quinta-feira, abril 17, 2008

Acabou o Quarteto

… e acabou o seu criador.
Tem um aspecto horrivelmente simbólico.
Quando termina um sonho,
quem o sonhou 'afasta-se'
Desta vez, definitivamente.

O Quarteto foi um tipo de cinema «diferente» quando nasceu.
Pequeno, várias salas juntas, mas sobretudo uma programação muito cuidada.
Ia-se lá quase à confiança, mesmo sem saber ainda o que iríamos ver porque numa das salas havia com certeza absoluta um filme que nos interessasse.

O tempo passa, a competição é forte, e nem sempre se consegue resistir.

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Desgosto.



9 comentários:

Anónimo disse...

A minha má disposição de ontem e destes ultimos dias prendeu-se com isso.Eu gostava bastante do Pedro Bandeira Freire.Há uns dois dias chegou-me a noticia da sua morte.O filho(o menino do cravo de Abril)veio desmentir.Procurei amigos comuns,para saber exactamente o que estava a acontecer porque sabia que ainda a semana passada um deles tinha estado em amena conversa com o Pedro na SPA.Este mesmo ficou tão surpreso quanto eu.De outros próximos nem rasto.Telefones nada,enfim algum desatino.Só ontem tive a confirmação.Combinei com o Pedro uma das primeiras recrospectivas de cinema de mulheres para as comemorações do 8 de Março já há muitos anos.Foi de uma disponibilidade e compreensão fantásticas.Tenho muita pena .Muita pena.AB

josé palmeiro disse...

Outro "partir", que me doeu muito!
Por tudo, pelo Pedro, pela sua Obra, e pelo tratamento que os organismos oficiais dão a quem dedicou à cultura, uma vida, que acaba quando as portas se fecharam.
O Pedro, continua vivo, na nossa memória!

Anónimo disse...

Quanto ao Quarteto,declarado sem condições ,por falta de saídas de emergencia,plásticos a mais (táo de época) não tinha ainda um destino tão definitivo quanto isso. e discutia-se obras e reabertura.Agora não sei,de facto.AB

Anónimo disse...

Tinha sabido que o Quarteto estava em maus lençóis. Mas sempre pensei que fosse coisa que algum investimento pudesse curar. Apesar de tudo aquela(s) sala(s) significavam tanto!...
Reconheço que eu próprio há muito tempo lá não ia. Uma das últimas vezes foi ver de seguida (saía-se de uma sale e entrava-se noutra) dois filmes espectaculares: O Declínio do Império Americano e As Invasões Bárbaras. Era fundamental ver o primeiro e o outro de seguida porque sendo dois filmes independentes, eram realizados com os mesmos actores, com um intervalo de 20 anos. Como se víssemos o primeiro e último episódio de uma série... E ainda por cima, As Invasões Bárbaras tocava de um modo fantástico um tema delicadíssimo mas cada vez mais importante: o direito a morrer com dignidade.

Espero que o Pedro Bandeira Freire (tão novo, afinal) tivesse essa 'vantagem', uma morte rápida.

Anónimo disse...

Mais uma vez a caixa de comentários embirra em assumir o nome.anónimo sou eu.AB

Anónimo disse...

Fizeste bem em escolher uma foto a preto e branco. Está muito de acordo!

O Camões morria com a Pátria.
Há quem morra quando a sua obra acabe.
Tenho uma enorme pena...
Aquele cinema foi e é uma referência. E já ouvi que o King... mas não acredito! Então agora tem de se ir ao cinema só em Centros Comerciais????

Anónimo disse...

Fui lá algumas vezes mas não era «o meu cinema»... E temos de reconhecer que estava um tanto degradado.
Contudo, isto liga-se ao post que escreveste ontem sobre as casas, o estar degradado, não quer dizer que não fizesse um lifting :D
Também tenho pena, apesar de não conhecer ninguém - nem pai nem filho.

Anónimo disse...

Ainda não tinha ouvido nem uma notícia nem outra.
Fico desolada.

cereja disse...

Para quem não o sabia, lamento ser eu a dar a notícia...
É uma perda para muita gente.