quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Melhor que nada

Mas ainda tão pouco…
Um cheque-dentista.

Vão começar a dá-los a partir de Março.
Mas veja-se, apenas a grávidas e idosos carenciados, e… esse luxo consiste, no máximo, em 3 cheques de 40 euros
se se verificar a necessidade de continuar o tratamento após a primeira consulta
Todos sabemos que quando se vai ao dentista com problemas nos dentes, basta uma consulta para tudo ficar concertado.

É, não é?

Em casos muuuito difíceis lá voltamos mais duas vezes.

Eu estou a brincar, mas eles não estão, dizem mesmo aquilo a sério!


Como penso, é apenas melhor do que nada, e sobretudo é positivo porque abre uma porta.
Mas porta verdadeiramente aberta seria essas consultas funcionarem nos Centros de Saúde com os médicos dentistas a trabalharem como outra das especialidades mais necessárias, e deixarem-se de cheques!


Nota – Comentário feito pela SaltaPocinhas, que merece saltar para aqui:
E agora para algo completamente diferente dos comentários feitos até agora (que as moedas têm sempre 2 faces, não é??)
Ontem houve na minha escola um rastreio aos dentes das crianças. Aos que têm dentes estragados ou em vias de é-lhes dado um papel para os pais assinalarem o "estou interessado" ou "não estou..." E interessado em quê?
Nada mais nada menos que o encaminhamento para um dentista dos aderentes a este programa. O papel dos pais/mães é apenas o de levar as crianças às consultas.
Completamente grátis
E, acreditas que hoje já tenho um papel com o "x" no não interessado? E que o senhor que veio fazer o rastreio me disse que seleccionam 200 alunos porque já sabe que desses 200 nem 100 aceitam? E que muitos dos que aceitam vão a uma consulta e depois desistem dizendo que "não têm vida para isto"??


14 comentários:

Anónimo disse...

Os dentistas, segundo sei, começaram por reivindicar a NÃO integração nos centros de saude, aliás na maioria não equipados.Ma agora já vi numa revista "deles" que, afinal, querem ntrar em força no sns.

cereja disse...

É chocante, FJ, porque sabemos que fazem mesmo falta!
A minha ideia é que é como os advogados - há «clínicas dentárias» como as tais «sociedades de advogados», enormes, com dezenas e dezenas de gabinetes e de especialistas, com um movimento diário gigantesco, e que devam ganhar rios de dinheiro, com os seguros de saúde e essas coisas todas. Depois há uns «dentistas de bairro» que devem estar a sentir a crise, e esses já devem desejar um trabalho garantido que seria no SNS.
De qualquer modo esse cheque de 40 €, e no máximo serem 3 apenas a grávidas e velhinhos carenciados, parece uma brincadeira.
Uma só consulta? Só se for para uma extracção!

Anónimo disse...

Mas isto ainda é uma promessa!...
Daqui até à concretização a grávida já teve o bebé e o velhinho já morreu e não precisa de dentes.
Temos de deixar as eleições estarem mais perto.

Anónimo disse...

Pronto, como disse a Emiele, é uma porta (talvez uma janelita...)
Vamos ver a continuação.
Também se pode ir às escolas médicas tratar os dentes. E é bem feito, porque está supervisionado por especialistas, sendo muito barato.
Mas quem é que sabe isso?...
E além disso, não serve para a província.

Anónimo disse...

É das especialidades onde se gasta mais dinheiro. Claro que os equipamentos devem ser caros, mas a verdade é que ao dentista toda a gente vai (ou devia ir) de crianças a velhos, homens e mulheres, ao contrário da ginecologia ou pediatria por exemplo.
E essa dos 40€ é uma pinga de água. Por outro lado, mesmo sendo caro o equipamento, parecia mais justo criar realmente respostas nos Centros de Saúde, em horários do dia todo. Era questão de pôr esses equipamentos a render!

saltapocinhas disse...

