sábado, abril 19, 2008

E vamos falar de água

Nos últimos dias tem chovido. Muito. Muitíssimo! Tem estragado planos de fins-de-semana e quando é tocada a ventos, feito alguns estragos. Mas não é nessa água que eu estou a pensar mas na que está nos copos e que vamos bebendo.
Se há verdadeira «revolução nos costumes» é essa do consumo de água de beber.
Quando eu era criança, ninguém nos dizia para beber água. Mesmo muito pelo contrário, então se vínhamos afogueados por uma brincadeira e mortos de sede menos ainda – tínhamos de nos sentar um bocado e deixar de transpirar antes de ter autorização para beber.
«A água faz rãs na barriga».
O século XX ficou para trás e nesse campo os costumes giraram 180º. A moda passou a ser beber-se água. E como nestas coisas de modas salta-se logo do 8 para o 80, a ideia é que a água faz bem a tudo e quanta mais melhor. Vê-se as elegantes top-models a passearem de garrafinha na mão, algumas carteiras de senhora têm um compartimento para meter a tal garrafinha, e ao olharmos à nossa volta confirmamos que a dita garrafinha se tornou quase tão necessária como o telemóvel.
Acontece que, como sou do contra, tenho (para usar uma imagem aquática) nadado contra a corrente. Bebo alguma água, é claro, mas não é coisa que aprecie especialmente e sempre tive para mim que com todos os líquidos que vou ingerindo durante o dia – chá, café, sopa – o nível de água não andaria muito por baixo.
E, há uns dias rejubilei! Como há estudos para provar tudo e o seu contrário, cá encontrei o que desejava:
Excesso de água causa cada vez mais vítimas
Pronto. Uff…
Dizem eles que «o mito de que beber 2,5 litros de água por dia faz bem à saúde nasceu em 1945, mas quem o disse esqueceu-se de acrescentar que «A maior parte dessa quantidade já se encontra na própria comida».
Bem, eu tinha ouvido um litro e meio, esta dos dois litros (!!) até me assustou.
OK. Calma, afinal eles bem dizem o que eu pensava – naquilo que comemos já existe água suficiente.
E, claro, quem tem sede deve bebê-la à vontade, a 'ditadura' das nossas avós era um extremo, mas por favor não quero sentir culpa se, de facto, não tenho sede

Estou no meu direito,não?...


17 comentários:

josé palmeiro disse...

Pois tens toda a razão, concordo em absoluto. Também eu, não passo sem a sopa, que tem, sobretudo, água.
Na verdade o mal disto tudo são mesmo os exageros, continuo com a minha ideia de que na variedade é que está a virtude e quanto à água, é de beber quando há sede e não por tudo e por nada.

Anónimo disse...

Água , água, parece que basta um litro e meio.
Mas realmente um dos maiores pecados que podia cometer na infância era beber água. Mas que isto não sirva de desculpa para mudar de líquido...

Anónimo disse...

Eu sempre bebi muita, só ela é que me mata a sede. Lembro-me tão bem dessa conversa das «rãs na barriga» e das fúrias que eu tinha. Mas nesses anos a gente obedecia mesmo, acho que hoje a questão nem se punha, avançava-se para a garrafa e a avó que se cuide ou apanha um ponta-pé!

Anónimo disse...

Oh se estás no teu direito!!!!!
(daqui a pouco voltam a dizer que eu sou o teu alter ego, porque também penso assim!)

FJ - olha que o que dizem é que mesmo esse litro e meio de que falas é conversa. Os alimentos que consumidos vulgarmente já contêm muita água. Dizem eles e eu sempre achei!

A novidade é «O excesso de água pode causar intoxicação, falta de sais ou até mesmo a morte, perigos muito menos divulgados do que os da falta de água.» Essa é que é curiosa! Afinal as tais rãs...

Anónimo disse...

Ora aqui está um tema polémico!
Fico à espera de opiniões!

Anónimo disse...

Não digo já a minha porque tenho a certeza de que os prós e os contra vão saltar com força.
A não ser que por ser sábado não passem pelo Pópulo.
:)

Anónimo disse...

Lá tema polémico deve ser, mas o que a Emiéle diz é do maior bom senso: cada um deve beber aquilo que o organismo lhe pede sem «sentir culpa» como acontece tantas vezes.
Eu cá, do clã das não-bebedoras, oiço muitas vezes recriminações «Mas bebes tão pouco! Isso faz-te mal!»
Desamparem-me a loja!!!

Anónimo disse...

Os franceses até têm a expressão «bois sans soif» exactamente para designar uma coisa que se faz, 'porque-sim'

Anónimo disse...

Essa do clã dos bebedores e dos não-bebedores até parece mal. Atenção que aqui fala-se de água pura!!!
Bem, eu não sei quanto bebo, não sou dos que andam de garrafa na mão, mas acho que bebo bastante. Devo pertencer ao primeiro clã.
O que devia estar certo era termos uma ideia do que era 'normal' e graduarmos os nossos apetites por isso. Tanto quanto sei, é importante beber-se um tanto até para limpar os rins. Ou não?

Anónimo disse...

Caríssimos, cá para mim essa conversa da água é um mito urbano como qualquer outro...

Anónimo disse...

Olaré, Sem-nick. (esta de um nick chamado sem-nick é cá uma ideia!...)
Não só, para mim, é um mito urbano, como patrocinado pelas empresas da água engarrafada. Já pensaram bem que a água engarrafada [50 cêntimos 2,5 dl] é vendida a peso de ouro? Quatrocentos escudos o litro?!?! De água?
Eu quando tenho sede bebo limonada ou chá, de Inverno.

Anónimo disse...

Ups! Respondi ao RS como sendo o Sem-nick. Não faz mal, até porque ele pode ter razão quando diz que «o que devia estar certo era termos uma ideia do que era 'normal'», mas é exactamente sobre isso que não há acordo. Cada um de nós tem a sua ideia da 'norma'.
E isso de «limpar os rins» que se diz, olha se a água tiver muito cálcio faz-te aí pedras que podes construir um castelo!

cereja disse...

Eu disse que vinha «nadar contra a corrente». Sei muito bem que estou em minoria, por isso é que a moda é moda!
Mas ter aqui a Joaninha do meu lado, já é bom.
Aliás o Zé também se mostra moderado, e talvez não seja áquo-dependente...
Mas já são poucos!

Anónimo disse...

Eu tenho dúvidas.
É opinião tão generalizada que deve estar certa, bolas!
Por outro lado, a "Joaninha" tem razão quando faz contas à água engarrafada que TODA A GENTE bebe. É mesmo toda a gente! Apesar de ouvir a Deco e pessoas respeitáveis dizer que a água da torneira é boa para beber, nós vemos os garrafões que entram nos carrinhos dos Sepermercados, e são levados por pessoas de aspecto bem pouco abonado.
é de certeza um bom negócio.

Anónimo disse...

Uma pessoa chega aqui e apanha o segundo aguaceiro do dia.o primeiro foi tipo chuveiro e forte e o segundo é uma inundação de comentários sobre água...vá lá perceber os bloguistas...AB

Anónimo disse...

Há dias que nem 1 copo mando dentro...
sede é pessoal e intransferível, mas os médicos fazem terrorismo conosco...

Beijo, querida.

cereja disse...

Tal e qual! «sede é pessoal e intransferível» e é mesmo como dizes, parece um 'terrorismo médico'!
Boa!