segunda-feira, abril 28, 2008

O Diário da Ana

Domingo, 28 de AbrilEstes dias de emoção continuam sem parar.
Muitas vezes torna-se difícil distinguirmos os boatos dos factos reais: toda a gente 'sabe' imensas coisas, e conhece alguém que é do MFA, é curioso como depois da coisa estar feita já muita gente «pressentia» que este golpe estava em incubação! Pois é!


De qualquer modo, temos conversado imenso entre nós todos e uma análise muito superficial diz-nos que, apesar de ter sido tudo montado de um modo impecável, e estes «capitães de Abril» terem sido muitíssimo corajosos e… modestos [ainda no dia de hoje não se conhecem bem os nomes, nem sequer dos mais importantes] afinal tudo isto teve o sucesso que sabemos porque não se acatou os conselhos de se ficar em casa. Foi o povo que, indo para as ruas do modo como foi, as entupiu de tal modo que bloqueou as forças que poderiam ter defendido o regime. Numa certa forma foi uma loucura de todos nós os que fomos para a rua, mas foi essa loucura que em certa medida garantiu o sucesso da operação.

Mas hoje foi também um dia memorável porque, para além dos milhares de refugiados políticos espalhados pela Europa que têm regressado sem parar desde anteontem, hoje deu-se um regresso famoso: voltou o Mário Soares. Veio de Paris de comboio, e chegou a Santa Apolónia. O seu regresso foi também a garantia para os mais receosos de que podemos ter confiança de que estamos a caminhar para consolidar uma democracia.

Quanto à sua chegada a Santa Apolónia foi uma verdadeira apoteose! Um delírio. Nem a Simone depois de ter cantado a Desfolhada na Eurovisão!...Nós ainda tentamos vê-lo mas a multidão era tanta que nem ao longe o vimos. Só depois na televisão e nas fotografias dos jornais, mas enfim sempre podemos recordar que estivemos lá.
Grande Domingo!

(e todos pensamos como irá ser o Primeiro de Maio!)

5 comentários:

Anónimo disse...

Isso mesmo.
A confusão, a expectativa, a emoção, os sonhos.
E sabes que não tinha reparado queo Soares tinha chegado a um Domingo?...
Cá para mim não foi por acaso: assim poderia ter tido a tal recepção apoteótica que teve, e se fosse num dia de semana era mais difícil.
Sou muito má?...

Anónimo disse...

Emiéle, sabes que me é muito difícil distinguir aqueles dias. De facto é como se fosse um ´nico e enorme dia até ao Primeiro de Maio.
Realmente na altura ainda não se conheciam bem os momes dos Capitães de Abril (e chocantemente, agora também não!) tirando um ou dois - o caso do Otelo.

Anónimo disse...

Ainda bem que as férias não são totais, mas a gente habitua-se e depois estranha...
Até estranhamos não ver 'respostras' aos nossos comentários mas realmente entendo que não possas ter a net ligada e a pagar, à espera que aparecem comentários...

É muito bem visto o que tu aqui dizes a a malta comentadora confirma: a confusão que reinava, e alguma indefinição. É também o que recordo.

cereja disse...

Olá malta!
Já voltei (mas não por muito tempo...acho que a 1 zarpo outra vez!)
Realmente não tem dado para responder a comentários, porque teria de esperar que aparecessem e o meu orçamento não chega para isso...
Podia era responder aos da véspera.
Sou tão parva que só agora estou a pensar nisso.
:))))

josé palmeiro disse...

Eu ontem faltei.
Outras obrigações, me levaram a isso, mas hoje cá estou eu a dar notícias e a recordar dias de q ue só pelos jornais, da época, tive conhecimento.