segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Era melhor contarem logo com o dobro do orçamento


Hoje, o DN fala sobre um novo Código de Contratos Públicos, linguagem que não é para leigos, mas chama a atenção para as tais "derrapagens". De orçamentos, é claro, os terrenos são outra secção.

Vemos todos os dias nos jornais essas histórias que se tornaram completamente banais. A excepção seria o caso (mas alguma vez isso aconteceu?) de uma obra acabar a tempo e custando aquilo para que foi orçamentada. Estamos fartinhos de saber. É quase tudo: É o Metro, Estádios, o túnel do Rossio, o túnel do Marquês,… nem vale a pena enumerar.
Em média, as obras públicas custam mais 102% do que o previsto.
Dizem que um dos responsáveis é o facto de os projectos serem mal feitos. Pior! Isso é alguma desculpa? E ainda há o mau planeamento, a má fiscalização da obra, uma série de desculpas qual delas a pior.
A ideia com que se fica é que é tudo mau. Desde o início e com a tranquilidade de se pensar que «já se sabe que é assim» e nem vale a pena um esforço para que seja diferente.

É que são obras públicas, senhores. Pagas com os nossos impostos, ou seja, pagas por nós!
Milhões a mais??? Quatrocentos e oitenta milhões de euros a mais?...
E fica tudo em branca nuvem.


5 comentários:

Anónimo disse...

Essa da branca núvem é que é metáfora---Os milhões são profundamente coloridos para quem os recebe e negros para quem os paga...além de que não são nada leves...AB

cereja disse...

É metáfora, é claro. O que fica em «branca nuvem» são as investigações, é tudo tão leve e diáfano que não se conclui coisa alguma.
Mas os orçamentos que sistematicamente passam ao dobro é impressionante! Caramba, ao dobro!....

Anónimo disse...

A tal resignaçãozinha... "Já se sabe" com um encolher de ombros.
Nem os prazos são para cumprir (coisa que me irrita solenemente!) nem as verbas iniciais servem para nada a não ser dar uma indicação.
Depois o Tribunal de Contas ralha.
Tá bem.

Anónimo disse...

Mas se pedissem o dobro e depois levassem outra vez o dobro?!!! Já viste? De repente era 3 vezes mais.
Acho que isso é um tic.
Fazem as contas já a saber que vai «derrapar» e pronto.

josé palmeiro disse...

Na minha passagem pela "coisa pública", foi uma que nunca entendi, foram os concursos, para as obras, todas, as mais variadas. Eram feitos os contratos, carregados de pareceres, dos técnicos, competentes técnicos, diga-se de passagem, a obra começava a ser feita e depois, começavam a surgir, mas reuniões, em que essas coisas se resolviam, um figura espantosa, era, "os trabalhos a mais", ou porque, não estava no projecto, ou por qualquer outra razão. Sempre me interroguei com esse facto e nunca consegui saber porque é que um projecto, feito, carregado de pareceres, porque o melhor, começava invariavelmente,a ter trabalhos a mais. Depois, no fim os orçamentos nunca eram cumpridos e esses "dobros", eram o comum. Só os que trabalham, efectivamente "a mais", não têm a sorte de ganhar o dobro, nem de ter um contrato de trabalho, conveniente.