Carta (aberta ?) aos meus leitores
Queridos leitores:
Quem tem por costume passar pelo Pópulo, deve estar a achar que ultimamente eu mudei de registo.
Sempre gostei de meter a minha colherada nos temas mais importantes do que se vai passando em Portugal e no Mundo e, desde há uns tempos que escolho para falar, sistematicamente, uns temas muito mais leves.
Se deixei passar a crise económica, e isso fazia sentido porque é um tema que domino muito mal, contudo sempre poderia ter feito uns links para os sítios onde fala quem sabe.
Também deixei passar a votação na Assembleia da República sobre a proposta do casamento dos homossexuais. Não disse nada sobre a história do arrendamento da Câmara de Lisboa a pessoas e entidades que pagam rendas irrisórias.
Nem as compras de bens de primeira necessidade como carpetes e vinhos de marca para os gabinetes dos nossos governantes, enquanto o economato vai racionando as lâmpadas ou o papel higiénico para os degraus mais baixos dessa pirâmide.
Não referi a manifestação dos imigrantes deste fim-de-semana.
Bem, escuso de enumerar tudo aquilo de que «não falei», mas isto foi para dizer que sabia bem que as questões existiam, só não me apetecia falar delas.
Não porque achasse que não tinha importância, muito pelo contrário, porque a tinham.
Muitas vezes chego a pensar que há um traço quase 'esquizofrénico' na minha personalidade. Escrevo no blog por uma espécie de disciplina, assim como se tira a folhinha do calendário, eu deixo um registo diário em como passei pelo Pópulo. Mas quando a vida «real» anda demasiado complicada, com questões muito duras e irreparáveis, amigos doentes, familiares desempregados, pessoas que partem para não voltar, paradoxalmente só me apetece abordar temas superficiais.
Talvez me passe daqui a pouco. Mas, por enquanto, como já repararam o Pópulo parece mesmo outro.
Acredito que vocês vão esperar que «eu volte»
Beijos e abraços
Emiéle
19 comentários:
Pode-se voltar quando estiver para aí virada, não há pressão de leitores
um abraço...apertado
Nada do que se escreve é tão importante como aquilo que se vive e há vida para lá dos blogs! A vida resolve-se, Força!
Nesta casa mandas tu. Os leitores dançam o ritmo que quiseres ou puderes impor.
Que dias melhores venham depressa para ti.
Beijocão do tubarão!
Caramba Emiéle. Força! Do que de mim depender, se precisares de alguma coisa, no que ao desemprego diz respeito, estou disponível para analisar o que quiseres. Estamos sempre a contratar pessoas.
Um abraço,
Miguel
Aqui é em força!!!
Como vês, os amigos não faltam.
Que mais nos queres dar? Achas pouco?
Nada como uma grande amizade e isso, este blog, proporciona-nos.
Força, que o mau tempo, há-de passar.
Se, de uma certa forma eu tinha dado por isso, que 'deixaste cair' algumas coisas que outros blogs e tu própria gostas de abordar, não tinha ligado nenhuma. Como tens escrito sempre, e com graça, e coisas que nem são nada parvas, cá por mim estava tudo bem.
Vejo agora que mais uma vez andam nuvens negras...
Como o resto da malta diz, também acredito que as nuvens passam e o sol que está por detrás delas volta a ver-se.
Um beijo.
Pois.
Também apetecia responder por carta (e se calhar vou mandar um email aqui pelo correio do blog) e vemos que andas desanimada, por aquilo que dizes com coisas graves, não é bem uma unha partida...
Ao menos a tua saúde e o teu joelho ficaram bem?
Beijinhos.
Obrigada a todos!!!
Retribuo os abraços.
Eu sei que temos de olhar em frente, e lutar para que as coisas aconteçam. Nada nos cai ao colo. E a vida é muito um carrossel, por uma pessoa que parte para sempre nasce um bebé, eu sei.
Mas...
Quando referi doenças graves, são graves mesmo graves. Das que não têm cura. E nos deixam um nó que mesmo que se engula em seco, a coisa não passa...
Miguel, nem sei o que te dizer! Como ando para aqui uma florzinha de estufa, fiquei logo de olhos marejados. Não vai dar, mas só o teres dito já foi muito bom! (vou escrever um mail)
Querida Emiéle, um grande abraço. Escreves sobre aquilo que quiseres, aquilo que te apetece e aquilo que te parecer mais apropriado à tua disposição e vida naquele momento. Nòs estamos por cá a ler e para o que mais for. Beijos e coragem, minha querida.
É claro que cada blog tem «um estilo» e tu habituaste-nos a um certo. Contudo, olha lá, repara que são os posts mais 'pessoais' que mobilizam mais as pessoas. Sempre que por qualquer motivo «abres o coração» a gente acorre logo.
Este é uma prova.
Estavas comovida, quiseste dar uma explicação - como se tal fosse preciso! - e vê como saltou logo uma resposta colectiva.
Escuta uma coisa Emiéle: a gente não te conhece ao vivo mas gosta de ti!!!!!
Venho cá quase sempre lêr este blog que sempre gostei.Èmiele a vida é o que é e as vicissitudes temos que vive-las.Tenha calma e aceite o que vida lhe está a dar,sei que é uma pessoa muito bem formada , com boa estrutura e vai superar , ainda que com dor., naturalmente. Desejo -lhe que as soluçoes surjam depressa , e o que nao tem soluçao, só temos de aceitar.Boa sorte e um abraço
Bem, sabem que quando escrevo posts deste tipo, hesito sempre um bocadinho, a pensar que se calhar é constrangedor para quem lê.
E depois, reconheço que afinal faço bem, que os meus visitantes são mais generosos e carinhosos do que eu por vezes imagino.
De novo obrigada por aquilo que aqui escreveram. Uma das coisas que ajuda muito é a companhia, e hoje fizerem-me sentir acompanhada e acarinhada.
Mesmo a pessoa que ficou anónima deixou palavras muito bonitas. Claro que sei que tenho de aceitar o irreparável, e ter paciência quando as coisas demoram a entrar nos eixos. Só que às vezes custa... e afinal, hoje só me pretendia justificar.
:D
Um abraço!
http://www.deezer.com/track/344
É...
Isto está a ser muito duro
Espero que tudo melhore. Beijinho.
Um beijo Alex a Didas.
(que curioso e amigo como tantos bloggers apareceram desta vez; ninguém diga que não há solidariedade na bloggosfera)
faltei eu :(
eu que tenho andado super ocupada, esta semana hoje foi o primeiro dia que cheguei a casa por volta das 16.
ontem trabalhei ONZE horas, das 9 da manhã às 8 da noite... por isso só hoje tive algum tempo para passar por aqui.
não sei que te diga, não sou nada boa a consolar pessoas.
só posso dizer-te que desejo que o teu ânimo volte rapidamente porque estar triste não resolve nada.
e que espero que os problemas graves de saude não sejam com familiares mais chegados (mas são sempre chegados a alguém, não é?) como vês sou mesmo trenguinha para consolar alguém...
Pelo contrário, saltapocinhas, és um amor!!!
(pensando bem, de facto dos bloggers aqui do meu coração faltavas tu! )
É claro que tenho de arranjar ânimo. Só que às vezes é difícil... E por isso o Pópulo tem andado assim às 3 pancadas.
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