quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Depressão

Todos os jornais falam no assunto e, de facto, é uma espécie de bomba:
Antidepressivos têm pouco ou nenhum efeito disse um estudo (???) inglês.
Como quase sempre, a imprensa faz logo muito alarido com o que pode ser – e até é – uma cacha, dito deste modo.

Ainda por cima vem ao encontro dos receios de muita gente que desconfia muito de todos os medicamentos ainda mais aqueles que se dirigem à saúde mental.
Gostaria de saber quem financiou este estudo.
Gostaria de saber que alternativas se propõem.

Gostaria de saber se ao menos não negam a existência da depressão.

Gostaria de saber se o estudo se alargasse a outras doenças e a outros medicamentos encontrariam resultados semelhantes.


Resumindo, tenho a maior desconfiança nesta história tal como vem contada…

12 comentários:

Anónimo disse...

Como é? A serotonina existe, ou é uma invenção? E o lítio é um nome, ou corresponde a algo? Ou afinal o que NÃO EXISTE é essa coisa chamada depressão?

OK, parece que se comermos bananas a serotonina melhora. Quantos quilos é que são precisos?... E a beterraba contêm lítio, não é? Bastará uma dieta à base de beterraba e a alegria volta às nossas casas.
Estas coisas não apenas parecem brincadeiras como podem ser perigosas. Como se sabe um dos sinais da pessoa deprimida é considerar que não tem cura e muitas vezes que o melhor é acabar com a vida. Se há uma entidade importante que lhe vem reforçar essa convicção, pode concluir que o seu problema não tem cura e o medicamento que o médico aconselha não serve para nada, receio muito os resultados.
Isto escandaliza-me porque vivo com um familiar que teve uma grave depressão e foi complicadíssimo levá-lo a aceitar um tratamento. Está agora bem melhor, mas não sei como estaria entregue a si próprio.

Anónimo disse...

(estava a ver que hoje era eu a estrear aqui os comentários todos, a Joaninha que costuma vir antes, e o Palmeiro que anda uma hora atrasado, ainda não chegaram!)

Vê-se que o (a?) M.N. sente na pele o problema. Também li aquilo e pensei que era mais uma vez um daqueles "estudos" lançados com sensacionalismo patrocinados por uma qualquer farmacêutica que se prepara para lançar a droga maravilha.
Que isto de dizer que é tudo mau, é muito estranho. Claro que como em todas as doenças há também produtos naturais, um chazinho de isto ou daquilo faz sempre muito bem. E, aqui para nós essa dos «produtos naturais» é cá uma indústria de se lhe tirar o chapéu!

Anónimo disse...

Será do laboratório de um novo produto a aparecer como salvador? Dos que ~estão interessados em espalhar a angustia e o medo? De qualqer forma pergunta interesante.

josé palmeiro disse...

Fj, tem razão! Fiquei como voçês, espantado com o alarmismo da notícia e fiz a mesma dedução. Mesmo que sejam placebos, não se pode vir para o ar, e mandar bocas daquelas, só mesmo com intenções publicitárias e, a ser assim, é deontológicamente reprovável e condenável. Compreendo m.n., eu tenho um problema parecido e andamos às voltas para encontrar um rumo, só espero que a pessoa, em causa, não tenha sabido da notícia.

Anónimo disse...

Aqui o que seria importante - estou a fazer de advogada do Diabo - era que as pessoas se deixassem de auto-medicar. Como em tudo, mas mais ainda neste tipo de drogas, é importante o controlo médico. Uma pessoa não toma um ansiolítico "porque-sim", se se sente uma vez enervada e ansiosa. E isso temos de reconhecer que se passa. Há quem esteja nervosa por motivos plenamente naturais e em vez do chá de tília (estou a brincar) enfie um lexotan.
Mas uma coisa é a pessoa que diz, "estou deprimida" como quem diz "ando com tosse", e o deprimido a sério coisa séria e com que não se pode brincar.
Isso é uma doença, deixemo-nos de paninhos quentes.

Anónimo disse...

Esqueci-me de outra coisa, essa os famosos "produtos naturais" uma moda como qualquer outra - por todo o lado abrem lojinhas belamente decoradas, cheias de coisas mais ou menos herméticas, velas, cheirinhos, pedras, eu sei lá...
E tudo caríssimo.
No outro dia estava com uma dor de cabeça do caraças! estava com uma amiga num Centro Comercial e ali não havia Farmácia onde comprasse uma aspirina, de modo que fomos a uma dessas lojas. Lá me convenceram a trazer uma embalagem de uma coisa com umas cápsulas "naturais" que custou-me apenas 15 €...
quanto à dor de cabeça, só me passou à noite quando em casa finalmente tomei a tal aspirina.

