sábado, agosto 30, 2008

A invasão das lesmas

Quando se vive no campo sabemos que temos de coabitar com bichos.
Não há a menor dúvida, e faz parte do contracto. Bichos grandes – cães, gatos, galinhas, patos, burros, cavalos – e bichos pequenos. Formigas, aranhiços, caracóis, lagartixas, esse tipo de fauna. Não me incomodam. Já aqui o confessei que o único animal que me tira do sério por uma irreprimível repugnância, é a barata. E essas nunca aqui as vi!
Não foi o ano passado, deve estar agora a fazer dois anos que deixei por aqui um post sobre uma famosa lesma que durante a calada da noite vinha passear na minha sala de estar. Eu só sabia da sua presença por encontrar um rasto prateado no tapete, todas as manhãs. (não encontrei o post para fazer link, mas sei que o escrevi...)
Passou-se bastante tempo, não faço a menor ideia do tempo de vida daqueles bichos, mas penso que só possam ser as suas tetranetas que continuam a tradição familiar e a fazer-me visita de madrugada.
Acontece que eu sou mulher de me recolher cedo e portanto nunca tinha visto nenhuma, só o seu rasto prateado. Mas o meu filho, que já não sai a mim nesse aspecto e só gosta de se deitar lá para as 3 da manhã, uns dias depois de aqui chegarmos informa-me «Ai, mãe! Que bicho horroroso estava esta noite no meio da sala. Que nojo!…» Quis saber o que lhe tinha feito. Nada! «Então o que é que eu podia fazer?… Aquilo não se pode pisar!» Lá isso… Mas aconselhei que pegasse numa pá e vassoura e a varresse!…
No dia seguinte, declarou-me vitorioso, que assim o fizera. Varreu-a para longe, para bem longe do quintal.
Durante uns dias a coisa parecia resolvida.
Só que ou a família é grande ou ela chamou todas as amigas, o certo é que desde há uma semana que todas as manhãs sou informada que na noite anterior mais um exemplar daquele bicho tinha de novo vindo passear no chão da minha sala, e essa também tinha sido convenientemente varrida! É uma invasão, pacífica mas… invasão!
Hoje à tarde vou à drogaria ver se me aconselham algum produto eficaz neste combate sem tréguas.
É que para a semana não vamos estar cá, e não tenho quem se dê ao trabalho de estar atento às 3 da matina, para caçar lesmas no tapete da sala.
Se elas passam palavra de que a costa está livre, quando voltar no fim de semana que vem estou feita!….

7 comentários:

Anónimo disse...

Lembro-me bem dessa tua outra história da «lesma sábia» que te roeu a margem de um livro! eheheheh! Já também não sei quando é que contaste isso, foi aí num verão mas não sei quando!

Afinal elas não desarmam, pelos vistos... Vai-te a elas, mulher! Que realmente é cá uma porcaria.

Anónimo disse...

Joaninha, olha lá, na terra têm a sua função. Agora não consigo descortinar o que raio existe na carpete da Emiéle para atrair esses bichos?....
É verde?

cereja disse...

Olá, King e Joaninha!
Ainda não me fui embora e dá para rsponder : ná, a carpete não é verde, e não tenho vasos em casa! Aquilo é um mistério o que raio atrai esses bichos.
Mas vamos ver se desta vez a coisa vai.
Lá com o sal que me aconselharam uma vez, não deu nada!

Anónimo disse...

Bom,se se trata de uma familia,talvez tenham elegido a tua casa como um "tranquilo"poiso de férias...E a propósito, Zé Palmeiro, não te faz impressão como alentejano ver água onde havia uma imensidão de terra?Digo isto porque me fez imensa e me "desanrranjou" as minhas coordenadas alentejanas de espaço e tempo ...AB

josé palmeiro disse...

Os caracóis, esses, desde pequenino que os como, mas as lesmas, são repugnantes e essa ou essas, com a mania da carpete, não conhecia. Espero que te consigas desenvencilhar delas.
AB, compreendo a tua situação, tive-a da primeira vez que a visitei, ainda em acabamentos. Hoje, as coisas estão já definidas, a vida alterou-se e tudo segue o curso normal. Aos poucos as culturas mudaram e as populações vão assumindo a vinda da água. Depois, ontem, dei por mim a pensar que uma coisa que nunca s tinha conseguido, o Alqueva fê-lo, de modo natural, unir os três distritos alentejanos. Lembremos que começa no distrito de Portalegre, começa a inundar o de Évora e segue, imparável, para o de Beja. Saibamos nós, humanos, usufruir de tamanha riqueza e integrar, tanta água numa paisagem que a não tinha em tanta quantidade e com tanta qualidade. Uma coisa devemos querer, é que o lago, se não torne em mais um desordenado turistico como os que temos por aí e de que temos provas irrefutáveis.

Anónimo disse...

Ontem não passei por cá e hoje ainda não entrou o post de Domingo (imagino que venha aí; música não será?)

Também tenho ideia de teres em tempos falado nesse bicharoco que se passeava pela tua sala durante a noite, não sei é quando foi, mas ri-me bastante.
Agora se ela se reproduziu e tens um autêntico viveiro, acho que de facto só com uns pós de perlimpimpim. Ou, como disse bem o King, será que tens um tapete verde e elas julguem que é relva...?!

Anónimo disse...

Olha Mary, acabou agora mesmo de entrar a música!!!
Também estava a ler os comentários de ontem quando ela chegou... :D
Realmente quanto ao que dizem o Zé e a AB, ultimamente não tenho parado no Alentejo, apesar de lá ir imenso dantes. Não tinha dado por essa mudança líquida, apesar de já ter reparado na diferença que fez o Alqueva. Entendo bem o que diz a AB, deve fazer alguma confusão 'interior'.