Danny "le rouge" era de origem alemã e judeu.Em determinada altura foi alcunhado de "judeu alemão".Creio que este poster é uma resposta.Aliás porque o movimento francês bebeu muito do movimento alemão na sua versão "libertária" e anti-guerra.Como bebeu da escola alemã de Frankfurt no aspecto ideológico(era ainda RDA sob dominio sovietico).e noutro campo a chamada "oposição extra parlamentar" alemã é uma das principais referencias na Europa da revolta estudantil.Não deixa de ser curioso fazer uma analogia deste cartaz com o "Ich bin ein berliner"do Kennedy, muito mais tardio e, aí aperecem as grandes ironias da História, porque uma das grandes causas próximas do 68 foi a mobilização contra a guerra do Vietnam...(Lembram-se dos "bombons" do Brel?)AB
O cartaz é uma resposta, creio eu, ao facto de às tantas por ele ser de origem alemã (e judeu também, de facto) o terem querido expulsar. Aí vem a resposta: somos todos!
O que sei vem na mesma linha do que disse a Mary. Não estou lembrado do que contas do "Ich bin ein berliner" do Kennedy. Foi a respeito do quê? És capaz de contar melhor?
Quando da guerra fria o Kennedy fez em Berlim um discurso que ficou célebre e que (há outras interpretações e algumas são anedóticas)foi considerado um dos melhores de sempre e que visava sublinhar o suporte que a América dava ao "enclave" que a parte ocidental de Berlim era no bloco sovietico.Assim ele utiliza o mesmo conceito de "o todo pela parte"E diz "eu sou um berlinense".Aliás no comentário que escrevi de manhã disse que o discurso é mais tardio,mas não é.È de 63(fui verificar).AB
Quanto aquilo que disse a Joaninha é curioso porque vai contra o que o "ideario" que 68 traduzia.Não eram herois ou dirigentes mas "haut-parleurs"(diziam eles).Aliás o mesmo se aplicava à noção de intelectual de catedra tal como os conheciamos( o Sartre percebeu "na pele" isso mesmo e o Aragon tb.).Mas ainda outro dia li qq. coisa um artigo, já não sei se na net ou numa coisa do Instituto Franco-Português que tinha como titulo 11 milhões de soixants-huitards e um único sobrevivente e o sobrevivente era o Bendit.E o artigo explorava exactamente a contradicção dessa "mediatiatização"com o que era a "massa"o "todo"que 68 propunha.AB
8 comentários:
O pior, Emiéle, é que, um a um ou em conjunto, muitos deles, continuam a fazer sentido!
Até quando?
Danny "le rouge" era de origem alemã e judeu.Em determinada altura foi alcunhado de "judeu alemão".Creio que este poster é uma resposta.Aliás porque o movimento francês bebeu muito do movimento alemão na sua versão "libertária" e anti-guerra.Como bebeu da escola alemã de Frankfurt no aspecto ideológico(era ainda RDA sob dominio sovietico).e noutro campo a chamada "oposição extra parlamentar" alemã é uma das principais referencias na Europa da revolta estudantil.Não deixa de ser curioso fazer uma analogia deste cartaz com o "Ich bin ein berliner"do Kennedy, muito mais tardio e, aí aperecem as grandes ironias da História, porque uma das grandes causas próximas do 68 foi a mobilização contra a guerra do Vietnam...(Lembram-se dos "bombons" do Brel?)AB
O cartaz é uma resposta, creio eu, ao facto de às tantas por ele ser de origem alemã (e judeu também, de facto) o terem querido expulsar.
Aí vem a resposta: somos todos!
O que sei vem na mesma linha do que disse a Mary.
Não estou lembrado do que contas do "Ich bin ein berliner" do Kennedy. Foi a respeito do quê? És capaz de contar melhor?
Não sei bem porquê mas o caso do «acomodamento» do Cohen Bendit custa-me mais do que outros.
Idealizei-o muito!
Quando da guerra fria o Kennedy fez em Berlim um discurso que ficou célebre e que (há outras interpretações e algumas são anedóticas)foi considerado um dos melhores de sempre e que visava sublinhar o suporte que a América dava ao "enclave" que a parte ocidental de Berlim era no bloco sovietico.Assim ele utiliza o mesmo conceito de "o todo pela parte"E diz "eu sou um berlinense".Aliás no comentário que escrevi de manhã disse que o discurso é mais tardio,mas não é.È de 63(fui verificar).AB
Quanto aquilo que disse a Joaninha é curioso porque vai contra o que o "ideario" que 68 traduzia.Não eram herois ou dirigentes mas "haut-parleurs"(diziam eles).Aliás o mesmo se aplicava à noção de intelectual de catedra tal como os conheciamos( o Sartre percebeu "na pele" isso mesmo e o Aragon tb.).Mas ainda outro dia li qq. coisa um artigo, já não sei se na net ou numa coisa do Instituto Franco-Português que tinha como titulo 11 milhões de soixants-huitards e um único sobrevivente e o sobrevivente era o Bendit.E o artigo explorava exactamente a contradicção dessa "mediatiatização"com o que era a "massa"o "todo"que 68 propunha.AB
Obrigada AB. Também não sabia, ou não me lembrava, do discurso do Kennedy.
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