quinta-feira, outubro 09, 2008

Gostos e hábitos

Anda para aí alguma polémica (que eu aliás também alimentei) sobre o caso de a FNAC, agora para comemorar os seus 10 anos em Portugal, ter decidido que daqui para diante os tais 10% de desconto no preço dos livros seria só para quem tivesse o seu cartão.
Por aquilo que deu para ver, numa breve vista de olhos, quem se deu ao trabalho de escrever sobre isso foi quem discordou da medida, apesar de em comentários algumas pessoas fossem mais moderadas (ver por exemplo o caso da
nossa 100nada ou, quem esteja mais perto do sector livreiro, o Zé Mário Silva, Bibliotecário de Babel )
Quanto a mim, a questão já acabou.
Cada um promove as estratégias que prefere e colhe os resultados delas. É mesmo coisa que não me rala nada, e 'para o lado em que melhor durmo' como se costuma dizer.

Mas atrás desta questão vieram duas.

Por um lado a mania dos cartões. É realmente uma praga! Para fixar clientes, desde empresas grandes como esta, os Continentes, o IKEA, ou gasolineiras, até o barbeiro de bairro, a perfumaria da esquina, a sapataria da rua de cima, agora todos querem que tenhamos cartões que depois de 100€ de compras nos dão direito a um porta chaves, ou uma caneca com o logotipo da loja. Não há paciência.... Quem aceite esse jogo anda com a carteira a rebentar de cartõezinhos que não servem absolutamente para nada! Tenho visto pessoas que nem podem fechar a carteira, gorda que eu sei lá, e quando pergunto que cartões são aqueles encolhem os ombros - nem se lembram já porque os aceitaram...

A outra questão tem a ver com hábitos pessoais e os gostos de cada um. Lendo os diversos comentários (só a Catarina teve 21!) vemos que todos nós temos livrarias de estimação, e defendemos que os livros ali estão melhor arrumados, os vendedores mais atentos, o ambiente mais simpático. E é verdade. Afinal são «os nossos»! Conhecemo-los melhor e o dominar os cantos à casa é logo meio caminho andado. Se o ambiente é desconhecido custa-nos muito mais achar aquilo que se quer.
Eu sou muito uma mulher de hábitos. Assim tipo burro que aprende um caminho e depois nem se rala em procurar outros. Quando a «Ler Devagar» saiu do Bairro Alto foi uma confusão para a minha cabeça!... Nem atinava bem com a nova morada. E continuo a ir às livrarias onde fui toda a minha vida, desde que elas não mudem de residência.

São gostos.
Sou uma sujeita fiel. Mas nisto de lojas também gosto de fidelidade da parte delas. Se começam a mudar demais - um bocadinho, aceita-se - deixa de ser «a minha» loja e perco então a obrigação de fidelidade que sentia.

Feitios...


17 comentários:

Anónimo disse...

Emiéle, desta vez escreveste posts grandes, não vou ler isto tudo de enfiada! Li este e depois
cá volto para os outros...

Olha, essa dos cartões, nem sei como ainda «pegam». Como dizes existem as grandes empresas que citas. OK. Nesses casos aquilo é um verdadeiro cartão de crédito, por um lado, permite pagar a prestações algumas coisas, e noutros casos os descontos são razoáveis - voltando à Fnac, muitas vezes as minhas prendas de Natal são 'cheques fnac que vou recebendo ao longo do ano pelas compras lá feitas.
Mas os cartõezinhos dessas lojas minúsculas, tal como dizes é só para deformar a carteira.

Quanto à 'fidelidade' às lojas, é realmente uma questão de hábito, mas a gente habitua-se porque gostou nas primeiras vezes, né?

cereja disse...

Mary, tens toda a razão!
Sabes, este post estava em rascunho, não o escrevi agora, por isso é que saiu tão grande...

Às vezes exagero.
:(

Anónimo disse...

Já estou aflito com a forma de comomeração do 20º aniversário

Anónimo disse...

Eu até gosto da Fnac, mas, como dizia lá no meu lado, não é uma livraria (nem sequer cheira como uma livraria, pois não?) e descontos também as outras todas têm.

Agora os cartões, pois é, toda a gente tem cartões, é uma praga. Daí que realmente tenho cuidado ao aceitar mais um e, se realmente muitos cartões dão vantagens que não são de desprezar, outros é uma aldrabice pegada e as pessoas vão naquilo e, muitas vezes, acabam por pagar mais do que noutro lado. É aquele teu "leve 3 pelo preço de 3" ou o clássico antigo das feiras "leve um a quinze escudos, mas três só custa quarenta e cinco!" e era um ver se te avias, toda a gente a levar 3...

Já agora, ali para a Mary: cuidado com os cartões de crédito de várias lojas: é certo que se paga a prestações, mas é de ver se um visa do banco não ficaria mais barato em termos de taxas.

@na disse...

volto a dizer o que disse do outro lado, livrarias para mim são livrarias, não são fnacs nem secções em continentes e wortens.

Quanto aos cartões, tenho alguns e uso-os, muitos, mas mesmo muitos recusei.

(o meu preferido é o da Lanidor, afinal, 10 aerius são 10 aerius...)

Anónimo disse...

