quarta-feira, janeiro 16, 2008

Sempre em Festa


Sou eu que ando com visões, ou assim que as montras se esvaziaram de Pais Natais, bolas, estrelas e fitas, encheram-se de palhaços, zorros, bailarinas, serpentinas e papelinhos?
Será que a nossa vida anda de festa em festa, de consumo em consumo? (pergunta de retórica, é evidente que sim!)

A meu ver, durante o ano não há «épocas normais».
Claro que o final é mais intenso, nos últimos 15 dias do ano temos não apenas o Natal que se tornou a festa máxima consumista, como o «Reveillon» que também implica fatiotas elegantes, festas, champanhe, e outras miudezas.

Mas o certo é que iniciamos o ano e vem logo o Carnaval. Muito bom para o consumo sobretudo infantil.
Temos a Páscoa, com os coelhinhos, os ovos de chocolate, os folares, e mais prendas é claro.

Temos o Dia dos Namorados.
Temos o Dia do Pai.
Temos o Dia da Criança.
Temos o Dia da Mulher.

Temos o Dia da Mãe.

Convenciona-se que Dia famoso não é dia sem uma prenda comprada em loja.
E depois os Santos Populares, com manjericos, lanternas de papel, festões nas ruas, bailes.
E vêm as férias com anúncios de viagens e tudo o mais que as férias implicam. Se forem férias mais simples aí temos o campismo - as tendas, os sacos-cama, as lanternas, cadeiras e mesas de dobrar, todo o material necessário a um bom campista!
E vem o Outono e a mudança de guarda-roupa.
E o «regresso às aulas» com novas compras para além dos livros, toda a parafernália habitual – cadernos, mochila, estojos, material diverso e sofisticado que hoje se exige para ser bom aluno.
E vem o S. Martinho.
......
Claro que ao longo do ano vamos tendo as festas privadas, os aniversários, os casamentos, os baptizados….

Mas de que é que o comércio se queixa?...


14 comentários:

méri disse...

Fiquei sem fôlego!

Anónimo disse...

:))
Eheheheh!!!
(acho graça isto de ser dos primeiros comentários; nunca me acontece... olá Méri, quando leio mais para a tarde vejo-te como das primeiras e hoje quase nos encontramos!!!)
Ai Emiéle, como tens razão...
quando comecei a ver até as «lojas dos 300» já a impingirem o Carnaval, até fiquei com tonturas!
Não me tinha dado ao trabalho de uma tal lista de motivos de consumo, mas é obra!

josé palmeiro disse...

Cada vez, gosto menos dos, "dias de".
Foi uma tirada de marketing, bem posta mas só embarca nela, quem quer.
Já repararam que as prendas de Natal podiam muito bem ser compradas nos dias seguintes ao Natal, com vantagens evidentes, para quem compra? No Carnaval, que é isso, não andamos mascarados, todo o ano? Para quê mais fatos e serpentinas, para não falar nos papelinhos, que vamos desempenhando ao longo dos anos. É tudo uma treta.
Proponho a institucionalização do:
- DIA DO PÓPULO!!!

Anónimo disse...

Eu ainda ando à procura de umas calças em saldo e os meus carnavais são outros.AB

Anónimo disse...

Até eu me estranho quando venho aqui tão tarde.Costumo abrir a porta de manhã...
Tens uma certa razão, é claro, mas exageras! Não se pode meter tudo no mesmo saco!
Contudo se sobretudo os «dias de...» que citas aqui (tirando o «dos namorados») parecem-me legítimos e antigos, o certo é que não vejo necessidade de se trocarem prendas compradas como lhe chamas.
Excepto nos anos.

saltapocinhas disse...

talvez se queixem de mim, que não alinho na maior parte dessas "festividades"!

mas tens razão: o comércio nunca esteve tão bem, basta reparar na quantidade de centros comerciais e sempre todos a abarrotar.
eu não acho nada mal, até acho muito bem pois o comércio desenvolve o país.

o que eu não entendo é porque tantas pessoas se queixam tanto!

Anónimo disse...

Tá muito giro o post!!!!

É claro que o consumismo é isso...
Os comerciantes têm de viver, né?... Tu é que és má.

Anónimo disse...

:D
Gostei do cartão a passar! é mesmo assim! E quanto mais cartões tivermos mais «suave» parece a compra.
O pior é depois!

Anónimo disse...

É giro que hoje trocámo-nos. A Saltapocinhas veio aqui mais cedo e eu e a Joaninha mais tarde...
Claro que o consumismo 'existe, eu encontrei-o'! não é?
E tem de ser alimentado.
Mas, sim, o post está giro e bem ilustrado!

cereja disse...

Realmente dei uma vista pelos comentários deixados aqui hoje a a 'nossa, Joaninha e o King que costumam ser os galos da manhã (sobretudo ela, é verdade..) hoje fizerem-se rogados!
Quanto ao resto, o King tem razão, o consumismo existe e é disso que o comércio vive, mas escusava de ser tão influenciado!
Eu estou um pouco como a Saltapocinhas, mesmo quando 'alinho' é sempre prenda simbólica...

Anónimo disse...

E eu já estava cansada... venho aqui para relaxar, arre!!!

Mas tens tanta razão!

Anónimo disse...

O comércio tem razões para se queixar (algum, algum!). Li aqui que os centros comerciais estão a abarrotar. Sim, é verdade. E tal traduz-se em compras? Melhor, consumo? Nem por isso. Está em queda. Então a quadra natalícia foi uma verdadeira catástrofe, segundo algumas pessoas com quem falei no Oeiras Parque, por exemplo. Pessoas que eu conheço, este Natal apenas compraram presentes para as crianças... e por aí fora.

Os dias de...sempre desatinei. Com particular destaque para o recém-introduzido Halloween. O que é isso em Portugal? O que é que nos diz, enquanto colectivo numa perspectiva histórico-cultural? Nada!

Cada vez mais penso que há o consumismo completamente descartável e inútil, "agarrador" dos tostões da classe média e média-baixa. Aí o marketing funciona às mil maravilhas. As pessoas não precisam de muito do que compram e o marketing faz com que sintam necessidade de ter esses bens...Enfim.

Queixam-se porque, contrariamente ao apregoado pelo governo, isso não vai nada bem. A revisão em alta das taxas de juro associado aos níveis de sobreendivadamento dos portugueses sem aumentos salariais acima da inflação que permitam, por um lado, cobrir o simples aumento do custo de vida quanto mais o diferencial a mais dos juros a pagar pelos créditos contraídos, não mostram um cenário muito famoso, pois não?

A juntar a este teu post, não me lembro se já aqui o disse ou não, o meu banco mandou-me um e-mail com património imobiliário à venda por todo o país. É muita coisa. E quer também dizer muito...

cereja disse...

Pois, Miguel, é disso que se trata. Não há dinheiro para se pagar o empréstimo da casa e depois a malta consola-se em comprar inutilidades, que muitas vezes nem usam...
É o marketing a funcionar e a fazer lavagens ao cérebro.

(Raios! Esqueci-me desse Halloween! ainda havia isso...)

cereja disse...

Olá Ciranda!
Mas isto era para desanuviar...
:)))