segunda-feira, janeiro 21, 2008

O que se decide à mesa

É certo que está nos nossos hábitos: uma refeição é um acto social. É das acções indispensáveis à vida que se pratica em público.
Mas sempre considerei interessante reparar naquilo que se resolve à mesa!
É cada vez mais moda por exemplo “os pequenos-almoços de trabalho”.
Uma pessoa Um político não usa o pequeno almoço como parte da sua actividade normal da manhã, misturada entre o duche e a escolha das peúgas, não senhor, aquele é um momento para discutir assuntos importantes, importantíssimos até, mas que não couberam na agenda diária. E, é certo que isso dá uma visão bem dinâmica e atarefada dos seus intervenientes que têm de usar essa migalhinhas do seu dia para resolver o que necessita de resolução.
Os jornais informam-nos que o senhor primeiro-ministro vai jantar, em São Bento, com
o procurador-geral da República, o ex-bastonário da Ordem dos Advogados, o presidente do Supremo Tribunal de Justiça e o ministro da Justiça Deve ser para finalmente resolverem o problema da Justiça em Portugal.
Oxalá o jantar esteja bom para os inspirarem, porque até agora devem andar a passar fome que os progressos nessa área não se vêm a olho nu.
Possivelmente depois de uns copos de um tinto seleccionado as coisas apareçam com umas cores mais bonitas e inspiradas.Oxalá!


6 comentários:

Anónimo disse...

Não entendo a que propósito é que vai um ex-bastomário????
De qualquer modo, a coisa é de facto estranha. Um jantar!? São amigos e vão encontrar-se como tal? Têm algumas funções para além das conhecidas? Decidem seja o que for o jantar? E o que raio podem decidir assim, sozinhos, sem as suas equipas?
É no mínimo estranho.

Anónimo disse...

Pfff...
Não vão decidir coisíssima nenhuma! É uma troca de opiniões entre pares. Alguém tem a inocência de pensar que dali vai sair seja o que for de importante. Foi o jornal a querer informar, e mais nada.

Anónimo disse...

Isso da Justiça é a terceira perna coxa. Temos a Educação, a Saúde e a Justiça. Com três pernas a menos, isto dificilmente se mantem.
Ou será que a solução milagrosa está na privatização de tudo? Se já há Segurança Privada para substituir a polícia, agora faltam juízes privados para se andar a brincar aos tribunais...

josé palmeiro disse...

Chego tarde e o King já referiu a gralha.
Parece-me que quem esteve "nos copos" foi o jornalista do JN que refere o Rogério Alves como bastonário quando já foi, agora é o Marinho Pinto, mas no corpo da notícia vem lá para o fim o nome certo. Agora que é uma deselegância e uma falta de profissionalismo, isso é.
Quanto a decisões, sigo o raciocínio dos comentadores que me antecederam.

Anónimo disse...

Olha que não sei, não, Zé Palmeiro. Foi 'gralha' ou quem foi convidado para o almoço foi mesmo o ex-bastonário Rogério Alves?... A verdade é que no fim da notícia diz que «Nos últimos dias, Marinho Pinto veio prometer contestação ao novo regime do apoio judiciário, que considera prejudicar os mais pobres e até os advogados envolvidos» mas daqui não se pode concluir que fosse a opinião dele que o Sócrates quis ouvir. Se calhar até muito pelo contrário.

cereja disse...

Eu penso que em certa medida são amigos, claro que apenas «em certa medida». Ou seja, têm inimigos comuns decerto e devem ter projectos parecidos para resolver esse problema...
Quanto à referência ao bastonário, logo de início ele diz realmente «o novo bastonário da Ordem dos Advogados» acrescentando...Rogério Alves! Mais adiante acrescenta que «outros dois encontros já se realizaram no passado, informação que o ex-bastonário dos Advogados, Rogério Alves, não confirma», pelo que tudo indica ter sido uma grande confusão.
Mas a informalidade do encontro, sublinhado por ser um juntar, deixa-nos na dúvida: então o que se pretende? Beber uns copos ou analisar o estado da Justiça?...