Anónimo disse...

É das tais coisas que cheira a vigarice à distância.
Tá na cara que querem lançar outra coisa qualquer! Uma espécie de publicidade agressiva ou lá como se chama isso, quando se ataca os concorrentes...

Anónimo disse...

Já vi que este post puxa aos comentários compridos... Tem mesmo de ser!
O que me deixa boquiaberta é essa conversa dos "alternativos" (lembra-me do 'alterne' e se calhar não é por acaso)
Mas quais tratamentos alternativos??!!! Também tinha lido a informação (??) ou desinformação que para mim é muito perigosa! O "alternativo" é a «acção psicológica ou psico-social».
Bravô!!!
Olhem que aí também a gente chegava. Se mudarem o contexto social que provocou a depressão: substituirem o chefe, arranjarem um bom emprego, trocarem os vizinhos, resolverem os problemas com que as pessoas se debatem, se calhar as depressões diminuem. Nada mal visto, heim?... Nem era preciso estudo nenhum. Mas é viável um tratamento psicológico sempre demorado e prolongado, para todos os deprimidos?... Ou então os tais "alternativos" são como já aqui se disse as medicinas naturais, as plantas, etc. Nada contra apesar de, como disse a Joaninha, desenganem-se se imaginam que é mais barato. É bem caro. Ou então as meditações orientais, os Zens etc e tal. Também são caros e prolongados. E há mais alternativas? 1 - mudar a sociedade 2 - cházinhos e outros produtos 3 - psicoterapia 4 - meditações orientais, chacras e essas coisas.
Em que ficamos?
Que não se deve tomar coisa nenhuma sem o conselho médico, certíssimo.
Que devamos desconfiar daquilo que nos receitam... valha-me Deus!

Anónimo disse...

Ná, Mary. Cá para mim, vem aí qualquer coisa que vão dizer que é revolucionário, que não tem nada a ver com o que se fazia dantes e isso é que vai ser bom. Até aqui eram tudo placebos.
OK, mas se os placebos funcionam, qual o mal? Por isso é que se chamam placebos por fazerem bem e não mal.

E olhem que EU nunca tomo - porque não preciso - nadinha. Mas tive uma tia que agora até anda bem, e antes de começar a ir ao médico parecia um farrapinho. Por isso me irritei quando li isto.

Mar disse...

Estou com o raphael. É bluff de uma grande multinacional qualquer que vai aprecer como a salvadora dos pobrezinhos deprimidos todops, vão ver.

Anónimo disse...

Bom,cheguei só agora ainda tenho uma reunião daqui a bocado e o meu nome é mesmo "depressão"...Li o artigo vi as entrevistas aí com um psi do mercado e ele lá foi dizendo que em todo este tipo de farmacos há um efeito placebo.Se vem por aí uma nova geração de "digasim" ou um substituto qq da fluoxetina(creio que é assim)não sei mas as estratégias são mais ou menos sempre as mesmas.No entanto há coisas curiosas Prozac e Tuneluz por exemplo são exactamente a mesma coisa.Mas comigo funcinam de maneira diferente.Pergunta?Não haverá algo de verdade na história de "um certo" efeito placebo de algumas drogas em algumas pessoas?AB

cereja disse...

Pelos vistos este post aqueceu os ânimos (também os jornais bem se encarregaram de dar relevo ao caso!)
A verdade é que a saúde mental uma uma coisa muito frágil, e que como a doença em si não se vê, muitas vezes faz desconfiar quem nunca passou por tal. Tenho ouvido muitas vezes dizer a pessoas com grandes depressões «Mas sai! Distrai-te! Dá uns passeios, vai ao cinema, almoça com uns amigos» sem lhes passar pela cabeça que se conseguisse fazer isso, naturalmente que não estava deprimida!!!!
Por ouro lado as doses destes medicamentos são de uma grande delicadeza. Cada pessoa é diferente, e as necessidades também são diferentes. Muitas vezes acertar-se é pior que encontrar o pé para o sapatinho da Cinderela. Agora varrer de uma penada estes fármacos com o rótulo de que são placebos é estranhíssimo, sobretudo ser placebo para os casos leves e funcionar nos casos graves... À primeira vista parecia que seria o contrário! Mas ao menos se são placebos, então não há o tal perigo da habituação, não é?...
Não entendo nada!