Fogo
O incêndio do Chiado foi há 20 anos.
Foi tão terrível que as suas cicatrizes ainda hoje se podem sentir.
Esta madrugada foi na Avenida da Liberdade que começou um outro incêndio num prédio devoluto que alastrou a outros dois prédio e desalojou cem pessoas .
Ainda há poucos tempo eu referi aqui no Pópulo o caso de um prédio devoluto desta avenida, que ameaçava derrocada e isso impediu a circulação durante algum tempo.
Desta vez a origem do fogo esteve também num prédio devoluto . E também na Avenida da Liberdade.
É claro que em prédios muito antigos e com as estruturas que tinham os do Chiado e talvez as do prédio onde hoje se iniciou o incêndio, o risco de tal acontecer é grande. E esta zona é bem martirizada, ainda nos lembramos do incêndio no D. Maria. Mas aquilo que é impressionante é, tal como no caso do outro prédio em risco de derrocada, como podem existir, na rua mais importante de Lisboa, prédio emparedados.
Claro que não faço a menor ideia do que se passa em cada caso, os motivos podem ser variadíssimos, heranças complicadas, partilhas difíceis, processos que se arrastam em tribunal.
Mas a Avenida da Liberdade é um cartão de visita de Lisboa, a nossa principal avenida. Tenho ouvido o espanto de amigos estrangeiros quando deparam com esses prédios, de tão mau aspecto num local destes.
Mas é possível que se esteja de mãos atadas pela lentidão dos processos em tribunal?
O trocadilho é demasiado fácil mas parecem sinais de que a Liberdade ameaça derrocada e já começa a arder…
Foi tão terrível que as suas cicatrizes ainda hoje se podem sentir.
Esta madrugada foi na Avenida da Liberdade que começou um outro incêndio num prédio devoluto que alastrou a outros dois prédio e desalojou cem pessoas .
Ainda há poucos tempo eu referi aqui no Pópulo o caso de um prédio devoluto desta avenida, que ameaçava derrocada e isso impediu a circulação durante algum tempo.
Desta vez a origem do fogo esteve também num prédio devoluto . E também na Avenida da Liberdade.
É claro que em prédios muito antigos e com as estruturas que tinham os do Chiado e talvez as do prédio onde hoje se iniciou o incêndio, o risco de tal acontecer é grande. E esta zona é bem martirizada, ainda nos lembramos do incêndio no D. Maria. Mas aquilo que é impressionante é, tal como no caso do outro prédio em risco de derrocada, como podem existir, na rua mais importante de Lisboa, prédio emparedados.
Claro que não faço a menor ideia do que se passa em cada caso, os motivos podem ser variadíssimos, heranças complicadas, partilhas difíceis, processos que se arrastam em tribunal.
Mas a Avenida da Liberdade é um cartão de visita de Lisboa, a nossa principal avenida. Tenho ouvido o espanto de amigos estrangeiros quando deparam com esses prédios, de tão mau aspecto num local destes.
Mas é possível que se esteja de mãos atadas pela lentidão dos processos em tribunal?
O trocadilho é demasiado fácil mas parecem sinais de que a Liberdade ameaça derrocada e já começa a arder…

11 comentários:
Fui jantar fora e ao regressar a casa tive conhecimento de mais esta catástrofe.
Como dizes, são cíclicos, em Lisboa, esses fogos, que a todos afectam. Se os fogos rurais, são o que são, de horror e destruição, estes, urbanos, são autenticas calamidades. Fico sem palavras para dizer o que seja, pois as permissas são tantas que me é difícil analisar, para além do lamento da perda de memória, que daqui resultam e de todo o drama humano, que despoleta.
Não, Zé Palmeiro, não foi tão grave como poderia. Arderam dois prédios.
O grave, grave, é o que diz a Emiéle: numa artéria principalíssima como é esta, é de aceitar que hajam tantas casas a cair de veljice sem um plano que as recupere?
E os «Recrias» e coisas dessas?
Também me parece que poderia ser pior.
Olhem o Palácio Foz logo ali ao lado?! E o Eden. E...e...e...
É inacreditável como se deixam as coisas arrastar tantos anos à espera de quê?...
Só hoje (e por aqui, sou franca) vi a notícia. Ontem estava a jantar com amigos sem rádio ligado nem tv, e esta manhã a minha primeira informação é o Pópulo :))
Mas quando li não tive tempo para abrir a caixa de comentários.
De qualquer modo foi um susto muito grande, e se podia ser pior (também me parece) isso só serve para repensar como estamos a preservar o nosso património....
Há muita conversa que tem de ser feita, em relação aos prédios devolutos. Meter todos os senhorios no mesmo saco é quase como meter todos os inquilinos no mesmo saco, ou todos os proprietários de casas no mesmo saco.
Hoje vem uma declaração da Associação Lisbonense dos Proprietários, que diz várias coisas certas, sem dúvida. E há, para aí, muitos senhorios bem velhinhos e sem posses para fazer obras. Sem dúvida. Mas onde o ramalhete se estragou foi quando disseram que o tal prédio que ardeu, era duma sociedade imobiliária espanhola
?! Muito pobre? Huuummm.... O que vos cheira?
Cheira a esturro, não é?
O incêndio nos dois prédios não desalojou 100 pessoas, até porque um deles estava vazio!
Os que foram mesmo evacuados foram uns vinte e tal, o número subiu porque os residentes num hotel também foram evacuados por medida de precaução. A esta hora já devem ter voltado para lá...
Pelo que li, Lisboa tem 4.600 prédios devolutos. Neste número deve caber tudo: quem os mantenha para que o negócio suba e quem não tenha possibilidades de fazer obras.
De qualquer modo, a carapuça não encaixa no caso desta noite: dos dois prédios, um era da Junta de Freguesia, e outro de uma sociedade imobiliária. Não eram exactamente senhorios pobrezinhos e velhotes...
Ora cá está:
Disse um morador próximo «Foi intencional. Há duas formas de resolver os problemas da morosidade e da burocracia em Lisboa: os prédios devolutos ou caem ou são incendiados. Assim resolve-se a morosidade da câmara municipal. Isto é recorrente. Não é a primeira vez, nem há-de ser a última» e ainda:o mais fácil e politicamente correcto quando há um incêndio, é dizer que foram os toxicodependentes. A especulação imobiliária em Lisboa é assim. No prédio do lado aconteceu o mesmo há alguns anos. A fachada tinha que ser protegida, esteve ali anos a fio sem ninguém lhe ligar nenhuma até que um dia caiu
Não dizia eu?
Pelos vistos não estou sozinho.
não é só em lisbo, infelizmente.
em coimbra também há muitos prédios velhos e a cair.
devia haver maneira de resolver rapidamente estes assuntos que, além destes prédios enfeiarem uma cidade, também são perigosos!
Eu hoje além de escrever menos que o meu costume, também vim muito menos cá (mas mesmo assim vocês foram comentando, com links e tudo!!)
Pois calculo que seja Saltapocinhas. Eu falo de onde me aperta o sapato, mas acredito que noutros locais esse desleixo (será?) seja o mesmo.
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