terça-feira, fevereiro 12, 2008

Ainda Timor

Não sei o que se passa em Timor. Sei aquilo que vou lendo aqui e ali, sei o que amigos meus que lá viveram me contam, sei o que posso ir deduzindo.
Não chega para entender.
Sabemos que passaram 6 anos depois da grande festa da independência.

Mas, se fosse ainda necessário,
o que lá se passa é a maior prova que Independência não significa uma Declaração, um Hino, uma Bandeira.
A Independência, infelizmente, não é um valor que tenha as suas raízes em conceitos belos e idealistas, afinal ela só existe quer nas pessoas quer nas nações quando há independência económica.
Pobre Timor. Pobres timorenses.

11 comentários:

Anónimo disse...

Ai, Timor!
(só me recorda a canção)
Tivemos tantas boas intenções...

Anónimo disse...

Olha, Emiéle, estive a ler os posts que realças, ali no Bem dito! E vi este do Luís Rainha, de puro humor negro mas muito bem visto:
«Um meu amigo algo cínico, que passou uma temporada em Timor, garantiu-me um dia que a única coisa em que os timorenses são realmente aplicados e eficientes é a matar-se uns aos outros. Afinal, esse preconceito não se confirma: num duplo atentado contra Xanana e Ramos Horta, quem acaba por morrer mesmo é o chefe dos rebeldes.»
É o que apetece pensar.

Também conheço muita gente que foi a Timor, cheios de boas intenções, mas voltou muito desanimado. Deve-se chamar os bois pelos nomes, e o que todos me dizem é que os timorenses estão há espera de que os outros trabalhem para eles. Assim não dá. :(

josé palmeiro disse...

Preplexo! É como eu estou. Que mal fez aquele povo para estar como está?
Grandes interesses se jogam naquele território, se não tivesse petróleo... Por sua vez a Austrália, a grande senhora da zona, com a mão em cima do problema, joga a seu belo prazer, com tudo, trocando os peões, colocando torres e bispos, por todo o território. Nós, pobrezinhos, que temos por lá? A nossa maior jóia, a língua, mau grado as machadadas que tem sofrido, de resto, nada mais, nem condições para ter mais qualquer coisa, enfim, um autêntico desastre.

Anónimo disse...

Afinal tudo acaba em bem!
O Reinaldo morreu.
O Xanana e família escaparam.
Os médicos dizem que “salvo complicações”, Ramos-Horta poderá regressar a Díli “dentro de quatro a seis semanas”.

Falta APENAS continuar o caminho de Timor que não se adivinha qual é.

Aquilo que o King desabafou, também o tenho ouvido por muita gente que tem estado lá. É chato criticar um povo, mas o que tem parecido é que eles não estão a querer "ajudas" estão a querer que se faça por eles. E essa preguiça visceral não se pode tratar... Mesmo que a 'culpa' seja dos maus dos indonésios e australianos, eles deviam ter maior capacidade organizativa.

Anónimo disse...

Tambem me baralha muito, particularmente em pormenores. Em geral parece que os grandes inimigos de Timor independente ( uma especie de cuba do vaticano no mundo islamico )são identificaveis, desde o "azar" do petroleo a igreja catolica, australia ( titeres dos usa?). Mas na politica interna nõ consegui entrar minimamente ha questoes externas/internas que parecem muito complexas.Troll Urbano tra um bom link.

Anónimo disse...

Também li o link do Troll, mas no essencial continuo com milhares de dúvidas. A 'gracinha' do Luís Rainha «os timorenses são realmente aplicados e eficientes é a matar-se uns aos outros» parece ser quase verdade. O que me contam quem lá tem tentado trabalhar, é que realmente trabalhar a sério, não é com eles. Não é apenas uma questão de organização, é mesmo molenguice...

Anónimo disse...

Não sei se a análise sobre as independencias é asim táo clara quando relacionada apenas com as questões económicas.Lembro-me por exemplo do Prof.Mattoso quando veio depois de uma estadia logo após a independencia, salientar públicamente o papel de "saque" das ONGs no terreno e dizer, concretamente ,que tinham as mãos sujas de sangue.Depois há o mito ou talvez nem seja mito mas hábito de que os homens que fizeram resistencia ou revoluções, no seguimento ,são bons presidentes ou bons governantes.È uma regra que me intriga... mas nesta coisa das independencias sejam elas dadas ou conquistadas há sempre coisas muito intrigantes.Quanto à cançãozinha do Represas estou sempre à espera de ouvir a mesma toada para por exemplo Vila Nova de Famalicão ou Macau tanto az,...AB

Anónimo disse...

Joaninha,boas intenções e muita "ganga".E já agora aqui há dias via uma entrevista de uma comediante humorista negra a quem perguntavam que livro de humor é que ela destacava e ela respondeu que era a "Declaração dos Direitos do Homem".AB

Anónimo disse...

Estou farta de pensar o mesmo que a AB. Um bom dirigente de maquis não é por isso declaradamente um bom dirigente político.
O Xanana foi excelente, mas FOI. Deve, ou devia haver outros tipos.
Ou só há incompetência?...
Quanto ao Ramos Horta, mais o seu prémio, enfim...

Anónimo disse...

..."e o seu prémio e enfim" ai Tess como eu te compreendo!!!AB

cereja disse...

Estes Prémios da Paz têm perdido credibilidade cada vez mais... Acho que alguém que verdadeiramente o merecesse se fosse premiado devia recusá-lo!