O post realmente saiu grande, mas diz muita coisa que pensamos.
Primeiro quanto aos cartões.
É evidente que quem não quer, não aceita. Fácil. Mas a insistência das lojas torna a coisa difícil se se deseja ser simpático, apesar de ser um truque tão óbvio que já nem resulta. Por outro lado, a Catarina disse o que eu vinha também chamar a atenção - é que cartões de crédito são sempre cartões de crédito! O crédito paga-se, não é? Atenção a isso. Muitas vezes devemos prevenir a menina da caixa que é para pagar a pronto, não usar como crédito. Sei de casos onde por não se ter dito nada, as contas entraram como crédito, que nem era preciso.

De resto, estou como a Catarina: uma livraria tem de «cheirar» a livro! O resto são cantigas. E isso sente-se sobretudo nas que têm a tradição. Entrem numa velha livraria do Chiado e vejam! (para não falar num alfarrabista onde o «cheiro a livro» é dominante!!!)

Anónimo disse...

Olha, enquanto escrevi o meu entrou o da Ana.

(nem sabia que a Lanidor tinha cartão!)

Pois é, Ana, cada macaco no seu galho. Vir com o carrinho do Continente misturando o alho francês com o Lobo Antunes, e o Skip com o Mia Couto faz alguma impressão...

Anónimo disse...

FJ - quando comemorarem os 20 anos, aumentam 10 por cento do preço de capa

lol!!!!

É festa, é festa! Tem de haver dinheiro para os foguetes...

cereja disse...

Olá @na!
(não sei se já tinhas passado por cá... eu costumo cumprimentar colegas bloggers que vem cá a primeira vez - bem das outras também, é claro...)
Comecei por te conhecer lá no rebanho e depois vi que tinhas cantinhos teus e cruzamo-nos na Cat.
Gostei do teu último post:
Gostar implica optar, obrigatoriamente!
Pois é.
Mas às vezes...
Isso é certo para TUDO. Só que a tal 'opção' muitas vezes é complicada, e não estou falar de afectos.

@na disse...

tem cartão tem King e é o meu preferido que passo a vida a deixar lá dinheiro, depois de vez em quando vem um desconto de 10€ e eu não digo que não, mais, nas compras feitas no dia de aniversário os pontos duplicam. Nem preciso dizer qual é a minha paragem obrigatória nesse dia, né?

Emiéle, o pópulo faz parte das minhas visitas "obrigatórias" há já algum tempo, está na minha barrinha.
Obrigada pela atenção ao post. Mas a ideia é mesmo essa, gostar implica optar, mesmo que essa opção não vá de encontro ao sentimento, mas há que o fazer.

beijos

Anónimo disse...

Olha a @na!!!
Leio-a na Cabra de Serviço, mas a verdade é que comentários ... tenho o «cartão de fidelidade» aqui no Pópulo e raramente me aventuro a comentar noutro sitio...
;D
É natural que a Lanidor tenha cartão, não é menos que os outros, olha lá!!!! :))) Isso dos 10€ e sobretudo o desconto do dia dos anos é simpático, sim senhor.

De resto, não disse aqui mais nada or estar plenamente de acordo com o que se disse até agora. E essa dos livros nos Supers, pode até ser mais barato, mas para mim não diz com nada!!! Como disse ali misturar poetas ou novelistas com as batatas e detergentes ... gnhac!

@na disse...

olá Joaninha, lá por isso considera-te brindada com cartão de comentadora no Cabra e no fios ;)

cereja disse...

Ai @na, que fico envergonhada de não ter reparado no link lá no Fios... 'Brigada, amiga, e vou passar a ter mais atenção.
Quanto ao Cabra, como o rebanho aumentou, vocês divertem-se tanto uns com os outros e aumentaram tanto a quantidade de posts (que já quando era a Teresa só não eram poucos!) que muitas vezes nem sei por onde começar e ... acabo por não dizer nada.
Bem, vou ver se 'invento' mais tempo, porque se eu gosto de ter comentários o resto da malta também, com certeza.
E a verdade é que até gosto de passar por lá!!!!

@na disse...

Emiéle, tss...tss... tá aqui uma gaija a por links e nem os visados dão por isso...
Nós divertímo-nos uns com os outros mas gostamos muito de visitas comentadeiras, e já o disse alto e bom som, não sei se deste por este no meio do granel, mas para o caso de não teres dado aqui fica http://cabradeservico.blogspot.com/2008/10/entre-porta-est-aberta.html

beijos e arranja lá um tempinho que acho que todos os que não têm as caixinhas fechadas gostam de comentos. ;)

cereja disse...

@na, tens toda a razão. O post a que te referes tinha-me passado.... (vocês escrevem p'ra caramba, e a gente nem sempre dá conta de tudo!!!!) Ali, 'respondes' antecipadamente ao que disse agora.

Eu entendo mais que bem, porque quando estive num blog colectivo passava-se o mesmo tal e qual. Comentávamos uns aos outros e aquilo parecia um chat :))) Aliás lá passaram-se coisas mirabolantes, como eu e outro colega por várias vezes metermos os comentários exactamente no mesmo segundo. Parecia magia...

@na disse...

agora que estás "esclarecida" é só dar ao dedo... ;)

josé palmeiro disse...

Isto de chegar, no dia seguinte, tem as suas vantagens, pois já alguém disse o que pensamos, pois, felismente, não somos únicos.
Dizer só que livraria, tem que ser: LIVRARIA, com livreiro e tudo. Caso contrário, é outra coisa qualquer.