Fácil?....
Há mais situações em que «todos ralham e ninguém tem razão» para além da famosa «casa onde não há pão». Por exemplo, as diversas opiniões relativas à utilização dos ecopontos.
O ponto prévio onde, imagino eu, existe consenso - é correcto e justo reciclar-se os materiais que se deitam no lixo. Acordo geral.
Mas um dos lados diz: há muita gente que continua a deitar fora tudo junto, não se rala nada com separações; e outros usam o espaço em redor dos ecopontos como uma lixeira, como se aquilo fosse um contentor gigante para onde se atira tudo ao monte. Gente selvagem, pouco cívica.
Certíssimo, e a mim também me indigna essa atitude de quem faz o mais difícil, levar as coisas até lá e depois deixar tudo no chão!
A seguir, vem a Sociedade Ponto Verde a sensibilizar o maralhal. E escolheram uma via de publicidade discutível que é, ironicamente, insultar o consumidor. Os seus anúncios traduzem-se por «se você não sabe fazer o que até um macaco ou um bebé sabe, é porque é completamente imbecil» coisa que ninguém aceita ser, e portanto deve apressar-se a seguir as instruções.
O busílis está nessas instruções.
No primeiro nível, elas são facílimas, o tal nível da criancinha: tenho uma garrafa ou um frasco e deixo-o no «vidrão», tenho um jornal e coloco-o no «papelão». Facílimo. Salta-se já para o...
Nível dois: a) O papel é de embrulho. Vai para onde?
-É papel, vai para o «papelão».
-Mas é metalizado.
-Então não pode.
-Tenho aqui uns cadernos velhos.
-OK, «papelão».
-Mas no meio estão umas folhas de fax, ou fotocópias.
-Ai, já não sei, parece que essas não podem…
b)
-Tenho aqui uns vidros, é «vidrão»?
-Deixa ver, o que é?
-Copos.
-OK, «vidrão».
-Mas este é de cristal.
-Ah, então não, e esses bocados de vidro da janela também não.
E depois há o nível três, quando as instruções são contraditórias: nuns sítios as embalagens tipo tetra pak dizem que são de pôr no «papelão», mas ultimamente já avisam que é para o «embalão»; em que é que ficamos? E nesse ocoponto, o dito «embalão» das embalagens é que eu queria ver o tal macaco – ver se a embalagem está limpa, se tem restos de gordura, afinal serviu para quê? Na dúvida é deixar só lá as garrafas de plástico da água. Assim não há enganos...
Mas o engraçado é que passei ontem por um caixote do lixo, aparentemente normal, verde, grande, com rodinhas, tinha um aviso: «Não coloque: resíduos líquidos, embalagens e recipientes, copos, talheres, pratos, chávenas, papeis impressos, vegetais ou de alumínio, sacos de plástico, caricas e rolhas, beatas, têxteis, lâmpadas.» Ah, é?...
Mas onde vou eu deitar as lâmpadas, as rolhas, a louça partida, etc...? Não dá para nenhum dos «ecos» e não é para o caixote...!?
...enterro-o no quintal?
O ponto prévio onde, imagino eu, existe consenso - é correcto e justo reciclar-se os materiais que se deitam no lixo. Acordo geral.
Mas um dos lados diz: há muita gente que continua a deitar fora tudo junto, não se rala nada com separações; e outros usam o espaço em redor dos ecopontos como uma lixeira, como se aquilo fosse um contentor gigante para onde se atira tudo ao monte. Gente selvagem, pouco cívica.
Certíssimo, e a mim também me indigna essa atitude de quem faz o mais difícil, levar as coisas até lá e depois deixar tudo no chão!
A seguir, vem a Sociedade Ponto Verde a sensibilizar o maralhal. E escolheram uma via de publicidade discutível que é, ironicamente, insultar o consumidor. Os seus anúncios traduzem-se por «se você não sabe fazer o que até um macaco ou um bebé sabe, é porque é completamente imbecil» coisa que ninguém aceita ser, e portanto deve apressar-se a seguir as instruções.
O busílis está nessas instruções.
No primeiro nível, elas são facílimas, o tal nível da criancinha: tenho uma garrafa ou um frasco e deixo-o no «vidrão», tenho um jornal e coloco-o no «papelão». Facílimo. Salta-se já para o...
Nível dois: a) O papel é de embrulho. Vai para onde?
-É papel, vai para o «papelão».
-Mas é metalizado.
-Então não pode.
-Tenho aqui uns cadernos velhos.
-OK, «papelão».
-Mas no meio estão umas folhas de fax, ou fotocópias.
-Ai, já não sei, parece que essas não podem…
b)
-Tenho aqui uns vidros, é «vidrão»?
-Deixa ver, o que é?
-Copos.
-OK, «vidrão».
-Mas este é de cristal.
-Ah, então não, e esses bocados de vidro da janela também não.
E depois há o nível três, quando as instruções são contraditórias: nuns sítios as embalagens tipo tetra pak dizem que são de pôr no «papelão», mas ultimamente já avisam que é para o «embalão»; em que é que ficamos? E nesse ocoponto, o dito «embalão» das embalagens é que eu queria ver o tal macaco – ver se a embalagem está limpa, se tem restos de gordura, afinal serviu para quê? Na dúvida é deixar só lá as garrafas de plástico da água. Assim não há enganos...