E agora para algo completamente diferente dos comentários feitos até agora (que as moedas têm sempre 2 faces, não é??)

ontem houve na minha escola um rastreio aos dentes das crianças.
aos que t~em dentes estragados ou em vias de é-lhes dado um papel para os pais assinalarem o "estou interessado" ou "não estou..."

e interessado em quê?
nada mais nada menos que o encaminhamento para um dentista dos aderentes a este programa.
e o papel dos pais/mães é apenas o de levar as crianças às consultas.
Completamente grátis
E acreditas que hoje já tenho um papel com o "x" no não interessado?

e que o senhor que veio fazer o rastreio me disse que selecionam 200 alunos porque já sabe que desses 200 nem 100 aceitam?
e que muitos dos que aceitam vão a uma consulta e depois desistem dizendo que "não têm vida para isto"??

ilha_man disse...

Esta do cheque-grávidas tem alguma piada, pois há um certo nº de condicionantes. A uma grávida não é aconselhado radiografias, anestésicos dentais, medicação contra a dor e antibióticos, além de que o stress da visita ao dentista poderá provocar complicações no último trimestre da gravidez.

josé palmeiro disse...

Esperemos para ver. Eu já estou em ordem para receber o/os meus cheques. Quando isso acontecer, aviso. A "raposinha", parece que está com saldo positivo, mais uma particularidade do nosso sistema, há locais onde é mais Portugal, que noutros.

josé palmeiro disse...

A minha última indicação é fundamentada, num facto, que passo a descrever: Uma receita, do Serviço Nacional de Saúde, daí do continente, serve aí e aqui. Uma receita do Serviço Nacional de Saúde, da Região Autonoma dos Açores, só serve, nos Açores. Depois, queixem-se.

cereja disse...

Saltapocinhas, não te pedi licença, mas roubei o teu comentário para o acrescentar ao corpo do post.
É que é muitíssimo importante para vermos bem o país que temos em todas as suas perspectivas.
Eu também conheço histórias chocantes de pessoas com exigências que muitas vezes me deixam de boca aberta, o tal do «pobre e mal agradecido».

Zé, tu contribuis para a informação insular aqui do blog! :))

Ilha_man, tens alguma razão, mas também é certo que é na gravidez (e depois dela...) que aparecem muitos problemas exactamente porque alguns dos sais minerais, cálcio, etc são desviados para o bebé. E que devia acontecer era esse cheque poder servir para mais tarde.

saltapocinhas disse...

nem tens de pedir licença emiele.
:)

josé palmeiro:
não se trata de ser mais portugal num lado que no outro, trata-se de haver ou não pessoas com iniciativa à frente de certos serviços...

Anónimo disse...

Emiele, isso é uma gota de agua, sem falar que durante a gestação não é aconselhado tratamento, só limpezas e intervenção de emergencia.
Quanto aos idosos nem comento, uma protese total nunca sai por menos do que 400 euros.
Há outros grupos sociais muito carenciados, diabéticos, cardíacos, etc.
A solução? Dentistas nos centros de saúde. O problema que além de o equipamento ser caro, os materiais são mais caros ainda. Aposto que ninguém aqui sabe quanto custa uma anestesia. O governo não consegue arcar com esta despesa.
Emilele, gostei da sitação "dentista de bairro", eu estou nesta categoria, mas posso dizer que para quem quer trabalhar a crise passa ao lado, hoje em dia as
seguradoras invadiram o mercado, há uma forte motivação em certas camadas da população em resolver problemas de saúde bucal, os custos
reduziram muito.
É só minha opinião ;-)

cereja disse...

Olá JV. Claro que a tua pode ser «só a tua opinião», mas afinal cada um de nós começando por mim deixou aqui só a sua opinião. E a tua, se tens «a mão na massa» é uma opinião com peso!
E ainda bem que afinal concordas comigo e muitas das pessoas que aqui deram a opinião que a solução passaria por dentistas nos Centros de Saúde.
É caro, como dizes? Acredito que sim. Mas afinal os transplantes que tanta polémica deram, não saem caríssimos? A saúde não se pode avaliar pelo preço das anestesias não é verdade? Se calhar o «deixar andar» os dentes mal tratados e infectados vão mais tarde provocar outras infecções cujo tratamento ainda vai sair mais caro!

cereja disse...

Só mais uma coisa JV (tens um blog muito giro, e que dá para ver o 'outro lado') quando falei em dentista de bairro não estava a querer ser antipática. Estava a contrapor aos gigantes, aqueles consultórios que parecem Centros Comerciais do dente.
O «meu dentista» é dos que chamei de bairro. Por acaso é filho de uma amiga e conheço-o desde sempre mas tenho imensa confiança nele.