segunda-feira, julho 14, 2008

…há ir e voltar»

O exemplo é apenas um e é precipitação começar já a generalizar.
Mas conta a imprensa:
Uma empresa alemã que tinha ‘deslocalizado’ uma fábrica de Portugal para a China por causa do custo baratíssimo da mão-de-obra está a repensar a sua decisão.
A verdade é esse propósito tinha sido tomado exactamente porque o preço do artigo lá fabricado ficaria tão barato que compensava o preço que custava a distância a percorrer, MAS…

Com o aumento do preço do petróleo, eles voltaram a fazer as contas.
Diz-se que não será caso único, não serão apenas os ursinhos de peluche, e sim outros produtos que tenderão a regressar a locais que simultaneamente estejam mais perto dos consumidores e tenham mão-de-obra barata. Atenção que isso não se passa apenas em Portugal, no caso em questão também se falou na Tunísia…
Será uma quebra do comércio global? A não ser que o consumo desses países do oriente também suba imenso e portanto se produza lá para consumir também lá…
Os ‘ursinhos de peluche’ serão um produto assim tão necessário?
Podem ser um sinal, o primeiro sinal de que alguma coisa pode mudar.

7 comentários:

Anónimo disse...

Até parece que o Oriente produz só peluches para o ocidente se divertir...e um ocidente obviamente infantil. Se alguém foi por exemplo à feira de artesanato internacional e viu o que por lá se encontra independentemente do gosto de cada um e atentar nos preços...bom.Além de que ninguém me garante que uma "Liga" de produtores de petroleo e de paises com raizes semelhantes nãp possa ser criada um dia destes...AB

Anónimo disse...

Amigos, a Emiéle disse que era um caso e seria precipitação generalizar.
Mas, é um precedente, de facto.
Só que para mim esta marcha é irreversível. Há séculos que se produzem no Oriente cópias de tudo e mais algumas coisa. De marcas chiquíssimas, relógios, electrodomésticos, tudo o que se produz no ocidente também se produz lá, nem que seja com imitações.

Talvez se trave a sangria dos últimos anos, mas o processo em si vai resistir às crises petrolíferas.

Anónimo disse...

Pelo menos este exemplo é uma esperança de que se repense algumas políticas 'globais'....

josé palmeiro disse...

Começopela pergunta que deixaste na penúltima linha e respondo que só o Sócrates te poderá responder, pois, segundo parece, não dispensa o urso, quer para dormir, quer durante o dia.
No que diz respeito à grande reflexão que encerra o problema situa-se num espaço que resumidamente dira que é como o do "mexilhão", "o mar, bate na rocha e que se lixa é o mexilhão!". Persupõe-se aqui que a maré está alta e o mexilhão, dentro de água, está já a pensar que vai ficar bem, veremos se a maré, não baixa.

Anónimo disse...

O que acho sempre estranho e hipócrita é o facto de se continuar a lutar pelas condições de trabalho porque se crê na saúde mental e física dos seres humanos, na qualidade de vida, felicidade etc e tal, e no fim, as empresas vão para países como a China onde "os pobres trabalhadores" produzem horas e horas, longe da familia, só com uns breves dias de férias tirados em massa pela ocasião da passagem de ano chinês. Entristeceu-me ver as imagens na TV aquando da paragem dos comboios, de passageiros aos montes, desesperados, temendo não poder ver a família na única época livre que lhes concedem!? O que continua a faltar mundialmente é solidariedade e respeito pelo bem-estar e direitos humanos, independentemente onde os produtos sejam produzidos.

cereja disse...

Lia, é evidente que o trabalho na China, Índia, países do oriente em geral é a maior das explorações. E, é chocante que as multinacionais façam essas deslocalizações. E afinal se 'voltarem' à uma produção de antigamente não é porque tenham algum escrúpulo na exploração da mão-de-obra e sim porque afinal não ficará tão barato pelo preço do transporte.
«Porca Miséria» diriam os italianos...

Anónimo disse...

Mas que raio, isso de ter «inventado o ursinho de peluche»!!!!
Inventado???
Ainda vou ler melhor a notícia.