Nozes a quem tem dentes
Estava no outro dia a conversar com uma amiga ao telefone (não é que goste muito, prefiro sempre uma ‘conversa ao vivo’ mas às vezes tem de ser) muito animadas, ela a gabar-me as vantagens das compras de supermercado por net e eu a relatar-lhe a minha primeira experiência.
(Eu tenho sido muito renitente quanto a isso, tenho a mania de gostar de ver, cheirar, apalpar, aquilo que vou trazer para casa, mas reconheço que o sistema é muito prático. Um dia hei-de contar aqui essa primeira experiência, que foi melhor do que aquilo que eu esperava.)
Ela estava muito risonha e bem disposta.
Dizia-se completamente convertida. Tem uma vida muito ocupada e o tempo de se deslocar ao super – mesmo que vá de carro – ir buscar o carrinho das compras, procurar moeda que nunca há a que é preciso, percorrer os corredores que têm a mania de mudar as coisas de sítio para nos forçar a ver outros produtos e sermos tentados por eles, esperar que nos cortem o fiambre, pesem o peixe, esclareçam se o produto X esgotou ou só mudou de poiso, ir enchendo o carrinho e fazer força que aquelas coisas têm a mania de ter uma das rodas que vira para o lado, e depois esperar 30 minutos numa das caixas do «envio ao domicílio» que, como é natural, são mais lentas porque têm os carrinhos muito cheios, ufff…
… não andava já com paciência para aquilo!
Bom lá trocámos opiniões qual o melhor ‘super’ para essas modernices, mas estava a achar um pouco demais a boa disposição dela.
A páginas tantas lá contou que a “cereja do bolo” foi que, por motivos dos seus afazeres, teve de sair antes da chegada das compras e delegou no filho receber as coisas e assinar a factura. (OK, o filho é crescido, adulto, quanto a isso tudo normal)
Como chegou já um pouco tarde, correu logo para a cozinha a ver o estado em que aquilo estava, e nem queria acreditar nos seus olhos.
Ainda perguntou, duvidosa, «-Não vieram?...» Que não, tinham chegado às horas combinadas e ele arrumou TUDO nos seus sítios. «Não está bem?... Não podia deixar isto aqui tudo no chão». Estava impecável! Que rico filho!
A minha amiga diz que se sentiu como com uma varinha à Harry Potter.
Tinha-se sentado à secretária em 10 minutos fez as compras; depois fechou os olhos e zzzz! ficou com a dispensa, o frigorífico, a zona das lavagens, os armários, tal como tinha desejado que ficassem.
Chamei a este post «nozes a quem tem dentes» e é um pouco injusto.
Muitas vezes educamos os filhos e a coisa não resulta como queremos, a culpa não é nossa.
Mas sabe muito bem quando conhecemos um caso destes: o importante não foi apenas o ter arrumado, foi o conhecer o sítio das coisas!
É esta a nova geração! Ainda bem!
(Eu tenho sido muito renitente quanto a isso, tenho a mania de gostar de ver, cheirar, apalpar, aquilo que vou trazer para casa, mas reconheço que o sistema é muito prático. Um dia hei-de contar aqui essa primeira experiência, que foi melhor do que aquilo que eu esperava.)
Ela estava muito risonha e bem disposta.
Dizia-se completamente convertida. Tem uma vida muito ocupada e o tempo de se deslocar ao super – mesmo que vá de carro – ir buscar o carrinho das compras, procurar moeda que nunca há a que é preciso, percorrer os corredores que têm a mania de mudar as coisas de sítio para nos forçar a ver outros produtos e sermos tentados por eles, esperar que nos cortem o fiambre, pesem o peixe, esclareçam se o produto X esgotou ou só mudou de poiso, ir enchendo o carrinho e fazer força que aquelas coisas têm a mania de ter uma das rodas que vira para o lado, e depois esperar 30 minutos numa das caixas do «envio ao domicílio» que, como é natural, são mais lentas porque têm os carrinhos muito cheios, ufff…
… não andava já com paciência para aquilo!
Bom lá trocámos opiniões qual o melhor ‘super’ para essas modernices, mas estava a achar um pouco demais a boa disposição dela.
A páginas tantas lá contou que a “cereja do bolo” foi que, por motivos dos seus afazeres, teve de sair antes da chegada das compras e delegou no filho receber as coisas e assinar a factura. (OK, o filho é crescido, adulto, quanto a isso tudo normal)
Como chegou já um pouco tarde, correu logo para a cozinha a ver o estado em que aquilo estava, e nem queria acreditar nos seus olhos.
Ainda perguntou, duvidosa, «-Não vieram?...» Que não, tinham chegado às horas combinadas e ele arrumou TUDO nos seus sítios. «Não está bem?... Não podia deixar isto aqui tudo no chão». Estava impecável! Que rico filho!
A minha amiga diz que se sentiu como com uma varinha à Harry Potter.
Tinha-se sentado à secretária em 10 minutos fez as compras; depois fechou os olhos e zzzz! ficou com a dispensa, o frigorífico, a zona das lavagens, os armários, tal como tinha desejado que ficassem.
