Reforma, reforma antecipada, pré-reforma
A questão do Trabalho é problema complicado.
E, até à data, bem mal resolvido entre nós. O número de pessoas desempregadas só não é maior devido a diversos malabarismos no modo como se conta esses casos.
Uma das questões é o grave problema do 'primeiro emprego' e pasma-se como o senhor ministro Mariano Gago pensa que «quase não há desemprego entre licenciados» e até «O número de profissionais que sai dos cursos superiores todos os anos para o mercado de trabalho não chega e são todos absorvidos pelo mercado». Talvez o busílis esteja na palavra ‘quase’ que, como cientista, deveria ter cuidado em usar. E, evidentemente, também não está definido que tipo de trabalho esse jovem licenciado está a exercer, se tem alguma coisa a ver com aquilo para que se preparou ou foi um biscate que arranjou como vendedor de qualquer coisa.
No sector privado existia já há bastante tempo uma figura conhecida como «pré-reforma», conheço várias pessoas que negociaram esse sistema e nem se deram mal. Achavam que estavam sub-aproveitadas naquilo que faziam, e esse regime permitia que trabalhassem noutros campos sem quebrar o vínculo à empresa. Mas no Estado a ‘aproximação’ disso era a reforma antecipada, muito penalizante para quem a pedia, que muitas vezes o fazia já em desespero de causa. Agora parece que se pensa introduzir esse sistema de pré-reforma também para quem tem vínculo ao Estado.
Será melhor do que a «antecipada» e acredito que muita gente opte por esse sistema.
E o que vão as chefias fazer a esses buracos que nascem por todo o lado, gente que sai e não é substituída? Não tenho a ideia que o modo como se trabalha tenha sido reformulado, que exista uma outra organização - que era o que se pedia desde o início – portanto serão apenas menos a trabalhar mal na mesma, e a resposta será ainda pior.
Estou enganada?
E, até à data, bem mal resolvido entre nós. O número de pessoas desempregadas só não é maior devido a diversos malabarismos no modo como se conta esses casos.
Uma das questões é o grave problema do 'primeiro emprego' e pasma-se como o senhor ministro Mariano Gago pensa que «quase não há desemprego entre licenciados» e até «O número de profissionais que sai dos cursos superiores todos os anos para o mercado de trabalho não chega e são todos absorvidos pelo mercado». Talvez o busílis esteja na palavra ‘quase’ que, como cientista, deveria ter cuidado em usar. E, evidentemente, também não está definido que tipo de trabalho esse jovem licenciado está a exercer, se tem alguma coisa a ver com aquilo para que se preparou ou foi um biscate que arranjou como vendedor de qualquer coisa.
No sector privado existia já há bastante tempo uma figura conhecida como «pré-reforma», conheço várias pessoas que negociaram esse sistema e nem se deram mal. Achavam que estavam sub-aproveitadas naquilo que faziam, e esse regime permitia que trabalhassem noutros campos sem quebrar o vínculo à empresa. Mas no Estado a ‘aproximação’ disso era a reforma antecipada, muito penalizante para quem a pedia, que muitas vezes o fazia já em desespero de causa. Agora parece que se pensa introduzir esse sistema de pré-reforma também para quem tem vínculo ao Estado.
Será melhor do que a «antecipada» e acredito que muita gente opte por esse sistema.
E o que vão as chefias fazer a esses buracos que nascem por todo o lado, gente que sai e não é substituída? Não tenho a ideia que o modo como se trabalha tenha sido reformulado, que exista uma outra organização - que era o que se pedia desde o início – portanto serão apenas menos a trabalhar mal na mesma, e a resposta será ainda pior.
Estou enganada?








10 comentários:
Eu, sou um dos pré-reformados, do privado. Não me tenho dado mal e parece-me que é a forma mais correcta de "estarmos".
Quanto às afirmações do "gago ministro", foram uma
autêntica vergonha e depois as do Vieira da Silva, vieram demostrar a falta de concordância de atitudes e posições com que se debate a nossa governação. Uma vergonha!
Espero que os funcionários da função pública, tenha a coragem e a paciência necessárias, para negociar a sua saída da vida activa, da melhor forma e com a maior dignidade possível.
Ainda não cheguei aí, mas como tu, tenho amigos que negociaram essas saídas e se sentem razoavelmente bem. Claro que BEM ninguém se sente, mas dentro do contexto é uma solução menos má.
Mas apontas uma coisa de que todos nos queixamos - tudo isto são paliativos. Tinha era de se fazer uma verdadeira reforma do modo como se trabalha, e isso não vejo que ninguém esteja a fazer. Mais computadores (alguns velhíssimos! e sem técnicos que os ajudem a manterem-se operacionais) algumas, poucas, ligações em rede, mas continua imensa papelada, imensa burocracia, uma hierarquia rígida e autoritária.
Assim pouco muda.
Ando a pensar nisso.
É pena não se poder 'passar' o nosso trabalho para o nosso filho ou sobrinho, assim uma coisa dinástica....
Já se tem batido tanto na mesma tecla que não há nada para dizer. A não ser que nos tais países nórdicos que nos dão como exemplo quando se quer impingir a flexisegurança, por exemplo, proporcionalmente o Serviço Público é bem maior do que o nosso. A organização é que decerto é diferente, porque funciona. Se o nosso anda mal, está na cara que é porque é muitíssimo mal gerido, pesado, burocrático, sem incentivos, mal organizado.
Não deixei claro o que pensava sobre isto:
que se mande gente ou para a reforma ou para a pré-reforma, ou seja lá o que for, é porque se quer diminuir o sector público e substitui-lo por o privado correspondente, não é? Só prova a incompetência dos nossos gestores públicos em organizarem os serviços de moo a serem rentáveis, mais nada!
O King teve imensa graça,mas não sei se é a graça que eu achei é a mesma que ele quis dar.Mas essa do legado dinástico das tarefas é genial!AB
Quer-se dizer, AB, a primeira ideia que tive foi inocente, foi de facto o reparar em tanto miúdo ó tia ó tio à procura de trabalho e depois gente a sair sem ser substituida e as coisas a paralisarem; mas assim que escrevi, lembrei-me logo se outros casos, bem conhecidos, onde é bem mais que nepotismo, já é descaramento. Mas nunca são empregos mixurucas, de início de carreira...
A imagem diz tudo.
Queremos modernizar a AP, mas olhem que em muitos sítios ainda é assim, com cópias, duplicados e treplicados!
Conheço uma boa:
Um tipo perguntou ao chefe se podia deitar fóra umas centenas de dossiers que há 20 anos atravancavam a cave do seu serviço e já não serviam para nada. o outro respondeu: "Boa ideia! Mas antes tire fotocópias de tudo." Eu sei que é anedota mas olhem que sei de casos onde é mesmo assim que pensam!....
Hoje estou atrazado.King e joaninha já disseram o essencial.
Mas não vejam a medida em si,isoladamente, vejam-na,sugiro,no contexto geral da legislação sobre a ex-função pública,e sem esquecer a direção que segue.
Pis o mal é isso, FJ.
Se fosse uma coisa isolada, até se aplaudia (enfim, era melhor do que o resto) a questão é o contexto, e como dizes... o que se segue.
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