segunda-feira, novembro 10, 2008

A proximidade

Uma notícia entre muitas que se vão sabendo de violências várias, neste país e no mundo: no sábado à noite uns bandidos assaltaram as portagens de Santarém, fugiram de mota e perseguidos pela polícia, a moto despistou-se, um dos assaltantes foi atropelado mortalmente e o outro fugiu a pé.
Seria uma história que nunca leria com indiferença, até porque morreu um ser humano, mas que em condições normais também não me faria reflectir muito.
Era parte do que vai acontecendo «por aí». Vemos em diversos canais da ‘cabo’ séries com histórias muito semelhantes e limitamo-nos a carregar no botão se a coisa não nos agrada.
É 'fita' e pronto.

Só que, por grande coincidência, um pouco antes dessa hora tinha eu passado exactamente por essas portagens! Nem parei, porque tenho «via verde», mas o saber que pouco depois, exactamente num local por onde passei (e até por onde passo muito raramente!) se deu uma cena dessas, deixou-me um sentimento ‘esquisito’ como se aquilo tivesse sido comigo directamente.

O ser humano é estranho! A proximidade de uma situação, muda radicalmente a atitude que se tem em relação a ela. Passa quase a «dizer-nos» directamente respeito.

Fiquei logo a pensar que se tivesse saído mais tarde, e tivesse visto aquele filme, era uma coisa de que nunca mais me ia esquecer.
De repente é como se de uma história a duas dimensões, ou a preto e branco, passasse a ter relevo e a ser a cores.
Um holograma ou coisa assim.
Ele há coisas...

8 comentários:

josé palmeiro disse...

Estava eu a ler o que escreveste e a ver-me nessa mesma situação.
Tenho exactamente essas mesmas sensações, que me deixam, um tanto ou quanto abalado.

cereja disse...

Não é estranho?
Porque as coisas passam-se na mesma, mas o ser 'perto de nós' dá outra consistência.

Anónimo disse...

Então e a leitura do Eça não serviu para nada?A tal história da fome da China etc,etc,....Claro que é assim.AB

Anónimo disse...

Pois é. A gente lembra-se dessa conversa do jornal do Eça, da fome da Índia ou lá onde era e a perna partida da vizinha.
Mas a Emiele tem muita razão. Quando sentimos assim muito perto dá outro frison...

E já agora, venho cuscar - vinhas do S. Martinho, era?... Eheheheh!!!!

Anónimo disse...

A dor, só quando passa por nós, é que a passamos a conhecer. Quando nos passa ao lado,menos ou mais longe, assim as sensações se tornam mais diluidas.Por vezes , vemos tanto sofrimento no ecrã, que parece que nos vai entorpecendo.Mesmo em Portugal já se vê bastante indifereça á tragédia alheia. Sinais dos tempos.

Anónimo disse...

Claro que se sabe que é assim, mas...
Tem sempre piada sentir a coisa na pele!
tanta vez que isso acontece.
e quando se pensa que «só acontece aos outros» e nos cai em cima???
Para o bem ou para o mal. Também há coisas boas que pensamos que nunca nos ia acontecer...

cereja disse...

Todos me entenderam muito bem!
É claro que tudo o que se passa no Mundo pode ser interessante, mas como a tal notícia do jornal do Eça, se for mesmo ao pé de nós tem mais impacto!
Ontem senti mesmo isso.

Unknown disse...

preciso de um holograma pra capa de cd e outro pra video vc faz? oliverjunior2@hotmail.com, meu msn abraço oliver.