sábado, outubro 04, 2008

As obras

Ando rodeada de obras, infelizmente.
De manhã à noite é barulho, é poeirada, é confusão.
Vagaram dois andares no meu prédio, e o senhorio para os voltar a alugar com a renda multiplicada por dez, teve de fazer algumas actualizações naquelas casas. A principal foi substituir a cozinha, velhíssima, podre de todo. Por outro lado, num troço de rua que liga a minha casa a um largo, estão a mudar umas canalizações.
São obras necessárias. Nem embirro que as façam, tem de ser, pronto. O que me impressiona é a incrível lentidão com que tudo isto se desenrola.
Pelo que entendi, cá no meu prédio, (e aliás fui lá meter o nariz com curiosidade) trata-se de retirar a cozinha velha, o que nem devia ser muito difícil porque ela estava mesmo a desfazer-se, e colocar uma nova. Aquelas alminhas andam ali a batucar há mais de um mês e ainda não se vê o fim à obra. Eu posso comparar, porque há uns anos fiz também umas obras na tal minha casinha de que me farto de falar. Nessa altura, foi substituído o telhado todo, pintada a casa por dentro e por fora, arranjadas as janelas, alterado o alpendre e o quintal, e remodelada integralmente a cozinha. Foi tudo feito em 15 dias. Aqui no meu prédio andam há um mês à volta com a cozinha do 1º andar e pelo que estou a ver aquilo ainda nem está a meio...
Assim como a mudança de canalizações que altera o trânsito e o estacionamento aqui na minha zona. É uma obra minúscula. Mas não anda nem desanda, estamos assim há 15 dias.
Como já aqui tenho referido vivi uns anos em Macau. Vi construir prédio de vários andares em poucos meses. Vi abrirem e fecharem valas como esta ‘amostra’ aqui junto da minha casa mas atingindo uma rua grande, durante um fim-de-semana. A construção lá parecia que estávamos a ver um filme dos inícios do cinema com a imagem acelerada – mal começava e já estava pronta.
OK, não esperava tanto. Esse é um 80 que é simpático mas difícil de atingir, mas a nossa pastelice do 8 também é demais!... Olhem que ligação entre duas estações de metro ( o troço entre a Alameda, Saldanha e S.Sebastião) está a levar o dobro do tempo que levou a construir o Aeroporto de Macau.
Não há paciência...

6 comentários:

Anónimo disse...

O caracol que escolheste para aqui é simpático demais!... eu cá ia mais para a lesma!

É inacreditável o tempo que as coisas levam a fazer, seja o que for.Não sei o que é. Desorganização, pouco pessoal, trabalho ao ralenti...? Todos nós confirmamos isso. Abre-se uma vala (e agora usam-se máquinas, nem sequer é a dureza do trabalho braçal!) e depouis aquilo fica aberto e vão para outro lado fazer outra coisa. A mim cheira-me à maior das desorganizações!...

Aquilo que contas, de que o desfazer uma cozinha e colocar outra nesses espaço, estar a levar mais de um mês é típico. Hoje em dia que as cozinhas vêm já por elementos que é só montar, desmanchar o que está fazia-se em dois dias e montar a nova noutros dois. aliás se nos contas que em 15 dias na tu casa fizeram tudo o dizes, é claro que É POSSÍVEL.
E também me contam da rapidez do trabalho dos chineses. Nada a ver!

josé palmeiro disse...

Mas a desorganização é a palavra de ordem das obras nacionais. Desorganização e demais conlúios, vidé as obras no Hospital de S.ta Cruz e a nova urbanização que vai dificultar o acasso do helicóptro de salvamento. Tudo feito em cima do joelho e no interesse de "alguém".
Mas eu estou como a Emiéle, pois também tive obras em casa, lá nos Açores, e a temporização foi integralmente cumprida. Tudo parte de uma boa programação e do seu cumprimento integral.
Nas obras públicas, são as sub-empreitadas e a desresponsabilização de quem tem a gestão da obra, levando a situações como, acabar-se a obra e depois, passados uns dias, voltar a abrir, para colocar o que faltou e por aí adiante.

Anónimo disse...

Se fosse por empreitada e a doer, (assim: cada dia de atraso recebia-se menos, por exemplo) já acredito que não existisse tanto desmazelo.

A propósito, essas obras do metro são de bradar aos céus! Falou-se muito no tempo que levaram as da Praça do Comércio, mas estas de ligação de duas estações parecem querer bater records! E com o transtorno ao trânsito que provocam. Há ANOS!!!!!!!!! e a gente passa por ali e vê um operário ou dois e o resto do estaleiro vazio.

Anónimo disse...

Lá porque é, não sei.
Imagino que seja uma má, péssima, super-péssima organização e gestão. As nossas «obras públicas» demoram, demoram, demoram, que afinal a Santa Engrácia devia ser a padroeira.
Tenho viajado um pouco e nunca vi este ritmo a não ser em países africanos.
Tal como aqui contas, começam por abrir o buraco ou pôr o tapume e depois a coisa fica parada sem lá se ver ninguém um tempo sem fim! Nem é preciso muitos trabalhadores, por vezes basta um ou dois com máquinas, mas deviam trabalhar o dia todo, nãie era assim, em part-time!

Tia Brites disse...

Os gajos serão funcionários públicos?

cereja disse...

Olá Manga!
Pois é. As 'deias feitas' que cada vez têm mais força porque todos os dizem (incluindo muitas vezes os próprios sobre os colegas...) sobre o trabalho na FP, caiem aqui lindamente. Este trabalho de caracol é isso.
Mas se nas obras da rua (ou as do Metro) até se podia pensar isso, apesar de não ser exactamenet «obras públicas», as outras obras aqui no meu prédio já não. E aliás quem quer que tenha mandado fazer obras em casa - com excepções muito honrosas como o meu caso ou o que contou o Zé Palmeuro - queixa-se do mesmo.