupar «rebuçados de cálcio» pode calcificar demais. Assim como qualquer dos outros exemplos.
Não sei o que dirá disto um nutricionista isento, mas tenho curiosidade.

10 comentários:

fj disse...

Então, cada um que se defenda...
Entendo os motivos da firma, mas também me parece que não se combate o excesso de uso do açúcar juntando outras coisas que por acaso até podem fazer bem...

Anónimo disse...

É das tais coisas, a história do «Zé compõe-te» - se tapa por um lado, destapa por outro.
É tudo uma questão de educação,não é? Saber ensinar uma criança a comer, não é deixar que coma pela sua mão e não suje o babette, é sobretudo aprender a comer produtos saudáveis e que lhe fazem bem.
Cá por mim, com algumas excepções, todas as crianças podem gostar de comer aquilo que devem, se forem ensinadas desde pequeninas. Obviamente que existe uma coisa ou outra de que não gostam mesmo nada, mas se forem habituadas a comer de tudo, são raros esses produtos.
E essa coisa do excesso de açúcares e de gorduras é conhecido. Nem vale a pena bater mais no ceguinho, só que concordo que essa «solução» não responde a nada, e atira areia para os olhos

Anónimo disse...

Gostei dessa do «nutricionista isento». É que estou convencida que eles se apoiaram a parecerem de nutricionistas mas... deve ter-lhes sido pedido argumentos para defenderem as suas ideias!
E nestas coisas, há sempre bons argumentos para o sim e para o não!

Anónimo disse...

Mary conheço uma nutricionista que só de olhar me dá uma desconfiança....agora está um pouquinho melhor suponho que por ter consultado...outro/a nutricionista.AB

Anónimo disse...

AB, estarás a pensar numa que eu também conheço?....
:)
Não se deve olhar ao espelho, mas tem escrito livros que se vendem, e até acredito que seja competente, pelo menos e muito inteligente, mas não faz auto-propaganda não...
Eheheheh!

Olhem, como aqui a Joaninha disse, tudo depende dos paizinhos que têm. Conheço putos exemplares, comem um pouco de tudo e não abusam de nada, e outros que só com um açaime (há disso?)

Anónimo disse...

Claro que os pais estão na origem de tudo, mas olhem que a sociedade também ajuda muito. Se os colega de escola passarem o tempo a comer batatas fritas de pacote, sugus, e se uma refeição em restaurante é no MacDonald's ou no Pizza qualquer coisa, não adiante muito aquilo que os pais digam.
Tem de haver toda uma mudança de mentalidade. E essa coisa da publicidade dirigida às crianças também é outra que tal. É verdade que o Popeye comia espinafres mas eram de lata, e aquilo também era publicidade!... Nem os espinafres escapam!

josé palmeiro disse...

Já o Pessoa dizia: "come chocolates...."
Quanto às nutricionistas e aos nutricionistas, são como quem os contrata quer e o mercado exige. Valores, onde é que eles vão...

cereja disse...

Pois era onde eu queria chegar, Zé, quando disse «um nutricionista isento» porque deve haver, mas quando são contratados por empresas têm de fazer o frete e não deve ser difícil empolar alguns aspectos...

saltapocinhas disse...

só poderá dizer mal...
juntar um suplemento alimentar a uma gulodice, não me parece correcto.
se a alimentação for correcta, não é preciso mais cálcio!
e o cálcio em excesso é muito perigoso!!

cereja disse...

É exactamente a minha opinião. Essa coisa de se dar suplementos, só deve ser feito quando a alimentação é deficiente, e não se deve partir logo desse princípio. Também sei isso do cálcio. E a tal vitamina C, não será melhor o miúdo comer uma laranja, uma tangerina, uma peça dessas que tem a tal vitamina e até é doce, mas tem fibras e outras coisas que fazem bem melhor do que o açúcar do rebuçado...