capitalismo cultural
Uma conferência dada ontem por Slavoj Zizek, levantou algumas questões muito interessantes.
Ele considera que existe um capitalismo cultural e que se vê isso pela ‘marketização’ da cultura.
Acha que existe «uma culturalização dos próprios bens de consumo, não só no sentido de produtos culturais, como o cinema e a cultura popular mas num sentido mais lato, de coisas que associamos à cultura, como o sentido da vida, a filosofia… tudo isto está a tornar-se uma mercadoria para vender»
De pensar. Diz ele que «as duas nossas maiores preocupações sociais a ecologia e a ‘compaixão’ com os pobres» podem ser usadas e dá como exemplo uma empresa multinacional «que anuncia que os seus copos de café são recicláveis, revelando preocupações ambientais, e promove campanhas segundo as quais cinco por cento do valor pago pelo café será canalizado para educar os pobres da Guatemala».
Tudo se torna mercadoria para vender.
Há muito para reflectir.
Ele considera que existe um capitalismo cultural e que se vê isso pela ‘marketização’ da cultura.
Acha que existe «uma culturalização dos próprios bens de consumo, não só no sentido de produtos culturais, como o cinema e a cultura popular mas num sentido mais lato, de coisas que associamos à cultura, como o sentido da vida, a filosofia… tudo isto está a tornar-se uma mercadoria para vender»
De pensar. Diz ele que «as duas nossas maiores preocupações sociais a ecologia e a ‘compaixão’ com os pobres» podem ser usadas e dá como exemplo uma empresa multinacional «que anuncia que os seus copos de café são recicláveis, revelando preocupações ambientais, e promove campanhas segundo as quais cinco por cento do valor pago pelo café será canalizado para educar os pobres da Guatemala».
Tudo se torna mercadoria para vender.
Há muito para reflectir.
10 comentários:
Ia começar a dizer que não conhecia o nome e a justificar-me da ignorância com a razão de que hoje em dia nunca se consegue estar a par de tudo, o que é verdade, mas ...
OK. Não conhecia, ponto.
Fiquei interessada, ponto.
Pelo que entendi o pôr o acento tónico num aspecto farisaico das grandes empresas que apanham a onda dos interesses politicamente correctos e a aproveitam, é bem explicado por ele. Vou procurar alguma coisa acessível que ele tenha escrito.
Também não conhecia nada dele, apesar de conhecer o nome.
E essa coisa do correcto (ecologia, ambiente, subdesenvolvimento, pobreza )acabar por «vender bem» sendo chocante não é novidade. Em tempos falei aqui no livro do Thomas Frank 'Porque é que os pobres votam à direita?' que é muito interessante para se entender alguns truques.
A ideia de marca ou empresa"bom cidadão" é uma ideia já antiga e muito usada.Sobretudo em produtos alimentares como leite iogurtes etc.Em cada embalagem X reflecte-se na participação em causas de acção social que dão uma boa imagem à empresa e não retiram tanto lucro assim uma vez que o donativo é repartido entre a empresa e o consumidor.Eu não sei se è de pôr ou não a tónica no "aspecto farisaico" porque não é bem disso que se trata.As empresas devem ter e algumas tem ,(poucas) investimentos de caracter social ,que não se refletem só nas condições dos seus trabalhadores.È o tal papel social,que as leis de Mecenato comtemplam noutros paises com alguma clareza e aqui são dúbias e pouco compensadoras.Agora,as escolhas das areas em que esse papel social se manifsta são um bocadinho "o que està a dar" seja a ecologia, as industrias culturais(eu sei que esta linguagem traz engulhos,mas o cinema por exemplo,ninguém tem dúvidas que é uma indústria e que é cultura),ou as minas em Àfrica.Digamos que o que me choca muito mais que isto é a politica transformada institucionalnente em caridade,por sua vez tornada negócio,através de instituições que deveriam ser fidedignas e não são.AB
Conclusão simples:uma empresa é um negócio e em principio é para ter lucro.E uma ONG?AB
Quando li o teu primeiro comentário vinha já 'provocar' e puxar-te pela língua sobre as ONGs, porque sei que tens ideias muito firmes sobre os seus interesses.
Afinal já tinhas acrescentado o Post Scriptum (fica assim para não se confundir com outras iniciais...)
Também, o não conhecia!
Escrito bem agarrado, Emiéle.
Focaste um assunto que me anda a remoer há imenso tempo.
Aqui há muitos anos, no início da década de noventa, a Fundação Calouste Gulbenkian levou a efeito, em Faro, conjuntamente com o Município local um Simpósio denominado: "Cultura e Industrias da Cultura", que teve, dentre outras a participação do Zeca Medeiros, como moderador do painel: "A primeira forma de Industria da Cultura: O Cinema".
Lembro-me perfeitamente das interrogações que logo ali se lavantaram e das acesas discuções que provocaram.
Na verdade, tem sido um caminho trilhado com uma celeridade incrível, que é necessário reflectir e inverter, com a mesma celeridade.
Gostei de saber da existência deste, Slavoj Zizek, e das conferência que, em boa hora o Bloco organizou, nesse polo cultural, que é a Fábrica da Pólvora.
A ti, o meu agradecimento, pela chamada de atenção, reflitamos!
É pá, isto é alguma novidade? Foste apesar de coxinha?
Claro que citar este nome tem outra categoria... prejuizos.
"Fidedignas"? Talvez algumas ONGs.
Nã, não fui, só estou aqui a dar a notícia. :D
Sabes, FJ, eu estava a 'picar' a AB porque ela sabe histórias de algumas destas ONGs muito beneméritas no contexto de apoio a países que bem precisam, mas... começam por se apoiar a si mesmas!
E isso não me admira nada porque mesmo cá, também sei de várias IPSS (solidariedade social, não é?) e ONGs que acham que a caridade bem entendida começa por nós! (ou por elas!)
Zé Palmeiro, tocaste num ponto curioso, esse do cinema. É claro que é das culturas onde mais se notam outros interesses.
... ou ainda das indústrias onde se Vê a(s) cultura...é uma discussão um bocado como a do ovo e da galinha.Mas não é bem aí onde o filósofo toca...é um bocadinho mais ao lado...AB
Huumm...
Vou também ver se me informo melhor.
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