O novo bastonário
Como não pertenço à confraria, nunca tinha ouvido falar em Marinho Pinto até às eleições na Ordem.
E não ouvi a famosa entrevista porque nesse dia estive muito ocupada e – sinceramente – também não me ocorreu que fosse tão importante.
Mas quanto mais coisas oiço do senhor mais atenta vou ficando. Ele continua a ‘partir loiça’, ou talvez a ‘lavá-la’ porque afinal o que ela anda é suja, a nossa loiça…
Desta vez lembrou que não é lá muito ético que os senhores deputados continuem a exercer o trabalho de advogados.
E, imagine-se que está a levantar muito burburinho. Dizem que «se as profissões liberais fossem incompatíveis com a actividade parlamentar, então o mesmo princípio teria que ser aplicado a outros profissionais - como engenheiros, arquitectos ou médicos»
Pois. Qual a dúvida? E imagine-se que têm a lata de perguntar: "Mas então quem é que podia ser deputado?" Ora essa?!
Primeiro, aquilo devia ser praticado para o bem público ( a tal «missão» com que se massacra os ouvidos dos funcionários públicos nas avaliações); segundo, que se saiba é um emprego muito bem pago pelas tabelas da função pública, e até principesco se for comparado com a média dos salários em Portugal; terceiro, para além do salário há outras mordomias como é público e notório. E depois disso há a lata de considerar que precisam de continuar a ser arquitectos, médicos, advogados… nas suas horas livres?! (ou será o contrário: vão à assembleia nas horas livres das suas profissões liberais?...)
Será porque têm pouco trabalho lá, ou porque ganham pouco?
Não sei se este espectáculo é triste, revoltante ou as duas coisas.
E não ouvi a famosa entrevista porque nesse dia estive muito ocupada e – sinceramente – também não me ocorreu que fosse tão importante.
Mas quanto mais coisas oiço do senhor mais atenta vou ficando. Ele continua a ‘partir loiça’, ou talvez a ‘lavá-la’ porque afinal o que ela anda é suja, a nossa loiça…
Desta vez lembrou que não é lá muito ético que os senhores deputados continuem a exercer o trabalho de advogados.
E, imagine-se que está a levantar muito burburinho. Dizem que «se as profissões liberais fossem incompatíveis com a actividade parlamentar, então o mesmo princípio teria que ser aplicado a outros profissionais - como engenheiros, arquitectos ou médicos»
Pois. Qual a dúvida? E imagine-se que têm a lata de perguntar: "Mas então quem é que podia ser deputado?" Ora essa?!
Primeiro, aquilo devia ser praticado para o bem público ( a tal «missão» com que se massacra os ouvidos dos funcionários públicos nas avaliações); segundo, que se saiba é um emprego muito bem pago pelas tabelas da função pública, e até principesco se for comparado com a média dos salários em Portugal; terceiro, para além do salário há outras mordomias como é público e notório. E depois disso há a lata de considerar que precisam de continuar a ser arquitectos, médicos, advogados… nas suas horas livres?! (ou será o contrário: vão à assembleia nas horas livres das suas profissões liberais?...)
Será porque têm pouco trabalho lá, ou porque ganham pouco?
Não sei se este espectáculo é triste, revoltante ou as duas coisas.
17 comentários:
Clarissímo. Não pertence à confraria nem conhece o homem.
Mas não era necessário reforçar a ideia com a troca de nomes. Chamar Marinho Antunes ao Marinho e Pinto!
Valha-nos Santo António...
;))
Ups!
Desculpe e obrigado!
Vou já emendar.
Alfredo Caiano Silvestre - como aliás se viu, quando fui procurar a foto que ilustra o post, procurei no nome certo. Acontece que o nome de Marinho Antunes me é muito familiar, e foi esse que surgiu quando estava a escrever, sem ter revisto o post com cuidado. De qualquer modo, agradeço a chamada de atenção.
A louça anda suja... muito suja, em muitos lugares.
Exercer cargo público de deputado ou membro do governo - ou gestor nomeado pelo dito,e simultâneamente fazer exercício da sua profissão em privado... hum !?
costuma cheirar a esturro, por razão muito óbvia e evidente, quando até poderia sê-lo menos em ambas : falta de isenção, rigor e ética.
