Eleições em Angola
Há 16 anos que não havia eleições em Angola.
Finalmente, elas vão realizar-se durante dois dias, o que parece um pouco estranho pelo nosso modelo, mas o importante é que decorram com calma, com verdade, e sem irregularidades.
Vai ser na 6ª, dia 5 e sábado dia 6, e já ontem 4ª feira houve tolerância de ponto.
Há quem diga que esses dois dias são necessários dada a realidade daquele país para organizar toda a parte logística e por haver dificuldades de transporte de urnas, do material e das pessoas.
Que corra o melhor possível, é o que se pode desejar.
(eu vou-me informando com o Miguel a quem roubei também o boneco)
Finalmente, elas vão realizar-se durante dois dias, o que parece um pouco estranho pelo nosso modelo, mas o importante é que decorram com calma, com verdade, e sem irregularidades.
Vai ser na 6ª, dia 5 e sábado dia 6, e já ontem 4ª feira houve tolerância de ponto.
Há quem diga que esses dois dias são necessários dada a realidade daquele país para organizar toda a parte logística e por haver dificuldades de transporte de urnas, do material e das pessoas.
(eu vou-me informando com o Miguel a quem roubei também o boneco)
21 comentários:
Olá Emiéle :)
Uma rectificação: a votação terá lugar apenas num dia, 6ª feira, dia 5 de Setembro de 2008. Prevê-se que os resultados sejam anunciados num prazo de 2 semanas (até antes). Está tudo calmo.
Na minha perspectiva: vitória esmagadora do incumbente e uma oposição que sairá enfraquecida destas eleições. Se, em 1992, 12 partidos conseguiram eleger deputados, desta feita acredito que talvez se fique pela metade. Algumas notas que deverão constituir elementos de observação:
1. Bastiões da FNLA conseguirão manter os deputados (Zaire e Uíge)?
2. PRS conseguirá manter o eleitorado das Lundas?
3. Unita pós-Savimbi, sobreviverá?
Para que se tenha uma noção da dimensão da "coisa", em 1992 o número total de eleitores era de 4.900.000 agora são 8.300.000!!! Para além da muita juventude que se tornou adulta, o registo eleitoral permitiu integrar eleitores que terão ficado de fora nas últimas eleições. Será um exercício muito interessante perceber os resultados destas eleições.
Já agora, só mais uma achega... Há 3 Círculos Eleitorais: Provincial, Nacional e Comunidades Angolanas no Estrangeiro. O primeiro círculo elege 5 deputados x 18 Províncias, ie, 90 deputados. O nacional elege 130 deputados e o das comunidades angolanas no estrangeiro 3 deputados. Em 1992 este último círculo não elegeu qualquer deputado.
Uma outra nota: com estas eleições, cessa funções o GURN - Governo de Unidade e Reconstrução Nacional.
(:D
Afinal o queijo na ratoeira cumpriu a sua função, apanhei cá o Miguel como eu gostava sem ter a lata de o convidar expressamente!)
O que li tinha-me dado a ideia de que eram mesmo 2 dias de votação (é o que parece se formos ao link que deixei) mas muito obrigada pelo esclarecimento.
Vamos ver se as tuas previsões se realizam, e as respostas às perguntas que deixas. Eu, como vocês sabem ou imaginam fico a fazer figas para que se vá aprendendo com os erros e mesmo devagarinho se caminhe para uma democracia.
Só uma dúvida (já cá venho com mais calma a analisar essa coisa do gene que dá um jeitão)
Estive a contar as bendeirinhas - são catorze???
Caramba, que lá de falta de opções não se podem queixar!!!!
E eu que tinha perdido o link (e o nome do blog!) aqui do Miguel.
Boa ideia a tua Emiéle!!!
Finalmente a informação que, os que a devem produzir, o não fazem.
Obrigado Miguel e Emiéle.
Aguardemos serenamente, até porque o "povo é sereno". (Recordando, Pinheiro de Azevedo)
Relativamente ao Pinheiro, não escrevi, propositadamente o final da frase, por ele proferida, mas voçês conheçem-na.
