terça-feira, julho 08, 2008

Violência e agressão

Sem pôr em causa que a facilidade de obter e usar armas de fogo possa ser uma das razões da existência de tantos crimes nos países onde elas se obtêm sem grandes entraves, também é verdade que quando a violência existe vai «sair» de uma forma ou outra.
Neste momento as atenções viram-se para Londres e para a Inglaterra.
Vários (muitíssimos! 18 adolescentes mortos assim desde o início do ano) casos de jovens agredidos com facas o que até, segundo li, leva alguns pais a pensar em ir viver para fora de Londres, e o recente caso dos dois jovens estudantes franceses mortos à facada de um modo inacreditável é suficiente para chamar a atenção.
No caso dos dois jovens franceses, até se imagina que o assassino estivesse sob um efeito de droga, porque é inimaginável dar-se quase 200 facadas a alguém estando o agressor num estado normal!
O que me faz pensar é este surto de agressão com armas brancas, e numa terra onde até se está muito alerta contra o terrorismo depois dos atentados que aconteceram.
Procuram-se bombas mas não se pode evitar que se use uma faca. Uma faca é um instrumento banal e necessário e útil para muitos fins.
É que, se calhar, tem de se escavar mais fundo e ir até à origem desta fúria que transborda de um modo tão assustador.

11 comentários:

cereja disse...

(já é a segunda ou terceira vez que me acontece! escrevo uma coisa e publico e depois quero emendar mas ou reescrevia tudo, ou não há modo de emendar!)
Vamos ver se ainda consigo deixar clara uma ideia minha. Disse que «quando a violência existe vai «sair» de uma forma ou outra» e o que se conclui é que eu acho que a tal violência é uma coisa má.
OK, é como o colesterol de que já aqui se falou. Há a Boa e a Má.
Para mim, há situações onde faz sentido a violência. Quando se defendem valores muito sérios, quando se atacam situações insustentáveis, os paninhos quentes não servem. Houve, felizmente, revoluções! E que fizerem avançar o mundo.
Aquilo a que me refiro no post, e queria que ficasse claro, é a «má violência». A que não é dirigida para um alvo justo e sim ataca cegamente apanhando o que se lhe cruza à frente. E que terá causas que talvez se possam estudar e controlar.

Anónimo disse...

Por acaso nem todas as revoluções sangrentas fizeram avançar o mundo e muitas outras mais "suaves"fizeram-no .O tema das revoluções é otimo para a história e à posteriori.Para quem as vive, no momento, deve ser qq. coisa de terrivel.( nem todas são com cravos).No entanto tanto para essas revoluções como para outras explosões de violencia há um motivo, claroque não sei se se pode dividir em bom e mau,mas que ´há um momento psocológico acima do qual elas não se dão e abaixo do qual ainda não se dão parece-me claro.Esta violencia é um sinal.No mundo inteiro.E se calhar teremos que voltar a rever os conceitos de barbarie.Por muito que custe à Europa.AB

Anónimo disse...

Quando falo em momento psicológico falo em momento psicológico colectivo.AB

cereja disse...

Bem, e eu quando falei em «revolução» também não estava a pensar necessariamente em «revolução sangrenta». Mas a ideia de 'revolução' pode ou não ser sangrenta mas implica violência, porque é retirar alguma coisa e substitui-la por outra usando força.
Já me tenho questionado se a 'resistência passiva' não será uma forma de violência não violenta...?

Anónimo disse...

Difícil isso, de se saber se há BOA ou MÁ violência. Tenho tendência a achá-la sempre má, mas...
nascer não é uma violência?
Se há momento que envolva dor e sangue, e choro (do bebé) é um parto, e contudo sem isso não há nova vida.

Enfim, dá que pensar.

Anónimo disse...

Mas Mary, a Emiéle chama ao post «Violência e agressão»
Parece querer distinguir as coisas, e se forem separadas, já tudo pode bater certo. Uma coisa até pode ser violenta e não ser agressiva.
Aliás e vice-versa! Eu posso sentir-me agredida porque os meus sentimentos foram feridos, mas porque sou muito sensível, por exemplo. E sem ter havido violência.

Acho que já me afastei das facas! :(

Anónimo disse...

Vocês deixam-me baralhado, credo!!!!

Vamos voltar às facadas? Olhem que dar quase 200 facadas, até deve deixar o braço a doer. Eu concordo que o tipo ou era doido, ou tinha fumado qualquer coisa... Não é normal
(admitindo que matar seja 'normal'...)

Anónimo disse...

Raphael, tens razão.
Neste caso é um violência tão desmesurada que é uma espécie de loucura.
Mas o que se anda a ver é que estes ataques de navalha ou faca ou lá o que seja, já mataram muitos miúdos por lá!

Eu se vivesse em Londres não digo que fugisse, mas filho meu não andava à noite na rua...

Farpas disse...

É uma coisa que me espanta um bocado, sempre me senti bastante seguro em Londres, mesmo em bairros mais "estranhos" como Camden Town... é preciso estudar essas situações antes de se fazer uma generalização, não nos podemos esquecer que quem soubesse das notícias sobre a noite do Porto aqui há uns tempos... ficaria de certeza a pensar que o Porto era um cenário de guerra... e talvez o fosse!

josé palmeiro disse...

Já todos disseram o que pensavam e não me custa encontrar, em todos, pontos de concordância.
Agora que este rumo me deixa, extraordináriamente preocupado, isso deixa!

cereja disse...

Tu talvez tenhas razão, Farpas. Muitas vezes generaliza-se demais, e os tablóides adoram enfatizar as questões. E se há tablóides típicos é ali naquelas ilhas...
Contudo, os números que dão são sérios. Dezoito mortos à facada, e adolescentes!, é muita gente
Contudo também tinha a ideia de que Londres não seria pior do que qualquer outra
grande capital.