A Tolerância da Violência
O velho problema dos limites.
Às vezes parece um “jogo de palavras”, parece mas não
é nada disso. Quando por exemplo se diz que é importante a democracia mas ela não deve abrir a porta aos inimigos da democracia, por exemplo. Ou a velha máxima de que “a nossa liberdade acaba quando começa a liberdade dos outros”. Neste caso estou a pensar na violência. Há a política da não-violência, tipo ‘resistência passiva’. Pode funcionar bem quando somos nós que pretendemos usá-la para resistir ou protestar contra qualquer coisa.
Mas vamos pôr o caso ao contrário: há gente violentíssima e agressiva, e quem olha para ela tenta «compreender» os seus motivos e, se não desculpá-la, pelo menos olhar para os seus actos com tolerância. Chamemos as coisas pelos nomes, não é nenhuma tolerância é cobardia. O «não se meter onde não é chamado», pode ter uma roupagem muito idealista, mas afinal é receio de que no meio daquela brutalidade ainda sobre para nós.
Quando nos “passam ao lado” homens que agridem as suas mulheres, pais que espancam os filhos, velhos abandonados, tanta violência de que somos testemunhas silenciosas, se deixamos que nos “passe ao lado” é porque isso é mais cómodo.
Criou-se na Alemanha uma rede para defender mulheres muçulmanas casadas à força pelos homens da sua família
As histórias que contam são de arrepiar.
E note-se que é uma sociedade que vive inserida numa outra, eles vivem num país não muçulmano e com leis e regras diferentes. É uma situação onde a não-intervenção é pactuar, é colaborar.
Claro que esta é uma situação extrema, mas seria importante que em casos mais “leves” passados entre nós, não assobiássemos para o lado também.
É que isto não é tolerância!
Às vezes parece um “jogo de palavras”, parece mas não
é nada disso. Quando por exemplo se diz que é importante a democracia mas ela não deve abrir a porta aos inimigos da democracia, por exemplo. Ou a velha máxima de que “a nossa liberdade acaba quando começa a liberdade dos outros”. Neste caso estou a pensar na violência. Há a política da não-violência, tipo ‘resistência passiva’. Pode funcionar bem quando somos nós que pretendemos usá-la para resistir ou protestar contra qualquer coisa.
Mas vamos pôr o caso ao contrário: há gente violentíssima e agressiva, e quem olha para ela tenta «compreender» os seus motivos e, se não desculpá-la, pelo menos olhar para os seus actos com tolerância. Chamemos as coisas pelos nomes, não é nenhuma tolerância é cobardia. O «não se meter onde não é chamado», pode ter uma roupagem muito idealista, mas afinal é receio de que no meio daquela brutalidade ainda sobre para nós.
Quando nos “passam ao lado” homens que agridem as suas mulheres, pais que espancam os filhos, velhos abandonados, tanta violência de que somos testemunhas silenciosas, se deixamos que nos “passe ao lado” é porque isso é mais cómodo.
Criou-se na Alemanha uma rede para defender mulheres muçulmanas casadas à força pelos homens da sua família
As histórias que contam são de arrepiar.
E note-se que é uma sociedade que vive inserida numa outra, eles vivem num país não muçulmano e com leis e regras diferentes. É uma situação onde a não-intervenção é pactuar, é colaborar.
Claro que esta é uma situação extrema, mas seria importante que em casos mais “leves” passados entre nós, não assobiássemos para o lado também.
É que isto não é tolerância!
10 comentários:
Concordo inteiramente contigo.
Este problema da globalização, trouxe-nos problemas, para os quais ainda não encontramos solução,mas a posição, normalmente adoptada de assobiar para o lado, não pode continuar.
Uma coisa é irmo-nos meter com os muçulmanos na terra deles, outra deixar que estes abusos se passem na nossa.
E mesmo na terra deles...
Penso que a questão dos valores humanos devia ser melhor equacionada; se fosse aceitável na sua cultura a escravatura - e afinal este tratamento às mulheres não é muito diferente - mas acredito que os outros países não aceitariam a escravatura por mais tradicional que fosse.
Então?....
Muito certo o comentário da Joaninha. Realmente, para certos actos devia haver uma rejeição mais forte (?) ou activa. Como o caso da mulher chicoteada depois de violada. Ou o trabalho infantil em países do 3º mundo. Ou as "leis do trabalho" na China.
O Mundo sabe, mas cala-se.
Afinal, caras colegas de comentários do Pópulo, reparem que é em "ponto grande" aquilo que também se faz em "ponto pequeno" em relação aos nossos vizinhos. E creio que era para aí que apontava o post da Emiele.
A norma do «entre marido e mulher não metas a colher» transposta para a «independência dos Estados»
Claro que se deve respeitar, mas até onde? Imaginem que o Hitler não tinha invadido país nenhum, e tinha praticado o holocausto apenas na Alemanha. Pensávamos que «era lá com eles»???
A responsabilidade é uma coisa com que não se deve brincar.
Sublinho o que disseste: esse tipo de 'indiferença' mesmo que racionalizada, não é tolerância e sim cobardia.
Isso é que é.
Mas existe já alguma coisa.
Vejam AQUI
Devia era ser levado mais a sério.
Sublinho o link, deixado por RS.
E, já agora, POR CÁ?....
Será que dormimos bem sabendo que o nosso vizinho de patamar descarrega na mulher os maus humores engrossados pelo álcool?
E basta dar-se uma vista de olhos pelos jornais para ver quantos actos de violência se continuam a praticar. Para não voltar à «vaca fria» destas crianças de 5 e 6 anos que vão ser retiradas à força da família que sempre conheceram para ir viver com uma mãe ou um pai «de sangue».
Espera-se que o sangue seja só o que corre nas veias, mas esta é uma «violência jurídica» ou seja completamente legal.
Sim, ainda bem que ainda há quem denúncie as violações dos Direitos Humanos pelo mundo, seja a ONU, a Amnistia Internacional, e outros organismos e associações. O que há que notar é que, no caso da violência contra as mulheres (ou crianças), esta está muitas vezes associada a factores culturais, e a denúncia é o único meio de defesa da vítima. Também se o "calar" muitas vezes é uma cobardia, noutras é apenas também uma questão cultural, lá está (todos aprendemos de pequeninos) "entre marido e mulher, nunca metas a colher"!
Leonidas, a gente sabe que é, tal como dizes uma questão cultural, só que temos de lutar para que deixe de o ser. Ainda há pouco mais de 100 anos os pais eram "donos dos filhos", decidiam do seu destino como bem lhes aprazia, e educavam-nos como queriam. Hoje existem Os Direitos da Criança.
Como os outros disseram, aqui há pano para muitas mangas...
É certo que muitas vezes as leis vão à frente dos «costumes» e isso já é mau. Mas é chocante que haja países onde a própria lei é como a que se falou aqui, a lei da Charia, que trata a mulher como uma propriedade. É inaceitável. Quanto mais não fosse porque a mulher é metade de toda a Humanidade.
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