Excessos
Diz-se que nem oito nem oitenta, que no meio está a virtude, etc e tal e eu não costumo gostar desse modo de pensar. Tenho muitas vezes a sensação de que o fazer-se a pontaria para o imaginário 36 é, de certa forma, a apologia da mediocridade. Ou seja cá por mim quando não gosto do 8, o bom mesmo será o 80 ou talvez até o 100, porque não…?
Mas nem sempre.
Há poucos dias escrevi para aqui um desabafo sobre o incivismo de muita gente.IrritavamIrritam-me certas atitudes. E assim, obviamente, não as tomo nem sou capaz de as tomar. Tenho muito arreigada a noção de que existem outras pessoas para além de mim, neste mundo, e com direitos iguais aos meus. Mas por vezes caio em mim e sinto-me um tanto ridícula com essa obsessão do respeito pelos outros que, balançando para o tal 80/100 até parece que os «deles» merecem mais respeito do que os «meus».
Eu raramente lavo o meu carro. Sou bastante asseada em casa, mas quanto ao carro reconheço que me desleixo; é que sinto que o dinheiro da lavagem é deitado à rua, no dia dessa operação ele brilha como um sol, mas na manhã seguinte já está cheio de pó, e dois dias depois já se lhe pode escrever com o dedo. Lisboa + obras, conhecem a soma?
Contudo, de vez em quando lá tenho uns escrúpulos e levo-o ao banho. O sítio de lavagens mais perto da minha casa, está agora completa e totalmente automatizado, compra-se uma ficha que nós próprios metemos numa ranhura da máquina, entramos no carro a engenhoca lá passa a água, o sabonete e a toalha, acende-se uma luz verde e pormo-nos a andar. Não se vê, vivalma!… Mais adiante há outra engenhoca, com vários tubos de aspirador, e podemos aspirar o interior do bicho se metermos uma moeda. Quando acabei o duche vi que estavam várias pessoas nessa zona da aspiração e dispus-me a esperar.
Li o jornal todo.
Os meus antecessores, meticulosamente, não devem ter deixado um grão de poeira lá dentro tal o tempo que levaram na operação. Quando por fim um deles terminou e ocupei o seu lugar, vejo que alguém acaba de sair da zona das lavagens e se coloca atrás de mim à espera do ‘aspirador’. E aqui é que começa a palermice. A sensação de que alguém esta à espera de que eu me despache, dá-me um nervoso miudinho… e lá me despachei em cinco minutos.
Por uma vez na vida que ia ter o carro limpo como deve ser, não o consigo por excesso de delicadeza! E isto é apenas um exemplo de uma atitude que tenho muitas vezes.
Há cura, com certeza!
Mas nem sempre.
Há poucos dias escrevi para aqui um desabafo sobre o incivismo de muita gente.
Eu raramente lavo o meu carro. Sou bastante asseada em casa, mas quanto ao carro reconheço que me desleixo; é que sinto que o dinheiro da lavagem é deitado à rua, no dia dessa operação ele brilha como um sol, mas na manhã seguinte já está cheio de pó, e dois dias depois já se lhe pode escrever com o dedo. Lisboa + obras, conhecem a soma?
Contudo, de vez em quando lá tenho uns escrúpulos e levo-o ao banho. O sítio de lavagens mais perto da minha casa, está agora completa e totalmente automatizado, compra-se uma ficha que nós próprios metemos numa ranhura da máquina, entramos no carro a engenhoca lá passa a água, o sabonete e a toalha, acende-se uma luz verde e pormo-nos a andar. Não se vê, vivalma!… Mais adiante há outra engenhoca, com vários tubos de aspirador, e podemos aspirar o interior do bicho se metermos uma moeda. Quando acabei o duche vi que estavam várias pessoas nessa zona da aspiração e dispus-me a esperar.
Li o jornal todo.
Os meus antecessores, meticulosamente, não devem ter deixado um grão de poeira lá dentro tal o tempo que levaram na operação. Quando por fim um deles terminou e ocupei o seu lugar, vejo que alguém acaba de sair da zona das lavagens e se coloca atrás de mim à espera do ‘aspirador’. E aqui é que começa a palermice. A sensação de que alguém esta à espera de que eu me despache, dá-me um nervoso miudinho… e lá me despachei em cinco minutos.
Por uma vez na vida que ia ter o carro limpo como deve ser, não o consigo por excesso de delicadeza! E isto é apenas um exemplo de uma atitude que tenho muitas vezes.
Há cura, com certeza!
10 comentários:
Vê lá...que como dizia o outro "par delicatesse j'ai perdu ma vie"...(isto é só para continuar com o "excesso"de França.)AB
Eu não sou assim, mas conheço quem o seja (para não ir mais linge a pateta da minha irmã) Tal e qual. Se imagina que está a «empatar» nem faz aquilo que queria para se despachar.
Deve ter cura, mas despacha-te!!!
Nem o 8 nem o 80, mas achei-te graça ao 100.
Pensando bem, tens alguma razão. Por vezes se não concordamos com alguma coisa apetece mais do que o extremo, o "extremo do extremo"!!!!!!!
A tua história parece uma parábola. E eu acredito nela.
Que gira a imagem, Emiéle.
(este blog tem um cuidado com a parte gráfica que é uma delícia)
OK, também gostei do post.
O facto de teres menos tempo para as notícias do dia a dia, não me parece mal.
O escrito, não! Mas a atitude, essa era, certamente, a minha. Sou assim, pronto, nada há a fazer. Ainda ontem, estava num restaurante, com um dos meus filhos e um amigo, já tinhamos terminado, mas estávamos numa conversa interessante e continuámos sentados, quando reparei que um casal, acompanhado da filhinha de cerca de oito anos estava à espera. Foi como se uma mola, de repente se soltasse e aí fomos nós, à procura de um empregado, para pagar e zarpar.
Pois é eu tambem sou assim.Deve provir de uma má relação com o pai.
Como dizias acerca da matemática... deve ser genético! Pois, mas ando a tratar-me...
Já agora, tenho uma grande mangueira amarela e um grande pátio com um lugar de estacionamento: é divertido para aqueles dias de muito calor; não cobro nada e ainda ofereço jantar. Podes tazer uma garrafita de qualquer tinto honesto, se quiseres.
PS - também tenho aspirador portátil e extensão eléctrica até lá abaixo.:D
Ausência de fim de semana, e esqueci-me de que tinhas prevenido que prolongavas as férias para hoje. Chegeuei cedo e fiquei admirada...
Mas sempre estão estes posts para me ir entretendo :D
Estou tal e qual como o Palmeiro - nos restaurantes é uma chatice, é completamente impossível ficar com o rabo na cadeira se há alguém à espera! Contudo, existe o tal 8 mesmo nessa questão das comidas:
Reparem nas pessoas que «marcam a mesa» nos sítios onde se vai depois com o tabuleiro, e depois disso é que vão para a bicha da comida. Nós de tabuleiro na mão, várias nesas às moscas, mas marcadas....!
se há cura eu também não a conheço, pois sou assim tal e qual!
não na lavagem do carro que isso faz-se em casa nas calmas (e não sou eu, eheheh) mas em relação a milhentas outras coisas!
Pronto, cala-te lá com o Saltapocinnhos que a gente sabe a maravilha que é...
E também que tens uma casa com quintal e gatos, mas aqui no meu 3º andar não me dava para essas habilidades.
O mais que posso é aceitar a oferta da mangueira da Xana e ver se quando lá for não está o famoso camionista a bloquear a entrada...
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