Um mau perder
É certo que nada obriga um político a ter fair-play. Nem mesmo os desportistas, para quem eu creio o termo foi inventado, na maioria das vezes o mostram, quanto mais quem o não é.
E estamos habituados a encontrar situações quase divertidas como, por exemplo, depois de umas eleições, todos os dirigentes partidários, sejam quais forem os resultados, exultarem porque ganharam! Quem não está cansado de ver isso? Os que ganharam de facto, gabam-se de ter ganho. Os que perderam, gabam-se porque os resultados foram acima das previsões, por exemplo. Ou porque podiam ter perdido por mais. Ou porque os que ganharam não ganharam assim por tanto como isso. Ou porque em tempos já perderam por mais. Etc.
Estamos portanto habituados a estas bicadas entre adversários de partidos diferentes.
Mas o nosso PSD tem um modelo mais interessante. É que usa esse esquema mesmo internamente. Já vimos o Santana Lopes amuado com os seus camaradas, e agora é Luis Filipe Meneses que, depois de um curto consulado à cabeça do seu partido que rapidamente o enviou de volta para a sua Câmara, agora parte em guerra contra a Direcção partidária. E, qual Rei de Espanha olha para a Manuela Ferreira Leite e, tomando-a por Chavéz, intima-a: Porque não se cala?
É muito interessante, vão ler o que ele escreveu e não se esqueçam de que quem está a falar é uma personalidade do PSD! É que alguém mais descuidado podia pensar que se tratava de opiniões de um inimigo, da oposição ao PSD. Não senhor, é de uma figura ainda importante deste mesmo partido.
Nestegrande artigo grande, ele vai criticando a política e as posições do seu Partido, e explicando que se fosse ele a mandar as coisas seriam bem diferentes e muito mais perfeitas.
Só não se entende é porque não aproveitou o tempo em que esteve ao leme desta tal nau, para pôr as coisas no são.
Se calhar é porque não era fácil...
daqui
Estamos portanto habituados a estas bicadas entre adversários de partidos diferentes.
Mas o nosso PSD tem um modelo mais interessante. É que usa esse esquema mesmo internamente. Já vimos o Santana Lopes amuado com os seus camaradas, e agora é Luis Filipe Meneses que, depois de um curto consulado à cabeça do seu partido que rapidamente o enviou de volta para a sua Câmara, agora parte em guerra contra a Direcção partidária. E, qual Rei de Espanha olha para a Manuela Ferreira Leite e, tomando-a por Chavéz, intima-a: Porque não se cala?
É muito interessante, vão ler o que ele escreveu e não se esqueçam de que quem está a falar é uma personalidade do PSD! É que alguém mais descuidado podia pensar que se tratava de opiniões de um inimigo, da oposição ao PSD. Não senhor, é de uma figura ainda importante deste mesmo partido.
Neste
Só não se entende é porque não aproveitou o tempo em que esteve ao leme desta tal nau, para pôr as coisas no são.
Se calhar é porque não era fácil...
8 comentários:
Demasiado extenso para o meu gosto. Li mais de metade e confesso que nenhum lider da oposição o faria melhor. Ali nada é deixado ao acaso, são tácticas de quem está habituado às facadinhas pelas costas. Sócrates, não faria melhor!!!
Quando corrigiste de «um grande artigo» para um «artigo grande» tocaste no ponto que aqui o amigo Zé Palmeiro referiu. Aquilo ficou um lençol que nem apetece ler.
Mas no essencial tem razão só que é cómico vir de um colega partidário... Aquele é mesmo o PFC = 'partido-das-facadas-nas-costas'....
Pois é como vocês dizem - é natural que num Partido existam críticas e mal é quando tal não pode acontecer. mas manda o bom gosto que isso se faça internamente e não com artigos em jornais, né???
Olha que o boneco não está nada mau.
Sabes que eu sempre imaginei (sou um parvo) que estes senhores que primeiro dão umas bocas sobre como é que as coisas devem ser, depois conseguem os cargos que desejavam e acabam por não conseguir nada, ao regressar à sua posição de origem, baixassem as orelhas e reconhecessem que é mais fácil falar de fóra do que quando se tem de meter a mão na massa. Pelo menos nalgumas coisas da vida é assim.
Mas afinal, nesta baixa política, não é. Arrotam as posts de pescada, vão onde querem mostrar a sua incompetência, e depois continuam a «mandar vir» como se não fosse nada com eles.
É de pasmar!
Não tive paciência para desdobrar o lençol todo, mas o que ele diz nem é mentira, só é de estranhar vir de quem vem....
È ingenuidade pensar que só as oposições atacam ou seja que o inimigo vem sempre de fora.As mais baixas "traições"politicas vem sempre de dentro.Por isso é que são "traições".De fora a nossa opinião varia.Se estamos de acordo é uma divergencia que "denuncia",o que só sublinha o caracter democrático do partido.Se não estamos é a tal "facada nas costas".Se calhar tb. o nosso olhar sobre a lógica do sistema partidário deveria mudar.(tinha escrito "tem de" mudar mas achei que tinha um toque muito estalinista)....AB
Quanto ao" bom gosto" de vir ou não vir para os jornais depende da estratégia que se quer seguir.Nunca ouviram falar em recuar para avançar de novo?Aliás nem sei se se trata de "bom gosto" ou de sentido da oportunidade .Ao contrário do que se pensa o Menezes não é parvo e "silencios" e "Tabus"de segunda deixam margem para muita manobra.E, já que ao que parece pelo menos enquanto toda esta m....não rebentar de vez, este é o sistema que nos assiste, acho que adianta mais ir percebendo os passos do jogo do que ter uma atitude permanentemente desdenhosa de "nem quero saber"....AB
AB, também creio que o Meneses não é parvo, e como eu tenho desde há muitos anos um 'ódio de estimação' à Ferreira Leite, o que se possa dizer contra ela só me pode agradar.
Mas não estava a pensar aqui em «traições» políticas. Essas muitas vezes acabam mesmo com os 'traidores' a saírem, a bem ou a mal, e muitas vezes a criarem partidos paralelos. O que dá para imaginar é que ele deseja voltar a conquistar o partido por dentro, e daí não me parecer que um artigo deste tamanho com uma crítica tão cerrada, onde manda a sua líder calar-se e ir-se embora não fosse de bom gosto. Esta crítica dentro do partido era uma coisa, num jornal de grande circulação, outra. Aliás é um tanto paradoxal, mandar calar uma sujeita conhecida pelos tais silêncios.
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