È extraordinária a febre de investimento em Angola.Não conheço arquitecto,engenheiro ou gente ligada à Pub. que não tenha já escritório em Luanda.Esperemos que tudo corra pelo melhor,sendo o melhor calma e tranquilidade durante as eleições porque em termos de resultados,não só não conheço os partidos em presença ,como aqueles que conheço não me merecem simpatia especial,bem pelo contrário.AB
Como entretanto fui visitar o Sem Destino já sei que são mesmo 14, os partidos concorrentes e nas últimas até chegaram a 20!!!
É muito partido!
Nem o dualismo americano que também me parece demais nem este pulverizar. Mas pelo que entendi, «a sério» afinal há 4 ou 5 e pronto!
Claro que como vocês faço figas para que aquela coisa endireite.
Tenho dúvidas que seja rápido ou fácil, mas...
Emiele,
Não era necessário porque não tenho é tido muito tempo ultimamente, como podes ver no SD.
Quanto a nós, recomendações para os próximos dias com particular relevância amanhã e no sábado: não sair de casa ou limitar substancialmente as movimentações.
Estarão nas ruas do país, durante o dia de amanhã, 70.000 polícias para assegurar a tranquilidade necessária.
Muitos rumores têm circulado por cá nos últimos meses e, em particular, nas últimas semanas. É o famoso mujimbo.
O que mudará em Angola nos próximos tempos? Acredita-se que a mudança é inevitável. Este ano legislativas, para o ano presidenciais e no ano seguinte autárquicas.
Que interessante este post «escrito a duas mãos»!
As informações do Miguel (olá Miguel!!! a treinar os 5 km, heim...?!) são preciosas.
É da maior importância ouvirmos quem está lá.
Porque bitates de quem vê a coisa ao longe e vai 'emprenhando de ouvido' estou mais que farta!
ab,
Os partidos que poderão, algum dia, constituir uma alternativa ao MPLA ainda não surgiram no panorama político-partidário angolano. Os partidos históricos (MPLA, Unita e FNLA) definham, uns mais aceleradamente do que outros, para uma relevância cada vez mais reduzida ou mesmo a extinção. O MPLA tem conhecido, nos últimos tempos, dissidências internas que culminaram com a formação de tendências alternativas visíveis neste ou naquele partido. A Unita, com a morte de Savimbi, perdeu muita expressão. No outro dia ia para Luanda Sul e tive que passar pela Samba onde estava Samakuva (actual líder da Unita) a discursar. Estariam umas 200 pessoas, no máximo... Por outro lado, o último combate pela liderança, entre Samakuva e Chivukuvuku provocou algumas feridas internas como, por exemplo, a tribalização da cúpula. A FNLA conheceu nos últimos meses, sobretudo após a morte de Holden Roberto, a cenas inacreditáveis entre o actual líder Ngola Kabango e Lucas Ngonda que se reclama o líder legítimo...
Creio, sinceramente, numa esmagadora vitória do MPLA. Não sei se não atingirão a maioria qualificada, já que a trajectória foi alterada, já algo tardiamente, para melhor.
Quanto aos profissionais liberais, está cá tudo. Fartamo-nos de ver "gente conhecida" nos Hot Spots da capital...
King,
A sério é como quem diz. Parece-me é que são os partidos com alguma probabilidade de eleger deputados: MPLA, Unita, FNLA (?), PLD, PRS e Pajoca?
Olá mary,
Obrigado :)
(Emiéle, desculpa lá estar a tomar o teu blog de assalto, através da caixa de comentários lol).
Fala-se muito em Portugal. E são maiores as probabilidades de se falar pior do que melhor da realidade. Excepto quem aqui terá interesses e pinta o cenário ultra cor-de-rosa. Actualmente, Angola vende (revistas, jornais, passagens aéreas, etc e tal). Lembro-me de quando estava em Cabinda, ver notícias e gente a falar em directo relatando coisas que enfim... E de, uma cadeia de televisão, passar imagens da cidade de há uns anos atrás e que já não correspondiam à realidade. Mas isto são histórias. O que já não são histórias eram os meus familiares telefonarem-me para a cidade a perguntar se estava tudo bem porque tinham visto (e ouvido) que a situação estava prestes a rebentar...
