terça-feira, maio 06, 2008

Esta estranha relação com a net

Estou de volta à minha vida de todos os dias.
Com o que de bom e de mau ela tem.
Menos tranquilidade, menos sossego, menos descanso. Horários. O ar que se respira muito menos puro, um ruído de fundo de cidade que nem se dá por ele mas nunca se ‘apaga’, uma curiosa sensação de urgência em tudo o que se faz, mesmo que na realidade não seja urgente…
Por outro lado aqui os amigos estão mais «à mão», as compras são bem mais fáceis, a minha ‘fada-do-lar’ trata das tarefas domésticas mais chatas. Digamos que as férias são boas porque… são férias.
E aqui tenho «a minha net»!
É giro que eu considero, com toda a sinceridade, que não estou viciada. Nã! Se, por exemplo, estou de viagem, nem me lembro que pode ser útil consultar isto ou aquilo, ver se alguém me escreveu, ver ‘a temperatura’ do bloguezinho. Nem em tal penso. Mas nos dias de férias o tempo é muito maior, os dias são graaandes, têm as tais 24 horas que no resto do ano parecem reduzidas a 12. E se a minha ‘rotina de férias’ implica uma paragem num café com net, isso passa-se de manhãzinha, no resto do dia se me lembro de qualquer coisa vai ter de esperar até à manhã seguinte.
E isso aborrece-me. Acontece-me muito mais vezes ter uma dúvida que o Google esclareceria logo, querer saber como está a minha conta bancária ou pensar em fazer uma transferência e não estar para ir à procura de um multibanco a funcionar, ou, sei lá, desejar saber o horário das camionetas ou comboios para poder planear uma futura viagem. (além de, como vocês imaginam, ficar sempre curiosa por saber se aquilo que escrevi de manhã teve ou não quem se interessasse e comentasse)
E afinal isto da net é tão recente!!! Que seja difícil hoje passarmos sem água canalizada, gás, electricidade, telefone… enfim, já há muitos anos que se vive com essas vantagens, já «nascemos» com elas. Mas a net, é mesmo um capricho!
Pois é.
Mas confesso que faz parte do meu conforto.
E que é um dos factores que me faz sentir bem em voltar para casa.


10 comentários:

josé palmeiro disse...

Uma descrição com solução à vista.
Compra um portátil.

Anónimo disse...

Ora,ora, porque é que ainda vislumbro um problemazinho de consciencia?Uma culpazinha?Entrou nas vidas e pronto...somos dados a hábitos and so,and so....AB

Anónimo disse...

A Emiéle é que te dirá mas eu já ouvi que ela tem um portátil. Até uma vez de brincadeira disse aqui que tinha mais do que um!
Estou em pleno acordo com a AB - porque raio havemos de ter vergonha de uma coisa que é confortável e nos facilita a vida??? Ela fala aqui numa coisa que para mim dá um geito do caraças - o «ir ao banco» sem sair de casa. Claro que não posso levantar dali dinheiro mas a maioria das coisas que preciso faço aqui na net! E o cómodo que é o Google para quando não nos lembramos de uma coisa...?!

Anónimo disse...

Tal como o descreves não é nenhuma dependência. É o tal «conforto».
Tens é de arranjar uma net lá para onde vais, sem ter de passar obrigatoriamente pelo café - que pelo que aqui se nota nem fica lá muito perto.

Anónimo disse...

Nada estranha!
Cá eu, também sou assim. Nem penso nela quando está à mão, mas fico fula se vai abaixo ou não posso consultar.

Aliás o boneco diz tudo!

cereja disse...

A Mary tem razão, Zé Palmeiro, portátil tenho eu, aliás alguns dos posts que deixo ficar aos fins-de-semana vão escritos numa 'pen' e é só deixá-los ficar, o que não tenho é net!
E como tenho net em Lisboa, tinha de ter outro contrato e isso não me dá jeito nenhum.
Mas tenho de imaginar um sistema, nem que mude de 'fornecedor'.

josé palmeiro disse...

Emiéle, quando vim para os Açores, pôs-se-me esse problema e, acho que já passei a ideia, resolvê-mo-lo, eu e o meu filho, com a aquisição de um acesso de "banda larga" da TMN, que era, na altura, a que me oferecia maior e melhor cobertura de rede. E, passados todos estes meses, nada tenho a dizer, senão em abono da fiabilidade e praticidade.

cereja disse...

Zé, eu hei-de inventar uma solução, mas por enquanto a coisa não é muito fácil. É que acontece que em Lisboa, onde estou mais tempo, tenho um pc de secretária e um portátil. O servidor é netcabo, que está ligado ao da secretária e o portátil funciona também porque tenho um wireless. Essa funcionalidade é indispensável porque cá em casa há mais do que um utilizador da «coisa» e é o único modo de não se andar à batatada. Mas o wireless do portátil funciona numa zona onde exista outro computador com wireless... o que não há na minha aldeia. É claro que podia ligar ao portátil um desses «cangurus» ou a tua proposta, TMN, mas nesse caso tinha de pagar dois servidores, o de Lisboa e o outro. E chateia-me pagar uma mensalidade de net quando por vezes vou lá dois dias por mês...

Alex disse...

Parece-me que o (nosso) receio de estar "viciado" em net só se prende com o facto de esta ser "muito jovem"; lembro-me de ter acontecido o mesmo com a TV. Provavelmente aconteceu o mesmo com o telefone,talvez tenha sucedido o mesmo com a electricidade e com mais mil mordomias que hoje tomamos por certas e que utilizamos de forma automática.
Quanto à "curiosa sensação de urgência mesmo que na realidade não seja urgente…" Essa é estupidamente real, essa chateia-me "à séria" e dessa tento lembrar-me todos os dias para não cair na desgastante e doentia ilusão.

cereja disse...

É, não é, Alex? Modéstia à parte achei-me esperta por ter encontrado essa expressão. É que quando estou em Lisboa, tudo parece que é «para ontem» e cai-nos o céu em cima da cabeça se assim não for. E está mais do que provado que não é, mas ficamos com uma má consciência se não andarmos num virote... Gaita!!! Luto contra isso, mas é difícil.
Tens toda a razão com a 'novidade' da net. Antes do telefone escreviam-se cartas e bilhetes, e tudo funcionava bem. Ou pelo menos não funcionava mal, porque não se esperava outra coisa. Veio o telefone e acelerámos. Agora temos o telemóvel. Melhor. E a net, ainda é um brinquedo, mas dá cá um jeitão!!! Eu dei aqueles 3 exemplos mas podia dar uma dúzia, a verdade é que nos facilita a vida - até receitas de cozinha lá vou buscar!!!