terça-feira, março 04, 2008

O barato sai caro

O que é interessante nos provérbios, e expressões desse tipo, é que há sempre um que diz uma coisa e outro para o seu contrário. Tanto é «não deixes para amanhã o que podes fazer hoje» como por outro lado sabemos que «não é por muito madrugar que amanhece mais cedo»
Dizia-se quando eu era pequena que «no poupar é que está o ganho» mas por outro lado que «o barato sai caro».

Bem, eu não sei se o barato sai ou não caro, mas sei que quando vamos às compras convém saber fazer contas de cabeça e levar os olhos abertos. Porque o modo como se apresenta um produto, o tamanho das letras que informa do seu tamanho, o seu peso, o seu preço, fazem toda a diferença. Se vemos uma caixa bem grande, por um certo preço ao lado de outra com o mesmo preço e o mesmo produto mas bem mais pequena, pensa-se logo que a primeira é melhor. Antes de se saber que metade é só ar…

Vem isto a propósito, imaginem! do vinho que se usa para cozinhados.
No outro dia precisei de pôr uma carne em vinha-de-alhos e preparei-me para abrir uma garrafa. Criticou-me a minha “fada-do-lar”, que me aspira a casa e ajuda na parte mais chatas das tarefas domésticas: «Mas vai abrir uma garrafa?! Porque é que não usa aqueles pacotinhos pequenos? É o que eu faço sempre. O vinho não é grande coisa, mas para temperos serve…»

Ora eu nunca tinha comprado desses pacotinhos e tinha sobre isso a minha ideia. Contudo, chamada assim à razão, pensei que devia estar errada, senti-me perdulária e ontem, nas minhas voltas semanais, lá parei em frente da zona dos vinhos à procura desse vinho em pacotes pequeninos, que «saía mais barato».
Tal como eu tinha ideia! Cada pacotinho daqueles, de 2,5 dl, custava 50 cêntimos. Ou seja, aquele tal vinho roskoff, o que era bom para cozinhados, afinal era vendido ao preço de 2 € o litro, com o que já se compra um vinho bem razoável…
A garrafa que tinha aberto dias antes para temperar a carne, serviu para isso e o resto ainda o bebemos normalmente.
A minha ideia inicial estava certa: não valia a pena aquela economia. Era aparentemente barato, mas era um caso onde se justificava fazer as contas.

E isto devia aprender-se desde pequeno.


10 comentários:

Anónimo disse...

Sei muito bem do que falas.
Olha que durante uns tempos entrei no raciocínio da tua mulher-a-dias. Se só precisava de pouco, não ia abrir uma garrafa grande. Mas a verdade é que nós pagamos a embalagem tetra-park e isso é que deve encarecer o produto. Se vires bem, a embalagem de cartão do mesmo vinho que leva um litro, custa aí uns 80 cêntimos... O vinho em si é barato, a embalagem é que o torna caro.
E, como dizes, não compensa...

Anónimo disse...

É o que se chama consumerismo, não é?
A educação para consumir bem.
Emiéle, és uma sonhadora!
«E isto devia aprender-se desde pequeno», tás parva ou quê?
Desde pequeno o que se aprende é o usar e deitar fóra, é o desejar as novidades, é o ir atrás do que brilha mais e é maior...
Exactamente o oposto ao comparar preços e qualidades.
Nem me admira nada que a tua mulher-a-dias fizesse esse raciocínio de que assim poupava muito. Alguém lhe chamou a atenção para ver o preço por litro?

Anónimo disse...

Olhem para mim, advogada do diabo:
Para comparar os preços e a quantidade e qualidade, é preciso saber ler e escrever bem ;D e além disso ter vagar para ler as embalagens.
90% dos compradores, passam em rajada pelas prateleiras, olham de relance o que querem e ala que se faz tarde a caminha da caixa.
Comparar preços? Ver o preço do quilo ou litro? Tudo dentro do quarto de hora que temos para as compras?... Tá bem, tá!

Anónimo disse...

Ups!!
:)))
Queria dizer «a caminho da caixa» e não «a caminha da caixa» é claro.
Mas devia estar realmente a pensar na caminha...

Anónimo disse...

King, não concordo contigo. Em muitas escolas, há professores (os bons professores) que estimulam esse aspecto. Eu conheço vários casos onde é na Escola que começam a comparar os valores e os preços, até como exercícios práticos.
Claro que o exemplo de casa é muito importante: se os pais fazem ao contrário... vai tudo por água abaixo.

Anónimo disse...

Mary estás mesmo advogada do diabo. Olha que é uma coisa que se pode treinar e não leva assim tanto tempo. O sistema de fazer as compras num quarto de hora, todos sabemos o que isso é, mas será numa urgência. As grandes compras, as di«o mês, podem e devem ser feitas devagar, e aí tem lugar essa comparações.
Vê que a Emiéle pode comparar rapidamente que 50 cêntimos por 2,5 dl fazia 2€ = 400$ por litro. Não leva quase tempo nenhum!

josé palmeiro disse...

Não comento o problema principal, porque já está vivamente comentado.
Vou pela cozinha, para dizer que mesmo na cozinha, se deve utilizar, vinho de boa qualidade. A comida e nós, merecemo-lo. Depois, que hoje há tantos vinhos de qualidade e baratos que não há necessidade, mesmo numa óptica de poupança, de se usar essas "zurrapas".

Anónimo disse...

Também se dizia, "o vinho faz-se de tudo, até de uvas" mas mesmo para a cozinha o de uvas será sempre o que se deve usar, digo eu.
Aliás, nunca cometi o sacrilégio de comprar vinho em tetra park.

Anónimo disse...

OK, cheira a vinho e cá venho eu :D

(quem me conheça sabe bem que estou muito longe do alcoolismo mas sei apreciar!)
Concordo inteiramente com os últimos comentadores. Hoje temos vinhos muito razoáveis a preços bem em conta. Afinal esses 2€ é o preço de pouco mais de 3 cafés!
E, até para cozinhar, também não se gasta assim tanto e tal como dizes o resto ainda se pode beber.
Não há necessidade de se usar qualquer zurrapa de tetra-park!

saltapocinhas disse...

e fica a saber que o vinho para os cozinhados deve ser de excelente qualidade e não do fraco!

e poupar não é só comprar barato, poupar é comprar de boa qualidade.
aprendi isto à custa de algumas compras "baratas", especialmente de roupas.