segunda-feira, janeiro 14, 2008

As asas negras da corrupção


É por todo o lado.
Não serve de consolação para nada, porque o facto de se estar mal acompanhado nunca foi bom. Mas se em Portugal, como se sabe, os casos de corrupção vêm cada vez mais à luz também é certo que essa hidra tem braços por todo o mundo.
Este caso é chocante porque quanto mais importante é o cargo exercido, mais grave é esse crime. E, imagine-se que quem foi acusado de corrupção foi APENAS o presidente da Interpol
O que nos deixa ainda mais espantados se possível é o argumento a desculpa a afirmação apressada de alguém da dita Agência de que «as acusações de corrupção "não têm relação com a sua posição como presidente da Interpol"» apesar de acrescentar que a "corrupção é um dos crimes mais graves de que um polícia pode ser acusado".
É habilidoso.
A ideia é que é inegável que aquele senhor era o presidente e obviamente com enormes responsabilidades. Contudo a organização continua imaculada porque esse crime não foi praticado lá dentro.
Sem dúvida. Decerto que não se ia acusar a organização inteira, mas apenas notar-se que a nódoa cai em todo o pano. E pensar como uma pessoa com este carácter chega a uma posição daquelas.




5 comentários:

Anónimo disse...

Percebo o que queres dizer mas não estou muito de acordo. Claro que é chato a criatura ter um lugar com tal relevo, mas a instituição não tem culpa...
E entende-se que venha a correr dizer isso mesmo.

Anónimo disse...

Olha Joaninha, aqui não é o caso da «mulher de César» é mesmo da «família de César».
É chato.
Afinal nós não fizemos aquele escarcéu todo pelo Presidente da ASAE ter fumado lá no Casino pouco tempo depois da meia-noite do dia 1...?

josé palmeiro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
josé palmeiro disse...

Nesta sociedade em que nos obrigam viver, difícil é, não ser corrupto. A competição, os empregos precários, a côr do dinheiro, enfim um sem número de situações, levam a que seja fácil, senão mesmo um factor do sistema, ser corrupto. Depois criam-se entidades anti-corrupção, que por sua vez necessitam de entidades que as supervisionem, uma espiral sem fim.
Cada vez é mais difícil, nascer, viver e morrer, de espinha direita.

cereja disse...

É verdade Joaninha e temos um pouco a tendência a julgar a parte pelo todo. Também embirro quando oiço que «os» médicos, ou «os» carteiros, ou «os» motoristas, ou «os» seja o que for são isto ou aquilo. E decerto que a Interpol deve não ser suspeita de nada, mas o facto de o senhor ser seu presidente é especial. Como disse a Gui com graça, neste caso parece tratar-se da 'família de César'!!!
O Palmeiro disse muito bem que isto é uma espiral maldita porque às tantas acabamos por vigiar os vigias e nunca mais acaba o poço da corrupção!