sexta-feira, janeiro 11, 2008

Só se fala nisso

Tenho andado distraída.
Se de manhã vou ‘folheando’ um pouco a imprensa virtual, o certo é que no resto do dia só oiço um nadinha as notícias da rádio pela hora do almoço – quando posso – e nos últimos tempos nem o telejornal vejo.
Uma espécie de blackout noticioso. Acontece a todos, creio eu, mesmo os vulgarmente interessados e desta vez andei a pairar noutra onda.

De forma que quando ontem, já bem tarde abri a porta, e o meu filho me saudou com um «Afinal foi Ôto», fiquei parada, a olhar para ele. «Quêê?» Ele olhou-me, avaliando a minha decrepitude e explicando a piada: «Então! Não foi Óta, foi Ôto. Saiu o ‘outo’».Tratava-se do aeroporto, é claro, em que mundo ando eu?!
Esta manhã todos os jornais, até os grátis, traziam a notícia na primeira página!
E como se esperava, cada cabeça sua opinião, uns lamentam apenas que "tenham demorado tanto a decidir", e outros dizem que "Ficamos com a sensação de que foi uma escolha precipitada» .
O velho, o rapaz e o burro, é claro…

Quanto ao governo, esse é que anda a meter os pés pelas mãos. Que volte atrás numa decisão, só lhe fica bem. Mas que o senhor ministro, o que afirmava que a escolha da Ota era um «compromisso pessoal» e disse aqueles disparates que ficaram como a sua imagem de marca, continue com cara de pau, neste mesmo governo, é que nos deixa admirados.
E daí, penso que não. Creio bem que nada do que estes senhores fazem nos deixa admirados.
Mas isto não é um elogio...

5 comentários:

Anónimo disse...

Que sensação estranha chegar aqui sem comentários... Creio que é a primeira vez que faço a estreia da caixa!!
:D
O teu filho teve mesmo piada, e olha que não tinha ainda ouvido o trocadilho! Realmente foi o «outo» :))
Claro que agora são 'outas' as negociatas, já se sabe. Mas penso que esta opção foi bem mais sensata!

Anónimo disse...

Realmente o homem (e a mulher) é um animal de hábitos!!!
Passo pelo Pópulo de manhã.
Se não há Pópulo é como se as coisas se alterassem, e já nem me lembro de voltar a passar! que parvoíce.
Realmente, a primeira parte do dito por não dito, já está.
Também acho que quando uma decisão é má não há nenhuma falta em se voltar atrás, mas que o Mário Lino continue imperturbável... isso 'jamais'!

josé palmeiro disse...

Na verdade foi o "outo" ou "ôto", e só espero que o estudo do LNEC, tenha sido, mesmo, um estudo sem influências. Quero desde já esclarecer que sou um dos que pensam que aproveitar o Cmpo de tiro de Alcochete é melhor que vender a cadeia de Setúbal, ao preço da "uva mijona", a um grupo imobiliário com presenças, no mínimo estranhas.
As negociatas, serão sempre um facto, só que agora há menos tempo e está tudo, também, muito mais atento. E há que estar atento e exigir que se façam estudos idênticos para a nova ponte que se avizinha, pois a discórdia já se cheira, no ar. Por mim, estou de acordo com estudos que provem e justifiquem o melhor trajecto. Lisboa necessita de pontes que a liguem ao Sul, ao invés do ilustre deputado Almeida Santos, que, ao tempo, a propósito do aeroporto para a Ota, defendia que era um perigo fazer-se deste lado porque bastava ao terroristas deitarem uma ponte abaixo, para o país ficar dividido, enfim coisas dos socialistas...

Anónimo disse...

esta alteração de horários deixa-me como o Raphael, um tanto confuso... Claro que avisaste que 'postavas' à tarde mas...
Era impossível não falar nisto, né? E a cara de pau não é só do Lino é de toda a equipa governamental. As críticas que recebem deslizam que nem se sentem!
Realmente, também prefiro a opção «Ôto» (parabéns ao rapaz pelo trocadilho) pelos motivos que o Palmeiro diz. negociatas há sempre, mas no outro caso era escandaloso, e desta vez está-se mais atento.

cereja disse...

E 'para variar' também passo por aqui mais cedo... :))
É bom estas mudanças para vocês se habituarem a passar por aqui várias vezes|! Ponham os olhos no Zé Palmeiro que se nota muito bem que passa de vez em quando por cá, até responde a coisas e tudo!
Quanto aos aeroportos, vamos ver o que é que isto dá. A convicção na Ota era tão forte que nada nos diz que esta convicção igualmente forte não lhe dê uma coisinha má...
'Brigada a quem achou graça ao trocadilho do rapaz.