quinta-feira, janeiro 17, 2008

A voz do dono

Ou mais papistas que o Papa.
É um caso onde se junta a fome com a vontade de comer.

Quando um indivíduo tem dívidas - e as dívidas que contam são ao Estado, é escusado dizer - a lei condena-o a ter parte do seu vencimento penhorado. Mas isso será até ao limite de um terço, não ultrapassando o valor do salário mínimo.
Acontece muitas vezes que as Finanças congelam de imediato parte do vencimento junto da entidade patronal e depois dão instruções aos bancos para procederem ao congelamento da conta bancária e com isso ultrapassam o tal limite. E os Bancos obedecem muito prestáveis…
Disse o provedor de Justiça no Parlamento que
existem situações em que os bancos procedem ilegalmente ao congelamento de contas bancárias e à penhora de salários e pensões
Por um lado é natural que um Banco obedeça às Finanças, mas também será natural que um Banco (não há para aí uns anúncios a dizer que os seus clientes são os ‘donos’?) defenda quem lá deixa o seu dinheiro.

Parece que seria natural, mas…. deve depender de quem é o devedor e da sua importância.

7 comentários:

Anónimo disse...

Escandalosos muitos dos casos relacionados com este tema. O afã de reduzir o défice orçamental, manter controlada a dívida pública, etc, são de tal forma radicais que vale tudo. Paga o justo pelo pecador, a malha da rede é fina levando tudo à frente - apesar dos tubarões cheirarem à distância a presença da rede e porem-se a milhas - peixe graúdo, peixe pequeno. Vai tudo. Partem-se braços, pernas, arrancam-se olhos pelos tostões. A vida humana, no seu todo, já pouco vale perante Estados mercenários...

Anónimo disse...

A banca tão cheia de previlégios fiscais é de facto a dona de quási tudo.Governos inclusivé.E então por cá o abuso é inenarrável.Exemplo mais recente a corrida á liderança do BCP.Nem num clube de futebol.E a credibilidade portuguesa que no sector bancário dava internacionalmente uma ideia de fiabilidade saiu disto completamente arruinada.Com custos para todos nós.Outro exemplo é o Citybank.E não é pela crise que vive neste momento.È por toda a actuação de caça ao cliente, com um marketing tão agressivo ,que "obriga"e "ata"pessoas ,que nem sequer se podem considerar clientes, a contas que de facto não existem .mas sobre as quais recaem comissões,etc,etc.Enfim.AB

Anónimo disse...

Ainda bem que a AB fala no Citybank. Estava exactamente a pensar nele. Fui uma vez apanhada, mas verdadeiramente apanhada, quase obrigada a ficar com um cartão de crédito da dita instituição. Primeiro que me visse livre daquilo foi o cabo dos trabalhos. E tenho a mania que não sou parva, mas o esquema era super-habilidoso! Eu tenho o mesmo banco desde sempre, nem digo há quantos anos para não saberem que velha que sou! Já se juntou com outros, já mudou de nome, mas estou habituada e não acho que seja pior que os demais. Nem melhor, já agora...
Só posso aplaudir o Miguel. A verdade é que vai tudo a eito! Mas como ele diz, nesse TUDO não entram os tais tubarões que têm outra porta de serviço. Olhem a história do filho do Jardim Gonçalves...

Anónimo disse...

Mas pelos vistos o Vítor Constâncio sabia e assobiava para o lado...
Há demasiados compadrios nesta coisata toda!

Anónimo disse...

O Constancio é um personagem...e o Cadilhe, já agora ,outro...Havia um amigo meu que tinha inventado uma frase "estou Cadilhado"qd.foi a famosa lei Cadilhe.E é ele que vem falar de ingerencias politicas.Extraordinário.Mas há no "Aspirina B" um post que se chama ".A crise do BCP contada às crianças".Vale a pena.AB

josé palmeiro disse...

Compadrios? Não!
Eles são é todos sócios da camarilha.
Veremos como se vão entender agora quando o dito Constâncio, das falinhas mansas, se vai entender com eles, voçês vão ver!!!

cereja disse...

As coisas desta 'alta finança' (??) deixam-me sempre confusa e nem tento perceber. Mas isso de «os bancos procedem ilegalmente ao congelamento de contas bancárias e à penhora de salários e pensões» e é o Provedor que o diz, deixa-me revoltada. Que cumpram o que está determinado, e mais nada!
O Miguel tem uma metáfora excelente, que a rede é muito fina e apanha tudo mas «os tubarões cheirarem à distância a presença da rede e porem-se a milhas». Isso é que nos indigna.