sábado, outubro 11, 2008

Cuidados paliativos



Um inquérito diz que quase metade da nossa gente ignora o que sejam cuidados paliativos, na Saúde.(de que hoje é Dia Mundial)
É que nem sequer sabem o que seja, não é apenas pensarem, como noutros casos, que não têm acesso a eles se foram necessários.
Não, são completamente desconhecidos.


Porque será?

Eu imagino que é por estarem tão longe da realidade a que estamos habituados...

9 comentários:

Anónimo disse...

Olha Emiéle, eu até acho que se cerca de 50% das pessoas sabe o que é, é porque são muito informadas. Nota que a senhora chefe máxima dessa coisa, a Dra Isabel Neto, diz que o que existe «cobre apenas cerca de dez por cento das necessidades de cuidados paliativos».
Portanto se 90% das necessidades não estão cobertas, é de estranhar que nem se saiba o que é?????

Anónimo disse...

Olha, ainda que mal pareça, afinal o que são esses «cuidados paliativos»?
Devo ser um dos que entendeu mal a coisa...

cereja disse...

Olha, caro King, para ser sincera aquilo que diz a Dra Isabel Neto não explica nada:
«Os cuidados paliativos definem-se como uma resposta activa aos problemas decorrentes da doença prolongada, incurável e progressiva, na tentativa de prevenir o sofrimento que ela gera e de proporcionar a máxima qualidade de vida possível a estes doentes e às suas famílias.»

....
E depois? O que é essa «resposta activa»?

josé palmeiro disse...

A definição, Emiéle, é perfeita!
O real, enquanto as camas, dos hospitais e das casas de saúde e das instituições, que dizem prestar, esses serviços, forem para rentabilizar, económicamente, não haverá, "cuidados paliativos" que lhes cheguem.

Anónimo disse...

Zé, os cuidados paliativos é para serem fornecidos «ao domicílio» portanto não teria a ver com a situação dos cuidados hospitalares. Mas a verdade é que por aquilo que a própria responsável diz, 10 % é .... abaixo de cão. É quase o mesmo que nada.

Mas, é claro, que se fosse como devia ser, seria uma acção excelente - auxiliar a família que tem em casa um doente terminal.

josé palmeiro disse...

Mas, repara King.
Quem é que hoje, yem casa para ter um doente terminal? Muito poucos, os candidatos a esse estatuto, pululam pelos bancos dos jardins ou sózinhos, algures numa qualquer vila, aldeia ou cidade do interior deste país sem mais ninguém por perto, filhos longe e sem quaisquer possibilidades de ajudar ou sequer colaborar. Assim , serviços paliativos ao domicílio, são uma panaceia, absolutamente insuficiente.

cereja disse...

A teoria é essa, e eu conheci em tempos a Isabel Neto e ela estava cheia de boas intenções. A verdade é que os hospitais dizem que existem para os momentos de crise e não para 'albergar' doentes que só estão a ocupar uma cama sem se puderem curar... é desumano mas é assim. Por isso é que dão alta a muitos doentes para «irem morrer a casa». E é assim mesmo.
Contudo, a ideia da Isabel Neto (pelo menos o que ela pensava quando a conheci) é que era possível, dar qualidade de vida a pessoas mesmo muito mal, que se sentiriam melhor no seu quarto entre os seus e as suas coisas. E, isso estaria certo e seria muito humano, se existissem valências técnicas suficientes.
Só que... por aquilo que aqui se diz, são 10% do necessário. Uma utopia, portanto.

Anónimo disse...

Infelizmente a cultura dominante é a de que os hospitais decidem em que doentes vale a pena investir, e quando decidem o contrário, baseado em critérios exclusivamente economicistas, a única alternativa que apresentam são as tão na moda unidades de saúde continuada; que não passam de armazéns; que não passam de chupistas de dinheiro; invistem no embrulho e na imagem, não na pessoa.

cereja disse...

Exactamente, Pedro Tarquínio. E perspectiva é essa : em que doentes vale a pena investir.
:(
Como escreveste «critérios exclusivamente economicistas», o que em sectores como a saúde dá-nos volta ao estômago!