segunda-feira, setembro 15, 2008

Regateio

Quando andei pelo oriente, uma das coisas que me chocou (eu, educada na Europa) era não haver preços fixos.
Não falo na praça, refiro-me mesmo a lojas… Uma pessoa pergunta quanto custa, e já sabe que o preço que nos é dito é para ser regateado.
Diz-se que é caro, o vendedor pergunta quanto damos, a gente oferece um exagero, ele diz que isso também não mas baixa um tanto, nós subimos a nossa proposta e assim se vai passando o tempo.
Chocante.
Afinal, pelos vistos,
o sistema já chega ao mercado de imóveis em Portugal
Eu tive uma amiga que vendeu a sua casa, avaliada por um tanto, por menos uns 30% dessa avaliação. Eu fiquei um tanto escandalizada, mas a agência dizia-lhe que se assim não fosse ficava com a casa ‘pendurada’. E conheço um outro caso bastante parecido.
A notícia que aqui refiro, dá a entender que esse é o sistema geral. Mas só se pergunta, se é para baixar, porque colocam a fasquia tão alta?
Cá por mim é para levantar o moral aos donos.
É certo que acabam por vender por muito menos, mas sempre vão pensando que o valor era mesmo aquele que inicialmente tinha sido proposto.
Técnicas…


5 comentários:

Anónimo disse...

Já tinha reparado nisso. Dizem um preço, mas acrescenta-se que é negociável... Como nas lojas quando dizem que fazem «uma atençãozinha»

Este é um mercado muito ingrato. É caro para quem compra e barato para quem vende. O preço é correcto é para os Bancos que fazem os empréstimos!

Anónimo disse...

Mas mesmo «regateadas» ainda os preços são bem altos para os nossos ganhos.
Toda a gente prefere comprar em vez de alugar com a razão de que 'fica para nós'. Mas qual «nós»??? Daqui a 40 anos, primeiro nós estamos a entrar para um lar, e a casa está velhíssima a precisar de obras que são o preço de uma nova...
Por outro lado ficamos sempre presos aquela casa. Durante toda a vida é difícil mudar a não ser comprando outra com toda a trapalhada que isso implica! e o pagamento do condomínio? E os impostos?
Olhem, não sei.
Se fosse hoje preferia alugar e mudar quando me apetecesse.

josé palmeiro disse...

Bem visto este escrito.
Quanto ao regateio, forma antiga e actual de "mercar", de nada me espanta dado que a nossa miscenização e o contacto que os nossos mercadores e descobridores, tiveram com os povos de outras latitudes, a isso levaram.
Quanto às casas, já aqui o disse e se não disse, digo agora, sempre fui apologista do mercado de arrendamento, só que, a dado passo, esse mercado alterou-se, mandando-nos todos, para a classe de proprietários de "coisa nenhuma".
Nos últimos tempos, tenho tido grandes experiências, como a que apontas.

Anónimo disse...

Olá!!!
Tenho estado de férias e há tempos que não passo por cá!
Este caso é um tanto círculo vicioso - a habitação é cara. ou a gente tá ganhando pouco, também pode ser... Mas o certo é que aqui na zona de Lisboa, quer arrendar, quer amortizar um empréstimo (e é oreciso que o Banco concorde...) nunca se faz por menos de uns 500€. Ou seja, um casal muitas vezes tem de dispor de um dos ordenados para a habitação!
Claro que dado a crise, e o facto de os bancos estarem a levantar mais dificuldades aos empréstimos, é evidente que os preços só têm é de baixar. Mas as rendas novas também!!!!
Porque é um caso onde paga o justo pelo pecador - há rendas muuuuito antigas que são uma injustiça, sem dúvida. E portanto os senhorios quando apanham uma casa sem inquilino puxam pela renda copmo se esses prédios fossem novos e cheios de mordomias.
Tá mal! Se moderassem isso, talvez muitos casais jovens optassem pelo aluguer.

Anónimo disse...

Muitas vezes penso isso. Às vezes sonhava em mudar de casa, mas com o que me falta pagar (não esquecer que os primeiros anos são só os juros ao Banco!) mesmo que a conseguisse vender, ia acabar poor ter de passar para uma pior! Então não vale a pena...