Mas o engraçado é que passei ontem por um caixote do lixo, aparentemente normal, verde, grande, com rodinhas, tinha um aviso: «Não coloque: resíduos líquidos, embalagens e recipientes, copos, talheres, pratos, chávenas, papeis impressos, vegetais ou de alumínio, sacos de plástico, caricas e rolhas, beatas, têxteis, lâmpadas.» Ah, é?...
Mas onde vou eu deitar as lâmpadas, as rolhas, a louça partida, etc...? Não dá para nenhum dos «ecos» e não é para o caixote...!?
...enterro-o no quintal?
12 comentários:
Curioso é que me disseram que depois misturam tudo. Alguem confirma? Quanto á publicidade , inqualificavel.
Tal como vocês aquela publicidade em vez de me motivar, irrita-me!
Corre por aí esse boato, que depois de esvaziados, o recheio dos diversos «ecos» vão todos para o mesmo sítio, mas deve ser boca da reacção.
Mas falando a sério, muito mais do que a publicidade (que não pode ser barata) fariam bem melhor se esvaziassem os contentores a tempo e não se visse aquele espectáculo degradante de lixeiras a céu aberto que são os sítios dos ecopontos (???)
Este tema, Emiéle, é o teu ódio de estimação!!! :)))))
Não vou agora por-me aqui a procurar mas já abordaste isto de diversas maneiras umas 10 vezes!!! Cá por mim, imagino, que na zona onde habitas isso deve ser uma tal confusão que te espicaça o espírito crítico!
:D O King tem razão. Quem é leitor fiel já apanhou diversas formas de chegares a esta questão!...
Mas o certo é que eu tenho de te dar razão e até acho que és o eco de muito o que penso. Há gente completamente idiota, que vai até à zona desses «oões» todos (vidão, papelão, embalão, pilhão) com uns sacos cheios de garrafas, ou embalagens ou lá o que for e depois deixa ficar o saco ali ao pé, sem o deitar lá dentro! Deve ser porque o saco em si não cabe na abertura! Tá na cara que se o abrisse e deitasse peça por peça cabia tudo...
Mas por outro lado, vemos essas «coisas» cheias de lixo dias e dias e dias, com moscas e bicharada ao pé, e a recolha não se faz. Isso desmobiliza os melhores!
Esse dístico que viste num caixote é intrigante... Nunca vi. E se assim é, realmente, o que é que se faz ao lixo? Esconde-se debaixo da cama?...
Para ser franca, ao princípio pensei como tu, era levar o que era papel ou cartão para o azul, o que era vidro para o verde e as embalagens para o amarelo, mes depois comecei a estudar as tais instruções e aqui fia mais fino!
Aliás para mim não tem pés nem cabeça, lavar uma embalagem antes de a deitar fóra. Primeiro gastamos a água que é um bem muito delicado. E depois é suposto que aquilo tudo deve ser submetido a temperaturas altas que 'desinfectam' o que lá está!
Esqueci-me de sublinhar essa coisa dos tetrapak que por um lado parece cartão e portanto seria para o azul, mas como tem a película interior não pode ir para aí. Mas não foi explicado. E o dizer que qualquer criança entende é bem irritante!
O que não quer dizer que não se deva ensinar às crianças; muitas escolas fazem isso e é um bom trabalho, que de pequenino...
Mas lá que não é assim trigo limpo, farinha amparo, isso não é!
Não sei quem foi o estratega públicitário mas cheira-me que "mudaram"os "follow-on".Ou seja quem executou esrtas últimas fases não percebeu as primeiras.De resto Emiele já percebemos que tens uns ódios de estimação que são naturalmente...estimáveis.AB
OK, malta, reconheço que falo nisto muitas vezes exactamente porque quero ser cívica e obedeço às instruções mas por um lado tenho o azar dos que existem no meu bairro nunca são despejados (quero dizer, devem ser lá de mês a mês...) e as pessoas depois de lá ir já não voltam com as coisas para casa. O que resulta num espectáculo triste de se ver! E, por outro lado, também a lista do que se pode pôr e não pode não é assim tão linear.
OK, quando embirro, embirro! mas tenho razão :(
MN, lá que vi esse dístico, vi. Até parei para copiar o que estava escrito, porque a minha memória não chegava e juro que era assim tal e qual. Mas também foi a primeira vez.
A Emiéle, não tem razão. Está carregadinha, dela!
Aqui, por onde me encontro, à semelhança de outros locais, por onde andei, existem esses depósitos para os lixos separados, para enfeitar, porque o destino, é para o ajuntamento. E andamos nós a pregar no deserto, a tentar ter um Mundo Melhor.
Ora cá está alguém que me entende!!!
Obrigada, Zé Palmeiro!
:D Não é só «ódio de estimação» estou convencida de ter razão! Para a malta colaborar tem de sentir feed-back.
cá em casa é fácil: se for eu ponho os tetra nos plásticos, se for o saltapocinhos, põe no papelão...
e assim temos a certeza que um de nós acerta!!
Aaaaah!
Portanto existe a dúvida!!!
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