Escrito próprio para a segunda-feira de carnaval.
Tiro certeiro o do Marinho Pinto e o teu.
É uma vergonha e um atentado à dignidade de um povo, que os profissionais liberais, o façam, com a complacência e autorização de um estado que dizem estar a servir, quando afinal estão a servir-se.
!!!!!!!!!!!!!!!!
O espanto é ver os comentários que já por aqui andam.
Quando li que hoje entravas mais tarde, fiquei a descansar. Depois vi os que tinham entrado mas estava ocupada nessa altura, agora dei uma volta e já está muito animado, encontrei o Luís a falar pelos cotovelos (mas sempre muito bem: gosto imenso do que ele escreve) e o Pópulo já cheio de animação.
(Há um Marinho Antunes que é sociólogo, seria nesse que estavas a pensar?) O Alfredo Silvestre corrigiu-te mas tu também vieste cá tão depressa que da primeira vez que passei já a coisa estava certa!
De resto o importante é mesmo o que aqui está. É certo que na Função Pública se pode acumular o trabalho com o que se faz no privado se for fóra das horas de serviço. Mas isto brada os céus. Alguém admite que se possa exercer bem a função de deputado e também bem a de médico, engenheiro, advogado ou arquitecto?...
Muita coisa anda podre no Reino de Portugal!
Isto tem dado muito que falar. Pelo menos entre os meus colegas de trabalho levantou-se muita discussão. O que dizem é que os deputados não são «funcionários públicos» são um «órgão de soberania» e portanto as leis normais não se aplicam.
Eu cá não sei nada disso. O que penso é que tudo pode ser muito legal, mas não é moral. Só isso.
Que muitos deles ganham mais nas suas profissões liberais? Mas que dúvida??!!
Claro que sim.
E depois?
Se não querem aceitar o que seria um sacrifício económico, não o façam. Tão simples como isso.
E dá alguma volta ao estômago saber que senhores que sentem que ganhar quase 10 vezes um SMN é impossível para o seu conforto, venham perorar sobre o que é bom para todos nós!
Estamos todos tão de acordo, que até parece que há qualquer coisa de mal...
É das tais coisas, gentes, eles se calhar não ganham muito, cá nós é que ganhamos muito pouco!
A foto é interessante.
Que os «passos perdidos» é uma bonita galeria não haja dúvidas, mas tão vazia, tão vazia...
Claro que é um exagero, mas afinal é o espelho do que a opinião pública pensa.
Ouviram que o Pinto da Costa tinha pedido uma indemnização de 50 mil euros ao Estado?!!! Queixou-se de que tinha sido vexado pelo modo como foi interrogado, quando do Apito Dourado. Ouvi agora que perdeu, mas já pensaram que podia ter ganho?... O Estado somos nós!! E iríamos pagar 50 mil euros ao senhor por se sentir ofendido?! Anda tudo louco, só pode ser.
O giro é que este senhor não corresponde (de aspecto, é claro) à imagem sofisticada que o «chefe» dos advogados costuma ter. Quando olhamos para os 'antepassados' sobretudo no caso do Júdice, vemos uns tipos todos sofisticados, chics, cabelo cortado à última moda, fatos italianos, até lhe imaginamos o cheiro do aftershave (daquelas marcas que custam o salário de uma semana de um trabalhador a recibo verde)
Depois olhamos para este, e de repente o que lhe sai pela boca fora condiz realmente com a sua pouca sofisticação. Como é que pode vir do mesmo ninho? Aquilo foi um cuco que deixou um ovo para os outros chocarem!
o mais acertado que escreveste é o que está nas letras pequeninas...
Não quis ser muito cínica, Saltapocinhas, mas não resisti... (por isso escrevi em letras pequeninas, era assim dito baixinho...)
O pior mesmo é quando Marinho Pinto explica como os advogados fabricam leis a pedido dos seus clientes privados. Ad hominem, quer-se dizer que aquela vírgula ou aquela palavrinha a mais ou a menos é talhada à medida do caso específico do senhor X.
Oh Nise, eu nem vi tudo ainda muito bem...Mas claro que a manipulação pode ser terrível. E mais ainda quem é profissional de leis.
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