Chamei a este post «nozes a quem tem dentes» e é um pouco injusto.
Muitas vezes educamos os filhos e a coisa não resulta como queremos, a culpa não é nossa.
Mas sabe muito bem quando conhecemos um caso destes: o importante não foi apenas o ter arrumado, foi o conhecer o sítio das coisas!
É esta a nova geração! Ainda bem!
10 comentários:
Parabéns à amiga!
Olha que isso é coisa rara. Dentro da malta miúda, (ou mais nova, pronto!) consegue-se que tratem do seu quarto, fazer a cama - sobretudo se a cama é de edredon - arrumar o básico; ponham e levantem a mesa, e vá lá, arrumem a loiça na máquina; e nos vão fazer umas compras de SOS. Mas arrumar tudo como deve ser????
É caso único!
Pois.
Aquilo é mesmo a cereja no bolo.
Estará a treinar para se estabelecer por conta própria - traduzindo: sair de casa?
Uau!!!
Eu cá acho que neste post só vais ter comentários femininos!
(vou ver se 'treino' assim a amostra de homem que tenho cá em casa)
Pelos vistos, "anónimo" deve ser "anónima"!
Pergunto eu: Porquê, só comentários femininos? Será que os homens não são capazes de arrumar uma casa? que ideias são essas?
Minhas caras, sou pai e avô. Tenho três filhos, dois homens e uma mulher e netos doi, um casal e em vias de ter outro, uma menina e não encontro muita lógica nesta conversa. Passo a explicar. Os meus filhos foram criados , todos, da mesma forma, com a diferença da nossa idade e das realidades que nos rodeavam, o primeiro, ainda no antigo regime, o segundo, em cima da mudança e a terceira na primeira década da "Liberdade". Pois bem, todos são diferentes e reagiriam a um estímulo desses, à sua maneira. mas todos sabem onde as coisas se guardam e se quizessem podiam arrumá-las. Tudo parte de nós e dos ensinamentos que lhes passamos. se os não chamarmos a colaborarem comnosco, nessas tarefas, nunca saberão onde fazê-lo. Por outro lado, há os que sabendo o não fazem porque, escolheram viver na sua ordem, que será o nosso caos. Tenho um assim. Mas tudo bem, entendo o júbilo.
Quanto às compras on-line, ainda não me estreei, talvêz por viver na província e disso, não sentir necessidade.
Anonim@1comentário viril:
Os homens estão em risco de perder qualidades.
Esta coisa dos comentários é esquisita. Como não sou blogger, e em nick pedem-me URL (que nem sei o que seja) optei por anónima... Mas vá, posso ser «mãe-não-galinha», OK?!
De resto, cá para mim, o Palmeiro e família é a excepção da regra. Está tudo muito bem, mas se fizer um inquérito à maioria das famílias amigas vai ver que o caso dele não é vulgar. Não digo que não 'ajudem' muito mais do que dantes, mas...
O que eu oiço é «Ó mãe, onde é que está ****?» ou «Ó mãe, sabes do ****?», ou «Ó mãe, onde guardas o ****?»
Isto, é o que eu conheço...
FJ - BOA!!! Assim é que é, e mainada! Quando passo por cá e tu comentas, sempre gostei do teu humor. :))
mãe-não-galinha
Não se suporta que vivendo vinte ou mais anos numa casa não saibam onde estão as mais elementares coisas...e mais estranho ainda é que isso só acontece qd. nao estamos fora porque qd. estamos até as pratas e as velas saiem à mesa ou onde seja...e os vinhos então é cá uma razia ...com a agravante de não se avisar ninguém o que dá falhas graves em cima da hora qd. vamos por eles...Enfim.AB
AB, mais uma vez, só tu.
Essa do vinho, então, é uma realidade, daquelas que nos deixam em palpos de aranha, e já tem acontecido, como também sucede que; lá muito de vez em quando, se lembram de comprar uma garrafitas, mas nunca daquele que beberam...
Mãe-não-galinha, espero não ser excepção, mas sim regra. Quando vos comuniquei a minha realidade, queria dizer que todos os meus são diferentes, e que, também tenho de tudo, só que não alimento e mando procurar. Quando te disse que um deles vive no caos, é porque vive, mas aquilo é o cantinho dele, e ele que se amanhe, que já tem idade para isso e diga-se, que se desenrasca muito bem.
Eu entendo que a tal mãe-não-galinha diga que os teus comentários aqui são mais femininos que é quem se vai rever nesta história. Estou mesmo a ver o caso da AB. Tal e qual o que eu digo. Quando estou em casa nunca se sabe de nada, e sou precisa para tudo. Se por acaso, ele está sozinho, desenrasca-se que é uma beleza!
Aliás nessa história, se a mãe estivesse é muito possível que ele aí já a deixasse a braços com a tarefa de por as coisas nos sítios...
Mas lá que é uma boa história, não se nega!
Conhecer o sítio das coisas! É verdade1 Isso foi fantástico!
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