Obrigado emiele e miguel,foi informação, pelo menos para mm, muito util. Claro que os restantes comentadores deram importantes achegas e puseram boas questões.
Emiele,
Esqueci-me de dizer que o facto de pensares que as eleições decorreriam durante 2 dias tem razão de ser. Quando o JES anunciou as eleições, disse que seriam a 5 e 6 de Setembro. Isso provocou uma grande confusão porque a própria Lei Eleitoral não prevê isso, daí ter sido a data rectificada lol.
Que boa ideia a da Emiéle em ter convencido o Miguel a participar. Ela não tem que 'desculpar' pelo contrário deve agradecer, porque já disse que te montou uma armadilha e resultou!!!
Eu andava tão distraída que nem reparava que se estava a dar este acontecimento - porque o é.
Daqui a 8 dias conversamos.
Venho quase «fechar» aqui os comentários e, como é de justiça, agradecer muito ao Miguel.
Como confessei logo, quando escrevi o post estava cheínha de esperança de que ele tivesse a paciência de passar por cá e dar a sua opinião.
Em cheio!
(acho que amanhã vou experimentar o totomilhões...)
Como todos aqui disseram, aqui a visão é sempre um tanto deturpada. E caiu mal que vários orgãos de comunicação não pudessem fazer a cobertura do acontecimento.
Mas como disse o Miguel também por lá se fala mal de Portugal. Natural. Nós aqui também :)
Emiéle,
Fui ver a reportagem da SIC. Enfim...
1º Para Angola não se pedem vistos com 2 ou 3 semanas de antecedência;
2º Deviam ter metido o MNE português ao barulho;
3º O Alberto João Jardim já deve ter feito pior a jornalistas do continente;
4º A CS deve ser isenta e objectiva. Não o é. Nem tem sido. Larguei o Público depois do dossier Sócrates. Larguei, durante algum tempo, a SICn com o que ouvia, em determinada altura, sobre Cabinda estando eu a viver lá...
O mais importante é que teremos centenas de jornalistas estrangeiros a cobrir as eleições, menos 5. É um episódio desagradável e que em nada abona a favor das autoridades se não tiverem concedido o visto deliberadamente. Contudo, não posso deixar de assinalar a forma como reagiram Cândida Pinto ou o Director do Público. A primeira com alguma carga irónica e o segundo dando razão à máxima do ser preso por ter cão e por não ter... "convocam as eleições porque sabem que vão ganhar". Se não tivessem convocado seria porque eram ditadores, etc e tal...
Ali o Tio Alberto não deixa mesmo que a malta do continente ponha pé em ramo verde... :D Ora então quem manda?!
Cá por mim, também me pareceu que se há jornalistas de todo o mundo credenciados e a observar, é generalizar por baixo empolar este caso, mas estão como é claro a fazê-lo....
(eu a SIC e TVI deixei de ver, mas ainda continuo a ver a SIC notícias que é diferente -pelo menos tem sido. O Público... tem ódios de estimação como sabemos, mas imprensa isenta por cá é coisa que não se encontra)
Obrigada Miguel.O que disseste confirma o que eu pensava e acrescenta muita coisa da qual nada sabia.Só agora consegui vir aqui e não quiz perder a oportunidade de te agradecer.AB
Apurados 1/3 dos votos, o MPLA esmagou por completo a oposição ao garantir 81,73% dos votos, a UNITA com 10,53%, PRS com 3,11% (voto étnico a fazer força e o facto de estar em 1º lugar no boletim de voto) e a FNLA quase a desaparecer com apenas 1,15% dos votos. Vou mantendo os resultados actualizados no blog para quem tiver algum interesse no assunto. Um abraço.
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